Prey | h.s.

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twenty-five

O tempo estava acabando.
O sol subia e descia do céu, as noites vinham e voltavam repetidas vezes. Louise não queria contar os dias, mas podia saber que estava perto. Sua mãe voltara a lhe mandar mensagens e dizer que sentia falta dela — ignorando o fato de que deixou a própria filha na casa de alguém que ela mesma mal conhecia sem nem pensar duas vezes e não fazer o mínimo esforço para manter contato. Era típico de Helen descartá-la dessa forma e depois a pegar de volta com seus sorrisos forçados, mostrando a filha exemplar a todos como um troféu, agindo como se fossem a família perfeita que definitivamente não eram. Demorou certo tempo até que Louise finalmente enxergasse  a frieza e astúcia de sua própria mãe, mas agora que conseguia ver as coisas como realmente eram, seu coração doía era partido pela rejeição.

Harry também estava ausente nos últimos dias. Entrara em contato algumas vezes — mais do que Helen alguma vez entrou durante os dois meses que ela estivera com ele —,  e sempre deixava claro que as coisas corriam adequadamente e que estavam cada vez mais próximos de prender o cara que procuravam. As ligações, no entanto, eram curtas e feitas em um tom tão baixo que parecia que Styles se escondia de alguém. Mas não importava, pois Lou não podia esperar pra ter seu titio finalmente de volta dessa viagem misteriosa e distante.

Ela se perguntava a gravidade do trabalho e o quão exposto ao perigo Harry estava. As vezes, sua mente criava situações que a deixavam apavorada, e se ele morresse e nunca mais voltasse, como seu próprio pai? Ele vai ficar bem, Liam a acalmava. Tem uma equipe muito bem preparada além de ele mesmo ser e toma todo o cuidado possível, inclusive o de usar celulares descartáveis toda vez que precisasse ligar para eles. Na maioria das vezes, a voz carinhosa do Sr. Payne silenciava seus pensamentos tempestuosos e dava lugar a coisas bobas, como quando Louise se perguntava se ele sabia seu número de cor, ou se apenas o tinha anotado em algum lugar… Bobeira.

Hoje Hanna e a ruiva iriam a um evento consideravelmente importante. As duas convidadas por Liam, que dissera ser uma festa do trabalho e que teriam alguns diplomatas e pessoas das posições mais elevadas do país, portanto, as duas deveriam ir bem vestidas e se comportar de forma adequada.
A mais velha não estava tão animada, pois o irmão não a deixara convidar Eric, já do outro lado, Louise tentava ser uma boa amiga e compartilhar da tristeza de Hanna, mas só estava profundamente aliviada que não seria deixada de lado por um garoto qualquer.

Todos os olhares se dirigiram a elas no instante que adentraram o vasto salão. A ruiva usava um vestido de gala longo que tinha uma fenda na lateral e deixava a mostra parte de sua perna quando andava, as mangas iam até seu cotovelo e eram caídas pelo ombro, o rosa claro se estendia por todo o tecido, ofuscado pelo brilho graduante que o acompanhava. Liam estava entre as duas, levando cada uma pelo braço orgulhosamente até uma mesa vazia que elas podiam ficar. Payne era uma das pessoas mais gentis que Louise alguma vez já viu na vida, Hanna realmente tinha muita sorte de tê-lo.

E por falar na mais velha, ela estava estonteante! Uma veste tipo sereia circundava seu corpo esbelto e o cabelo penteado para trás a fazia parecer uma super modelo.

As duas curtiram o evento juntinhas, julgando o olhar dos homens, tentando adivinhar sobre o que conversavam e até descobriram a traição de uma das mulheres com o próprio segurança. A ruiva achava meio bizarro como todas as pessoas ali exalavam poder e perigo, de uma forma que ela não sabia explicar, afinal, era um evento beneficente em prol de refugiados e só deveria haver pessoas bondosas por lá.

Ela quase cuspiu seu coquetel quando viu um homem muito parecido com Harry em uma mesa distante da sua, conversando com outros caras de terno, todos pareciam se divertir. Mas não podia ser Harry, podia? Ele não iria pra casa sem avisa-la… Ou iria?