GO AWAY

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Inúmeras coisas invadiram minha mente naquele momento

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Inúmeras coisas invadiram minha mente naquele momento. Mas nenhuma estava correta.

— O nome dela é Kang Minji. — Ele disse, guardando o colar na caixa. — A conheço desde pequeno e nosso casamento já fora combinado desde então.

Eu não sabia o que fora aquilo. Certamente uma quebra de expectativa tremenda, mas o que mais me incomodava era ter esperado... algo.

— Mas que absurdo... — Cruzei os braços e bufei.
— Que foi, Aji-3? Está com ciúmes? — Ele disse, passando por mim.

O segui escada acima, passos hesitantes.

— Não sou capaz de desenvolver emoções, Mestre. O que quero dizer é que, se teve contato com um ser humano há mais de 15 anos, deve ter sido proposto a casamento quando tinha seus 9 anos?! — Me assustava com a possibilidade.
— Ninguém me pediu em casamento, Aji-3. Nossos pais entraram num consenso, disseram: vão casar quando mais velhos. Eu posso muito bem não me casar com ela. Não é como se eu fosse obrigado, é?! Mas não tem muito sentido não topar... Amor de verdade não existe. Ela é herdeira de uma grande empresa. Principalmente agora que Jeon JungKook quer me exonerar, se eu me casar com ela, terei mais força para exonera-lo... — Íamos até seu quarto.

Ele continuou falando, mas eu não tirava a ideia de 'absurdo' de minha mente.

— Ya... — Falei, chegando em seu quarto.

Ele me encarou lentamente, como se eu não houvesse ouvido direito.

Caminhei até ele, meus olhos cerrados e braços cruzados.

— Como é que o senhor vai casar com um ser humano se não pode nem chegar perto de um? — Bufei, com deboche.

Ele me encarou dos pés à cabeça.

— Você está ficando doida de falar assim comigo?! — Ele fugiu do assunto.
— E como fará isso se você não pode contar a ninguém da alergia?! — Continuei a interroga-lo.
— E o que me recomenda fazer? — Ele explodiu.

Não esperava que aquilo fosse tão sério. Na verdade, toda aquela história de doença e alergia, para mim, era apenas uma desculpa terrível.

Mas seus olhos marejados me convenciam do contrário. E ele odiou a ideia de eu ter perguntado algo assim para ele. Como se ele tivesse essa mesma frase em sua cabeça por tanto tempo.

— O que quer que eu faça? Que me isole do mundo para sempre?! Eu quero viver! — Ele dizia. — Eu quero conhecer o mundo. Quero ir para o exército e sacrificar dois anos de minha vida ali. Eu não quero mais ser assim!

O encarar doía. Eu tinha certeza que se eu fosse um robô de verdade, um vírus estaria se apossando de minhas configurações porque meu peito doía.

— Eu... — Ele baixou o tom. — Eu estou tentando.

Me deu as costas e colocou a caixinha no lugar que estava.

— Mestre... me desculpe. — Me redimi, tentando manter minha voz firme.
— Ya... — Ele riu pelo nariz. — Você funciona a base da racionalidade e lógica, é óbvio que diria algo assim. Não a culpo...

Sorri sem graça.

JiMin me fez sentar no sofá de seu quarto ao seu lado e se pôs a conversar.

Falava tanto, tanto de suas experiências sozinhos naquela casa. Como aprendeu a fazer tudo. Rimos com suas histórias e eu me esforçava para não dizer "Eu também!" várias vezes.

O fato de minhas lentes estarem desligadas tornaram nosso tempo ali bem mais confortável e amigável.

— Não nasceu com a alergia. Como a desenvolveu? — Perguntei.

Ele se manteve calado.

Eu via o cérebro dele trabalhar.

Suas expressões mudavam a todo momento. Iam de surpreso para confuso, para irritado e então, ele levantou-se.

— Acho que está na hora de ir embora, Aji-3. — Ele disse, saindo do quarto.

Olhei pela janela. Estava escuro. Como não notei isso?! O segui escada abaixo.

Estávamos na sala.

— Então... devo ir embora! — Falei, o reverenciando.
— Eu te levo. — Ele disse.
— Não precisa, é logo ali. — Falei.
— Não, deixe que eu a levo. — Ele insistia, conforme eu ia me distanciando.

Chegou num momento que ele parou e eu continuei.

Senti minhas costas baterem em algo e ele soltar um palavrão.

Olhei para trás. A grande torre de cartas da sala pendeu, balançou e então, tudo estava no chão.

JiMin explodiu. JiMin, definitivamente, explodiu e eu juro que queria que fosse eu, e literalmente.

Ele me xingou, me empurrou, me fez cair no chão e correu até as cartas.

Eu nem conseguia processar tudo. Porque tudo aquilo para um monte de cartas?

— Vai embora! — Ele me gritou. — Suma daqui!
— Mestre? — Juntei as sobrancelhas.
— Informarei o NamJoon sobre isso e pensarei bastante se a quero de volta aqui.
— Mas, Mestre... — Eu me desesperei.
— Fique longe de mim, idiota! — Ele gritou-me.

Me afastei. Andei com passos rápidos dali. Ao passar pela porta, corri. Eu corri tanto que as lágrimas de meus olhos voavam pelos cantos deles. O insultei até o alojamento. Passei pela porta, chorando.

— Jiah! — Ouvi o HoSeok.
— O que houve?! — Pi perguntou.
— Meu Deus, ela foi descoberta! Por que não ligou a merda da lente novamente?! — NamJoon se estressou.
— Eu não fui descoberta, NamJoon! — Falei, entre soluços. — Agora, se me deixarem em paz... À propósito, JiMin vai te ligar querendo outra Aji-3.

Me isolei em minha cama e chorei.

Eu não sabia exatamente pelo que chorar, mas a ideia de não ter mais como fazer o Concurso de Empreendedorismo acontecer me causava náuseas e ansiedade.

Ou talvez, era engana-lo que me fazia sentir isso.

N/A: parece que tem gente aqui sentindo coisinhas por outra pessoinha hein hein

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