Capítulo 13 - Pesadelo

10.3K 589 96
                                    

Naquele mesmo momento do nosso beijo intenso e maravilhoso, ouvimos novamente alguém bater à porta, eu cessei rapidamente o beijo que o Bryan me dava e olhei para trás, não acreditando naquele instante no que eu via. A Dayane, a enfermeira estava parada ali de pé, olhando para nós dois com a mão esquerda segurando a porta entreaberta, um telefone na outra mão e os olhos cheios d'água. Nós dois tínhamos esquecidos completamente que ela traria o telefone em questão de minutos para o Bryan, e agora não sabíamos o que falar para aquela moça.

Dois Bombeiros... Um tenente e um cabo oficial se beijando dentro de um quarto de hospital depois de uma noite infernal salvando pessoas e as nossas próprias vidas. Se tudo aquilo chegasse aos ouvidos dos chefes de batalhões ou até mesmo do nosso sargento, nós dois estaríamos bem ferrados, perderíamos os nossos empregos, uma vez que eram estritamente proibidos patentes maiores a outras, a contar de primeiro tenente ter qualquer tipo de envolvimento amoroso com alguém da corporação.

- Espera um segundo, não é nada do que você está pensando. - Falei, tentando argumentar de alguma forma.

- Isso foi... - Ela tenta falar.

- Aos seus olhos isso deve ter sido nojento, feio, errado. Eu estou ciente de tudo disso, mas eu posso explicar. - Falei, interrompendo ela.

- Não precisa explicar nada, tenente Braz. E nada do que vocês falaram ou fizeram foi nojento, pelo contrário; eu achei lindo. - Ela conclui sorridente.

- Como é? - Interrogou o Bryan, completamente assustado.

- Me desculpa senhores, mas eu estava chegando e, antes que eu pudesse abrir a porta, eu ouvi vocês dois conversando sobre algo e não quis atrapalhar, mas também eu precisava entregar o telefone que você pediu cabo Derion. Então eu fiquei aguardando do outro lado da porta e não pude deixar de ouvir as coisas lindas que vocês falaram um para o outro.

- Isso é sério? - Interroguei confuso.

- Sim. Amor inocente, verdadeiro é realmente algo muito bonito. - Ela continuou falando enquanto acabava de entrar, fechando a porta.

- Por essa eu não esperava. - Bryan fala com a mão no queixo, tão perplexo com a situação quanto eu.

- Sabe... Depois que eu saí de um relacionamento meio abusivo com um rapaz há alguns anos atrás, eu achei que fosse ficar só por um bom tempo. Eu estava disposta a focar muito mais no meu trabalho, na minha vida pessoal e profissional, mas aí apareceu a Beatriz e, com o passar do tempo é claro, ela se tornou tudo na minha vida. Eu a conheci na academia de musculação que frequento, e já estamos juntas há quase três anos. - Concluiu a Dayane.

- Eita que coisa linda. - Bryan afirma surpreso.

- E eu achando que você talvez estivesse afim do Derion. Isso estava me incomodando um pouco e eu não sabia ao certo o que era até que você saiu daqui. - Falei meio cabisbaixo.

- Nossa... Isso é sério? - Ela fala sorrindo.

- O tenente insistiu em dizer que você ficou afim de mim, mas eu não percebi isso. - Bryan afirma sorrindo meio tímido, o que era novo para mim, se considerar o quão mulherengo ele se tornava quando estava alcoolizado.

- Primeiro fiquem calmos senhores bombeiros, podem ficar bem à vontade comigo e se chamarem pelos vossos nomes. Está tudo tranquilo por aqui e, por favor, sem clima chato e estranho. Eu realmente te achei um gatinho Derion, como também achei o mesmo de você, Diego. Vocês são dois pedaços de muito mau caminho na vida de uma mulher, são bem atraentes e musculosos, mas esse é o meu jeito, eu sempre brinco com os pacientes. É uma maneira de manter qualquer que seja a situação do mesmo o mais amena possível, entendem? - Ela afirma enquanto entrega o telefone ao Derion.

Batalhão 16: Eu e os Militares (Romance & Mistério) - Livro 1Onde histórias criam vida. Descubra agora