A Copa Mundial de Quadribol

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Natasha e Roger chegaram pouco tempo depois, com várias lembrancinhas que compraram dos ambulantes, e deram para Carol um onióculos, que era uma espécie de binóculo em que se era possível rever o lance em câmera lenta, e uma roseta verde que gritava o nome dos jogadores da Irlanda.

-Você precisa ver o irmão mais velho dos gêmeos, o Gui, ele é incrivelmente gato. E não tirou os olhos de Chloe por um minuto – Natasha disse depois de jogar para Carol os souvenirs, se jogando na sua cama – Mas e aí, como foi a volta com o cavaleiro?

-Tudo bem, nós nos beijamos... – Carol respondeu e Nat se levantou bruscamente e foi para o lado da prima, exigindo todos os detalhes que Caroline lhe contou de bom grado – Por Merlim, você é uma depravada.

-Ei! Não fui eu que o beijei, ele que me beijou – a garota disse sem graça depois de dar uma travesseirada na prima.

Trocaram de roupa para o jogo, fizeram pinturas no rosto com as cores da Irlanda, e estavam todos na sala quando escutaram um gongo, grave e ensurdecedor, bater em algum lugar além da floresta e, na mesma hora saíram da barraca animados junto com uma multidão, seguindo o caminho iluminado por lanternas verdes e vermelhas que iriam guiá-los ao campo.

Ouviam a algazarra de milhares de pessoas que se movimentavam à volta deles, gritos, gargalhadas e trechos de canções. A atmosfera de excitação febril era extremamente contagiosa; Carol não conseguia parar de sorrir. Caminharam pela floresta durante vinte minutos, conversando e brincando em voz alta até que finalmente emergiram do outro lado e se viram à sombra de um gigantesco estádio, ali caberiam facilmente dez catedrais.

-Tem capacidade para cem mil pessoas – Henry falou ao ver a expressão de assombro no rosto dos garotos – Há Feitiços Antitrouxas em cada centímetro. Todas as vezes que trouxas se aproximavam da área se lembravam de compromissos urgentes e precisavam sair correndo.

-Impressionante – Carol disse olhando ainda de boca aberta para as imensas paredes douradas.

Eles se encaminharam para o portão mais próximo, que já estava cercado por um enxame de bruxos e bruxas aos gritos.

-Lugares muito bons! Abaixo do camarote de honra, verão tudo lá de cima! – exclamou a bruxa do Ministério ao portão, quando verificou a entrada deles e depois os deixou passar.

As escadas de acesso ao estádio estavam forradas com carpetes púrpura berrante. Eles subiram com o resto da multidão, que aos poucos foi se dispersando pelas portas à direita e à esquerda que levavam às arquibancadas. O grupo continuou subindo até chegar ao penúltimo andar, situado exatamente entre as duas balizas de ouro, com cadeiras douradas e púrpuras espalhadas em filas, a família de Carol tinha os lugares bem da frente e a garota se sentou no lugar onde era possível ver o camarote de honra.

Cem mil bruxos e bruxas iam ocupando os lugares que se erguiam em vários níveis em torno do longo campo oval. Tudo estava banhado por uma misteriosa claridade dourada que parecia irradiar do próprio estádio. De cada lado havia três aros de gol, a quinze metros de altura; do lado oposto ao que estavam, havia um enorme quadro-negro. Palavras douradas corriam pelo quadro sem parar como se uma gigantesca mão invisível as escrevesse e em seguida as apagasse: estava projetando anúncios no campo.

Caroline tirou os olhos do quadro e virou-se para observar mais o lugar, e quando olhou para cima viu todos os Weasley já sentados em seus lugares, todos pareciam bem animados. Ela notou que tinha dois rapazes ao lado de Fred e Jorge que ela não reconheceu, e presumiu que fosse os irmãos mais velhos dos dois, e Natasha disse que o de rabo de cavalo e camiseta preta era o tal Gui, e realmente, ele era bem bonito.

O começo e o adeus - A garota corvinal, livro 2Onde histórias criam vida. Descubra agora