Capítulo 37

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Minha vida tem ficado cada vez mais patética. Agora mesmo eu estava do lado de fora do meu prédio me perguntando para onde eu vou. Justin está no apartamento preparando tudo para o pedido e Hailey está prestes a chegar. Eu não iria ficar lá, é claro. Essa situação é muito intima e eles precisam de espaço. No entanto, eu não faço ideia de onde ir.

Caminho sem rumo e chego em uma
pracinha, tinha muito tempo que eu não vinha aqui. Quando eu me mudei, costumava vir para espairecer e refletir mas acabei me esquecendo desse lugar Tenho uma idéia e decido ligar para a Demi

- Alô? - Ela atende.

Oi, Demz. Está ocupada? - Pergunto.

- Não, por que? - Diz desconfiada.

Pode me encontrar na pracinha perto do
meu prédio? Depois te explico tudo. - Digo.

- Tudo bem, já chego aí. - Ela concorda e desliga.

Enquanto espero, começo a observar em volta.

Não havia muito gente, apenas alguns pais com filhos e um casal de idosos. A pracinha já estava enfeitada para o natal, cheia de luzinhas e enfeites brilhantes. Ver isso foi um choque pois eu não tinha notado o tempo passar. Como poderíamos estar tão perto do Natal? Isso era uma loucura.

Vejo um balanço desocupado e me sento ali.

O rangido do ferro já gasto me faz recordar minha infância e eu sorrio.

Sou despertada dos meus pensamentos quando sinto um empurrão nas costas e meu corpo voa para frente. Olho para trás e vejo Demi com um sorriso divertido no rosto.

- Você me assustou. - Eu digo rindo.

Não consegui resistir. - Ela diz e toma o lugar no balanço ao meu lado. - Por que está aqui? - Ela questiona.

Não posso ficar no meu apartamento hoje. Respondo

- Como não?

- Hoje o Justin vai pedir a Hailey em namoro. Resumo. Não queria me aprofundar muito nesse assunto, não foi para isso que chamei ela.

Então era nisso que você estava o ajudando ontem? - Ela concluí e eu assinto com a cabeça.

Fui escolher a aliança. - Digo.

- E onde vai passar a noite? - Pergunta.

- Talvez naquele banco bem ali. - Eu aponto para um banco próximo e Demi solta uma gargalhada.

Pode ficar no meu apartamento. - Ela oferece.

- Não quero me aproveitar da sua boa
vontade, Demi. - Digo.

Eu não vou dormir direito se não souber que você está segura. - Ela diz e me encara esperando uma resposta.

- Tudo bem. - Eu me rendo. Não era como se eu tivesse outras opções além do banco na praça. - Obrigada.

- Não tem que agradecer, eu sou sua amiga, não sou? - Ela diz e eu afirmo sorrindo. - Além disso, eu devo meu emprego à você, tenho uma dívida eterna.

Volto a olhar para frente. O vento gelado da noite estava sendo muito reconfortante e eu me sentia bem. Fecho os olhos e apenas sinto a brisa balançar o meu cabelo.

- Já notou como o tempo passou rápido? Pergunto retoricamente e ela permanece
em silêncio. - Olhe em volta, as pessoas já estão se preparando para o Natal.

- Isso te incomoda? - Ela pergunta.

Abro os olhos e volto a encará-la. Sua expressão está suave e seus olhos parecem mais escuros.

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