Comecei a abrir os meus olhos aos poucos, eu ouvia vozes de forma aleatória chamando o meu nome, mas não sabia se eu estava morto ou vivo, pois era uma sensação muito ruim, muito estranha. O meu corpo todo doía, era uma dor quase insuportável, mas era também um alerta de que, se eu sentia dor era porque ainda estava vivo, certo?
- Tenente, você está bem? Vamos sair daqui agora! - Era a voz do John, o irmão gêmeo do Jake que eu ouvia àquele instante.
Fui recobrando a consciência aos poucos à medida que eu abria os olhos e tentava me sentar naquela cama de borracha que outrora amortecera a minha queda com o Bryan. Eu via pessoas me olhando de cima, a imagem estava muito turva, uma pessoa parecia ser duas em algum momento devido à tontura que sentia, mas eram três homens na verdade, o cabo John Andrade, o soldado Jake Andrade e o Sargento Naldo Garcia.
- O que aconteceu? - falei bastante tonto.
- Tenente, durante a queda o cabo Derion bateu a cabeça em uma das paredes e desmaiou, ele está perdendo muito sangue no ferimento que se abriu em sua testa. - Disse o cabo Andrade, o Jake.
- Não temos tempo para conversas, precisamos sair logo daqui. Todo o prédio pode desabar em cima de nós a qualquer momento. A gente cuida dos ferimentos deles dois lá fora. - Falou o Sargento Garcia.
Eles desacoplaram os ganchos do traje do Bryan que estava fixado nas minhas costas, ele já estava ali do meu lado desacordado. Não havia fogo naquele estacionamento, por alguma razão que eu desconhecia àquele momento e devido ao fato do estacionamento ser no subsolo daquele prédio, o fogo ainda não tinha chegado até ali, mas isso era só uma questão de tempo.
- Vamos, depressa. Todos para os jeeps! - Gritou o Garcia correndo junto do Jake em direção a um dos veículos que estavam ali perto.
- Quer que eu o carregue tenente? - Falou o cabo John apontando para o Bryan que se encontrava ainda desmaiado.
- Não, eu mesmo faço isso. - Falei me levantando daquela cama de borracha inflável.
- Mas a sua perna tenente, você está perdendo muito sangue. Se continuar forçando assim você pode ter que amputá-la.
- Não importa, eu consigo andar ainda. Agora vai, eu levo o cabo Derion comigo.
- Sim senhor. - Ele finaliza.
O Soldado John correu em direção ao jeep que já estava a nossa espera. Peguei o Bryan em meus braços e fique de costas para a equipe, o olhei por alguns segundos, eu queria beijá-lo ali mesmo para ele sentir que eu estava ali com ele e que estaria sempre ao seu lado, mas não o fiz, não podia fazê-lo, eu tive muito medo do que os bombeiros e o Sargento pensariam. Virei-me com o Bryan desacordado em meus braços e segui em direção ao Jeep que sobrou para nós dois.
- Estamos salvos meu Derion. - Falei, na esperança dele ter me ouvido.
Um barulho gigantesco de uma explosão ecoou em todo o céu daquela cidade, as minhas pernas tremeram no exato momento. O prédio inteiro sentiu o grande impacto, algumas vigas que sustentavam aquele estacionamento começaram a se rachar no mesmo instante e tudo estremeceu de uma forma brutal. Para onde eu olhava tinha rachaduras imensas se formando sob as paredes e o chão daquele estacionamento, aquilo era o fim.
- Tenente pega o outro jeep, está a sua direita, a chave está na ignição. Precisamos sair daqui agora! - Gritou o Sargento Garcia partindo em disparada com o veículo.
Eu corri imediatamente para o veículo que estava estacionado a alguns metros de mim. Coloquei o Bryan no banco do passageiro e me sentei no banco do piloto, liguei aquele monstro e arrancamos dali. O prédio inteiro começou a cair aos poucos, a afundar devido a sua estrutura base ter ficado bastante comprometida, as paredes do estacionamento quebraram fazendo o teto ceder. Eu quase não consegui sair de dentro do estacionamento a tempo, uma vez que eu achei que ele fosse nos esmagar até conseguirmos escapar dali.
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Batalhão 16: Eu e os Militares (Romance & Mistério) - Livro 1
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