Bônus: "A Carta"

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"Me desculpe, irmãosMil desculpas, amorMe perdoe, paiEu te amo, mãe

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"Me desculpe, irmãos
Mil desculpas, amor
Me perdoe, pai
Eu te amo, mãe.

Você consegue ouvir o silêncio?
Você consegue ver a escuridão?
Você consegue restaurar o que foi destruído?
Você consegue sentir meu coração?" - Can You Feel My Heart, Bring Me The Horizon



Mahara entregava uma das suas "tentativas" de cupcake para Maya, recebendo um olhar receoso da pequena. Kiran observava a cena com os cotovelos apoiados no balcão da cozinha, rindo alto. A sua mãe o fitava em repreensão mas logo o acompanhava na risada. Apesar do momento de descontração, ela estava sofrendo com a prisão do seu filho. Desde que Dinesh se entregou, chorava todas as noites suplicando aos deuses para que cuidassem dele. Além da dor de ter seu amado filho longe de casa, ainda precisava lidar com o aperto no peito ao saber das atrocidades em que ele estava sendo acusado. A sua intuição materna dizia que Dinesh era inocente, mas isso não seria o suficiente para conformar o seu coração calejado.

— E se você estiver certo, Kiran...? — ela murmura com o olhar direcionado à Maya que comia alegremente um cupcake preparado pelo seu irmão. O rapaz ao seu lado a encarava confuso. — Sobre o Dinesh. Ele realmente seria capaz de... Não, eu não quero acreditar nisso. Eu não quero acreditar que o meu Dinesh é esse tipo de pessoa.

— Ele não é. — Kiran responde com firmeza. — Confie em mim.

— Eu confio, mas como o Dinesh pôde mudar tanto?

Um longo suspiro escapou dos lábios do Yamir.

— Eu não faço ideia. Na verdade, o Dinesh é misterioso demais e sempre guardou tudo para si.

— É verdade...

Maya se aproximava dos dois e cutucava a barriga do seu irmão, abrindo um sorriso bobo alheia ao sofrimento que a rodeava. Mahara explicou que Dinesh estava de "férias" longe do Japão, pois se via incapaz de descontruir a imagem que a garotinha tinha do seu irmão.

— Ei, bhai. Poderia pegar o livro de dinossauros para mim, por favor?

— Claro, Maya. — sorria ternamente. — Onde está?

— Er... Eu não sei...

— Está no seu quarto, querido. — comenta Mahara. — Eu guardei na sua estante porque a dela está cheia de bonecas. Por sinal, já está na hora de levar algumas para a doação.

Ao saber dessa notícia, Maya negava com a cabeça fazendo um bico. O jovem ria diante da sua reação, acariciando a cabeça dela antes de seguir para o seu quarto em passos lentos. Durante a caminhada, pensava no seu irmão e como estaria a sua rotina na cadeia. Ele queria visita-lo porque havia algo "preso" em sua garganta, só precisava encontrar o fio de coragem necessário.

O filho perfeitoOnde histórias criam vida. Descubra agora