Dor

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"Ele está morto!", "Ele está morto!", "Cedrico Diggory! Morto!", era tudo o que se ouvia nas arquibancadas, pessoas gritando a sua dor e o seu horror para a noite. Ao ouvir essas palavras ficou em choque, simplesmente travou, não conseguia andar. Fred e Jorge estavam tão em choque quanto, assim como a Sra. Weasley, mas ela logo se recuperou e saiu em direção a Harry, que ainda estava grudado ao corpo de Cedrico.

O corpo de Cedrico. Seu cadáver. As pessoas começaram a se empurrar, dando cotoveladas, para conseguirem se aproximar e ver o que estava acontecendo. "Que foi que houve?", "Que aconteceu com ele?", "Diggory está morto!"

Ela sente suas pernas novamente e sai correndo pela multidão, em direção ao corpo de Cedrico, para onde a multidão se aglomerava. "Ele não pode estar morto, não, ele só está em choque" ela pensava, "Ele não está morto!"; ouvia a voz de Jorge no fundo de seus pensamentos, a chamando enquanto Caroline avançava pela multidão com dificuldade. Garotas gritavam, soluçavam, histéricas, e ela estava tão em choque que não conseguia derrubar uma lágrima, seu único foco era chegar a Cedrico.

-Carol! – Jorge a alcançou, e tentou puxar a namorada, mas ela se desvencilhou – Carol, nós temos que ir embora!

-Não, não posso deixá-lo! – ela gritou em resposta. Os gritos aumentavam conforme ela ia chegando perto do corpo, Jorge é mais rápido e entra na sua frente, impedindo que ela passe – Jorge, me deixe passar.

-Não posso Carol... – ele responde e ela tenta avançar a força, mas ele a segura pela cintura enquanto Caroline esperneia – Carol por favor coopere!

Caroline começou a gritar para que Jorge a soltasse, e as lágrimas finalmente vieram, e desciam em cascatas, molhando todo o seu rosto. Gritava em plenos pulmões, era a única maneira de exteriorizar a dor que estava sentindo, o ar faltando nos pulmões, e ela soluçava desesperada enquanto ainda tentava sem sucesso se livrar de Jorge que tentava acalmá-la a abraçando.

-Jorge me solta! Eu preciso ver ele! Preciso ajudar! – ela gritava enquanto socava o braço do garoto afim de se soltar.

-Carol você não pode fazer nada por ele mais, ele está...

-NÃO! – ela berrou.

E foi quando ouviram. O grito mais agonizante que Caroline já tinha ouvido, nem mesmo um Espírito Agourento poderia causar a sensação que o grito da mãe de Cedrico deu quando viu o filho estirado no chão. Taís Diggory e Amos Diggory se ajoelharam ao lado do corpo do filho e gritavam, exteriorizando sua dor, e mesmo assim não parecia suficiente.

Ouviu Bagman falar alguma coisa, e depois a voz de Cornélio Fudge, mas não conseguia mais assimilar nada, nem mesmo a voz dos professores que estavam próximos mandando os alunos recuarem. Sua visão estava turva, sentiu a cabeça pesada, o estômago embrulhou, e tinha parado de tentar se soltar de Jorge porque já estava fraca demais para lutar. E tudo ficou preto, em meio a uma crescente gritaria e os gritos dos pais de Cedrico, Caroline desmaiou.

[...]

A primeira coisa que sentiu foi uma dor de cabeça latejante, depois a garganta e boca secas.

Abriu os olhos lentamente por conta da sensibilidade da luz, piscou algumas vezes tentando raciocinar para descobrir o que tinha acontecido e onde ela estava. Vieram flashs: Harry voltando com Cedrico com a taça em mãos, a multidão gritando, Harry que não queria soltar o corpo de Cedrico, o corpo de Cedrico... O corpo estirado na grama, com os olhos vidrados e sem vida. E se lembrou de instantes antes do seu colar ficando gelado, e tocou rapidamente no pingente de quartzo rosa em forma de coração.

-Carol? Ela está acordada, eu acho – ouviu uma voz do seu lado direito, e virou devagar a cabeça, porque ela doía com o mínimo de movimento, e viu Natasha, sua prima, com os cabelos loiros presos em um coque bagunçado, parecia que tinha chorado – Oi Carol, como você está?

O começo e o adeus - A garota corvinal, livro 2Onde histórias criam vida. Descubra agora