Amortentia

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A sala comunal da Grifinória era bem diferente do que Caroline tinha imaginado. Era uma sala redonda e ampla como a da Corvinal, mas ao invés da decoração azul e bronze, a sala comunal da Grifinória era decorada com tons de vermelho e dourado, as paredes eram cobertas por tapeçarias escarlates que contam histórias de animais e pessoas, tinham poltronas fofas e mesas espalhadas pelo local, uma lareira crepitava adornada com vários leões, e as janelas davam para o lado leste dos terrenos da escola.

A sala da Corvinal poderia ser mais elegante e imponente, pensou Caroline, mas a da Grifinória era tão aconchegante quanto com aqueles tons terrosos, sentia vontade de se sentar em frente a lareira e dormir, como que Hermione conseguia estudar naquele ambiente?

-Ei, terra para Caroline! – Fred a chamou, balançando a mão em frente ao seu rosto – Está aí ainda?

-Estou, só fiquei divagando... – ela respondeu sem graça, ainda olhando ao redor.

-Deve estar estranhando toda essa decoração vermelha, não é? – Jorge a questionou do seu lado, eles ainda estavam de mãos dadas.

-É, é bem diferente da sala da Corvinal.

Ouviram o retrato da Mulher Gorda, que servia como porta de entrada para o salão comunal da Grifinória se abrir e Carol se encolheu atrás de Jorge, com medo de que seria alguém importante que poderia dedurá-la. Mas no final eram apenas o restante de seus amigos da Grifinória.

-Sabíamos que já estariam aqui, não perdem a chance de fazer uma farra não é – Agnes disse tirando o cachecol e jogando-o em uma poltrona e depois olhou em direção dos gêmeos e de Caroline, indo em sua direção – Eu não acredito que vocês a convenceram vir depois de anos!

-É, eu tenho meus truques – Jorge disse convencido e Carol deu um cutucão em sua costela – Ai! Você não tem controle da sua força, Caroline!

-É melhor vocês a deixarem bem escondida – Angelina apontou para Caroline, se aproximando do grupo – Não que eu ache que alguém vá dedurá-la, mas só em caso da McGonagall entrar na sala.

-Podem deixar. Agora, se não se importam, precisamos nos apressar se essa festa for realmente acontecer – Fred chamou a atenção de todos e eles começaram a trabalhar.

Os gêmeos saíram junto com Lino sem dizer aonde iriam, deixando as meninas responsáveis pela decoração. Elas colocaram fitas amarelas e vermelhas espalhadas pela sala, junto com balões da mesma cor. Os garotos voltaram carregados de comida e bebida, incluindo várias garrafas de cerveja amanteigada e doces da Dedosdemel.

-Onde vocês arrumaram isso? – Caroline perguntou enquanto se aproximava da mesa em que os meninos arrumavam tudo.

-Se revelarmos nossos segredos não vai ter graça, vai? – Fred disse para ela arrumando a fileira de doces.

-Vocês são os reis do contrabando mesmo... – ela comentou pegando um doce e quase o colocando na boca, mas antes Jorge deu um tapa fazendo-o cair – Ai! Pra quê isso?

-Não coma os caramelos, digamos que eles estão, hã... modificados – ele disse com um sorriso maroto no rosto, fazendo Caroline revirar os olhos – E o creme de caramelo também.

-Vocês são inacreditáveis – Carol jogou o caramelo que ele tinha derrubando em Jorge, mas ele desviou.

Os alunos começaram a chegar e encher à sala, e ninguém pareceu perceber a presença de Carol, ou se tinham percebido não ligaram. Quando Harry, Rony e Hermione entraram, a sala comunal da Grifinória explodiu de vivas e gritos outra vez. Havia montanhas de bolos, garrafões de suco de abóbora e cerveja amanteigada empilhadas em cada móvel; Lino Jordan tinha soltado alguns de seus Fogos Fabulosos do Dr. Filibusteiro Sem Fumaça Nem Calor, fazendo com que o ar estivesse denso de estrelas e faíscas; e Dino Thomas, um colega de Harry do quarto ano, que era muito bom em desenho, tinha pendurado magníficos galhardetes novos, a maioria mostrando Harry montado na Firebolt voando em torno da cabeça do dragão, embora houvesse uns dois que mostrassem Cedrico com os cabelos em chamas (esses Caroline não achou muita graça).

O começo e o adeus - A garota corvinal, livro 2Onde histórias criam vida. Descubra agora