Batalhão 16: Eu e os Militares (Romance & Mistério) - Livro 1

Capítulo 25 - O Diário Militar - V (Forçado a Cooperar)

— Meu Deus... Aquilo tudo tinha mesmo acontecido. O meu pai teve um caso com o Ribeiro, o que mais eu não sabia sobre o meu pai, afinal? — Era eu falando frustrado após ler tudo aquilo ao lado do Bryan e do John que, olhando para ambos, os dois estavam tão perplexos quanto eu ao saber de tudo aquilo.

— Essa história toda está se complicando cada vez mais, Diego. Não estou gostando nada disso, ainda mais de saber sobre esse relacionamento conturbado do Sargento Braz. Será que isso pode ter alguma relação com o que aconteceu com ele? — Era o Bryan me enchendo de mais perguntas, como se eu já não estivesse me fazendo milhares internamente naquele instante.

— O que sabemos até agora é que o Sargento foi assassinado e que o ex-cadete Marck Ribeiro está desaparecido até hoje. Algo de muito ruim e sinistro há nesse diário, Diego. Precisamos saber de tudo o que está escrito aí. — Disse o John.

Eu não conseguia expressar nada, não conseguia pensar direito, raciocinar com precisão. Os meus olhos estavam fixados naquelas páginas escritas a mão daquele diário, sentindo uma angústia grande dentro de mim e com medo do que eu começaria a ler a partir daquele ponto, conhecendo parte da intimidade mais profunda e sombria para mim, do meu pai. Eu só queria acabar de vez com aquilo e tentar pelo menos entender o motivo do seu assassinato, ou quem foi o autor daquele ato tão cruel que acabou com a vida e carreira do meu pai.

— Diego, continue a leitura, por favor. — Falou ele, o meu bombeiro, colocando a sua mão sobre meu rosto, me acariciando lentamente, talvez na tentativa de me passar algum conforto.

— Tudo bem. — Foi à única coisa que consegui falar sem que também percebesse aquilo.

No Livro...

— Vou ordenar a última vez. Você me conhece bem, cabo Sully, sabe do que sou capaz. Eu quero que saia desse local agora, está me ouvindo? — O Sargento Braz pede novamente aquilo, enquanto eu o encaro fixamente os olhos, sem poder fazer nada para ajudar caso aquela situação mudasse drasticamente de uma hora para outra.

— Fique calmo Sargento, eu estava apenas brincando com você. Eu só queria participar dessa festinha aí que você começou sem o Freitas e eu. — Era a voz daquele nojento balbuciando.

— Não há festinha alguma aqui e não quero ver você perto do Marck Ribeiro novamente, você entendeu bem Sully? Ou algo muito ruim vai acontecer com a sua patente nessa corporação. Agora saia! — Finalizou o Sargento aos gritos.

Eu sentia um calafrio fora do comum presenciando aquela cena acontecer bem diante dos meus olhos. Estava acontecendo mesmo aquilo? O meu Sargento estava confrontando o seu cabo para me proteger? Mas por quê? Aliás, o que estava havendo comigo? Eu tinha mudado completamente de uma hora para outra, perdendo toda a minha integridade moral e até mesmo física. Agora eu era bicha, era isso? O que eu estava me tornando? Ou eu sempre fui e não sabia? Caramba! Quanta confusão havia se acumulado na minha cabeça.