Odeio dias quentes, o ônibus estava lotado e eu vim espremida naquele monte de gente. Nunca desejei tanto um carro para não precisar passar por isso.
Tirei todos os meus papéis cadernos e apostilas para procurar o tema de um trabalho que foi passado na aula, o qual eu não lembro onde coloquei. Talvez esteja na hora de tomar vergonha na cara e comprar uma agenda.
Hoje eu cheguei relativamente cedo justamente para me organizar melhor, preciso anotar tudo que tenho que fazer antes do fim do semestre. Estou surtando. É tanta coisa que eu começo a me desesperar e pensar em trancar a faculdade e voltar a morar com a minha mãe.
Tudo bem, não é para tanto, mas eu realmente estou desesperada.
Enquanto observo o movimento na cafeteria, uma garota que entra no local chama a minha atenção, eu nunca tinha a visto antes e, se vi, não me lembrava, o que não é uma surpresa já que a faculdade era enorme. As únicas pessoas que eu tenho contato são as do meu próprio curso.
A tal garota parece com pressa ou ansiosa, checa o celular várias vezes e suspira, irritada. Passa os olhos pelo local e seu olhar encontra o meu e eu, envergonhada por ter sido pega, volto a atenção para o meu café.
Quando olho pra frente a garota está indo embora. Suspiro.
Desde que eu entrei na faculdade nunca me envolvi com ninguém. Eu não costumo ir as festas porque sempre tenho que estudar e acabo não socializando muito. No começo eu fiquei afim de um garoto da minha classe. Justin, ele é muito bonito. Mas com o passar do tempo ficamos amigos e agora que eu conheço ele de verdade, é estranho pensar na possibilidade de sermos mais que isso. Fora que o fato de ele ser do mesmo curso que eu não daria certo. Sempre achei que pessoas muito parecidas não funcionariam juntas, pelo menos não no meu caso. E o Justin é muito parecido comigo.
E é nisso que se resume a minha vida amorosa nesses últimos anos: sem festas, sem encontros e sem namoros. Na verdade, minha adolescência também não foi diferente disso, o que significa que eu nunca cheguei a ter uma vida amorosa realmente.
Com isso, vejo o horário no celular e percebo que já está quase na hora da aula. Recolho todos os papéis da mesa e os guardo na minha mochila, fazendo uma nota mental de passar na papelaria e comprar uma agenda, indo direto para o caixa.
Enquanto pego o dinheiro na carteira noto que alguém esqueceu o celular no balcão. Liga a tela mas não tem uma foto do dono, apenas uma paisagem aleatória, Penso se devo deixar com o atendente da cafeteira ou se eu mesma devolvo já que pode ser da garota que acabou de sair. Escolho a segunda opção e guardo o celular na bolsa para procurar o dono depois.
O almoço na faculdade era um verdadeiro caos. É muita gente circulando, os preços são absurdos e é muito barulhento. Claro que não é como o ensino médio, mas não passa longe. As vezes tenho vontade de pegar meu lanche e me trancar no banheiro, como em Meninas Malvadas. Mas - felizmente - eu sempre tenho companhia no almoço e ela se chama Hailey, que inclusive tinha acabado de sentar na minha frente.
De vez em quando eu também almoçava com o Justin, Hailey achava ele meio esquisito sem nenhuma razão aparente.
-Oi Selena! Desculpa a demora, a fila do almoço estava grande hoje.
Hailey além de ocupar o posto de minha melhor amiga também divide o apartamento comigo. Nos conhecemos no fundamental mas nos tornamos melhores amigas mesmo no ensino médio e, desde então, tem sido assim. Por coincidência, entramos na mesma faculdade, então decidimos morar juntas, já que bancar as despesas sozinha é muito difícil e nenhuma de nós estava disposta a viver em uma república.
- Tudo bem, por sorte, hoje eu trouxe
comida de casa, assim não preciso ficar nessa fila imensa para comer algo que vai me matar daqui alguns anos - digo.- Ei! Não fale mal do meu almoço. Você só está com inveja do meu hambúrguer delicioso - ela diz dando uma mordida no hambúrguer que realmente parecia muito bom.
Eu não sou maluca por dieta nem nada. Comer coisas saudáveis não significa que eu nunca como hambúrgueres deliciosos e gordurosos, apenas não como todo dia. Não quero bancar a estudante chata de medicina mas acho que devemos cuidar da saúde, principalmente se você quiser
passar dos trinta.- Não vai atender o celular?
Olho confusa para minha amiga, meu celular estava bem em cima da mesa e não estava tocando. Mas é óbvio! Deve ser o celular que eu encontrei hoje de manhã. Procuro na bolsa e atendo, rapidamente, ouvindo uma voz feminina do outro lado da linha.
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Uma proposta |Semi
FanfictionSelena Gomez leva uma vida comum que consiste em ir de casa para a faculdade e vice-versa, mas aproximando o dia do casamento de seu irmão, Selena tenta arrumar um parceiro de qualquer forma. Então ela conhece Demi Lovato que acaba aceitando a pro...