De volta à Hogwarts

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Acordaram cedo na manhã seguinte, e havia um inquestionável ar de tristeza de fim de férias quando as garotas estavam se arrumando para descer, com a chuva forte a fustigar a janela.

Caroline desceu as escadas logo após Fred, Jorge, Rony e Harry, e encontraram uma Sra. Weasley aflita, procurando alguma coisa nas gavetas da cozinha, e o Sr. Weasley estava inclinado sobre a lareira e parecia que estava falando com alguém, Carol estreitou os olhos e reconheceu o rosto de seu antigo sogro: a cabeça de Amos Diggory estava parada no meio das chamas como um grande ovo barbudo. Ele falava muito depressa, completamente indiferente às fagulhas que voavam ao seu redor e às chamas que lambiam suas orelhas.

-...os vizinhos trouxas ouviram estampidos e gritos, então foram e chamaram a... como é mesmo o nome?... plícia. Arthur, você tem que ir lá...

-Tome! – disse a Sra. Weasley sem fôlego, empurrando um pedaço de pergaminho, um tinteiro e uma pena amassada nas mãos do marido.

-... foi pura sorte eu ter sabido – continuou a cabeça do Sr. Diggory -, precisei vir ao escritório mais cedo para despachar umas corujas, e encontrei o pessoal do Uso Indevido da Magia de saída... se Rita Skeeter souber dessa, Arthur...

-Que é que Olho-Tonto diz que aconteceu? – perguntou o Sr. Weasley, e os ouvidos de Carol se aguçaram para escutar melhor a conversa quando o nome de Olho-Tonto foi pronunciado.

-Disse que ouviu intrusos no jardim. Disse que se aproximavam sorrateiramente da casa, mas que foram atacados pelas latas de lixo.

-Que foi que as latas de lixo fizeram? – perguntou o Sr. Weasley, escrevendo freneticamente.

-Fizeram um estardalhaço e dispararam lixo para todo lado, pelo que sei – falou o Sr. Diggory – Aparentemente uma delas ainda estava voando a esmo quando a plícia apareceu...

O Sr. Weasley gemeu.

-E o que aconteceu com os intrusos?

-Arthur, você conhece Olho-Tonto – disse a cabeça revirando os olhos – Alguém andando pelo jardim dele na calada da noite? Mais provavelmente era algum gato com neurose de guerra vagando por ali, coberto de cascas de batatas. Mas se o pessoal do Uso Indevido de Magia puser as mãos em Olho-Tonto, ele está perdido, pense na ficha dele, temos que livrá-lo com uma acusação menos séria, alguma coisa no seu departamento, qual é a penalidade para uma explosão de latas de lixo?

-Talvez uma advertência – respondeu o Sr. Weasley, ainda escrevendo muito depressa – Olho-Tonto não usou a varinha? Não chegou a atacar ninguém?

-Aposto que ele pulou da cama e começou a enfeitiçar tudo que conseguiu alcançar pela janela, mas daria muito trabalho provar isso, não houve nenhuma vítima.

-Tudo bem, estou de saída – disse o Sr. Weasley e, enfiando o pergaminho com as anotações no bolso, saiu correndo da cozinha.

O Sr. Diggory e a Sra. Weasley conversaram rapidamente, e a cabeça do homem, com um estalido, despareceu. O Sr. Weasley gritou tchaus apressados para os filhos, e estava de volta à cozinha, as vestes agora do lado certo, passando um pente nos cabelos.

-É melhor eu me apressar... um bom ano letivo para vocês, meninos – disse o Sr. Weasley para os que estavam na mesa, puxando uma capa por cima dos ombros e se preparando para desaparatar – Molly, você acha que dá conta de levar os meninos até King's Cross?

-Claro que sim. Se preocupe com Olho-Tonto que nós cuidamos do resto.

Quando o Sr. Weasley desapareceu, Gui e Carlinhos entraram na cozinha.

O começo e o adeus - A garota corvinal, livro 2Onde histórias criam vida. Descubra agora