Capítulo 14 - A Fuga

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As horas pareciam passar lentamente, a sensação era de que aquele relógio analógico de parede havia parado de girar e eu me sentia mais preso que nunca dentro daquele quarto de hospital. O Bryan permanecia deitado, sem poder andar, apenas ficava me observando andar mancando de um lado para o outro do quarto.

- Por favor, tenente, pela última vez eu te peço: se deita um pouco, você não pode andando desse jeito, o curativo da sua coxa já está começando a ficar vermelho de sangue. - Falava o Bryan com olhar de preocupado.

Ele sempre tinha razão na maioria das vezes, eu era o mais teimoso em certas ocasiões, mesmo não querendo admitir aquilo. Eu só queria que anoitecesse logo de uma vez para sair daquele hospital. Lá fora havia começado uma chuva forte há alguns minutos atrás, eu fui até a janela observar tudo, era um grande temporal, a cidade inteira havia sido coberta por uma forte neblina acinzentada devido à chuva e tudo o que se podia ver eram as luzes dos postes da cidade.

- Diego, vai deitar, agora! - Gritou o Bryan. Eu me afastei da janela, confirmei com a cabeça e fui para a minha cama. Aborrecer o Derion não seria nada bom para mim depois.

- Pronto, já estou deitado. Feliz? - Ironizo bastante inquieto a situação.

- Se acalma cara, eu sei como você se sente em hospitais, mas logo vamos sair daqui e ir para casa. - Ele falava, tentando me acalmar mais os ânimos.

- É tudo o que eu mais quero Bryan. - Falei bastante apreensivo.

À noite até que caiu bem rápido depois daquele momento, a chuva não parava de cair incessantemente, era uma mistura de chuva com vento; uma verdadeira tempestade naquela cidade.

- Será que eles virão mesmo? - Falei.

- Eles virão sim, tenente. Foi uma ordem em seu nome que eu passei e vão obedecer é claro. - Ele responde sereno e de olhos fechados, como em uma meditação.

- Isso é bom. - Concluo, também fechando os olhos e respirando fundo.

- O Jake falou que quando eles estiverem aqui na cidade e perto do hospital, ele vai ligar para a gente avisando.

- Isso é bom. Espero que esse telefone toque logo. - Respondo sincero e angustiado por dentro, mas me controlando firme e forte por fora. Cerca de meia hora depois o telefone que estava na mão do Bryan começou a tocar.

- Alô... Sim... Estamos de saída agora... Uma enfermeira, ela vai nos ajudar... Afirmativo... No estacionamento. Vamos descer para lá imediatamente... Até daqui a pouco. - Falava o Bryan com alguém no outro lado da linha, o bombeiro Jake provavelmente.

- E aí, chegaram? - Falei animado.

- Sim, vamos agir. - Falou o Bryan apertando o botão vermelho para chamar a enfermeira.

Levantei-me, vesti aquele traje hospitalar e fui pegar o Bryan em meus braços, já que ele não podia andar, quando de repente acontece um apagão em todo o hospital. Eu olhei pela janela e a cidade inteira estava sem energia, à chuva não parava de maneira alguma também.

- Tenente, será que? Não, melhor deixar isso de lado. Acho que essa é a nossa deixa para sairmos daqui agora. - Disse o Derion e, naquele momento, a porta do nosso quarto foi abrindo-se com uma luz vinda do outro lado.

- Oi soldados, vamos sair daqui agora, com essa falta de energia pode facilitar para vocês saírem sem serem vistos, mas vamos fazer isso logo, pois em menos de cinco minutos todos os geradores do hospital ligarão automaticamente. - Falava a Dayane com uma lanterna na mão e uma cadeira de rodas do lado, com nossas fardas de incêndio em cima.

Batalhão 16: Eu e os Militares (Romance & Mistério) - Livro 1Onde histórias criam vida. Descubra agora