Capítulo 27 (Parte II)

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"Perdoar a si mesmo, embora seja um ato solitário, é o modo mais prático de fazer as pazes com a única pessoa que pode te destruir de verdade e mais cedo

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"Perdoar a si mesmo, embora seja um ato solitário, é o modo mais prático de fazer as pazes com a única pessoa que pode te destruir de verdade e mais cedo." - Will Lukazi

Dinesh subia seu corpo, retornando à superfície enquanto recuperava o fôlego. As ondas do mar batiam as suas costas em uma massagem mais brusca. Por um momento, concentrou-se nas crianças brincando na água, a música local e os vendedores ambulantes anunciando seus produtos. Então, caminhou até a areia jogando o longo cabelo para trás e ignorando os olhares em sua direção. A aparência do homem, como sempre, chamava atenção por onde passava e no Brasil não era diferente.

Manu pediu para que ele fosse para uma das praias de Santos, uma cidade litorânea do Estado de São Paulo, para descansar um pouco.

Após se sentar no chão, apoiou as mãos sobre a areia macia soltando um longo suspiro aliviado. O Sol batia na sua pele morena, fazendo-o brilhar por causa do protetor solar em seu corpo. O longo cabelo estava solto e as mechas se espalharam pela areia quando o rapaz inclinou-se levemente para trás.

Enquanto encarava o mar, pensando em como encontraria a resposta do seu problema, duas garotas apareceram para pedir o seu número mas ele recusou com um aceno desajeitado, tentando falar português.

Droga. Eu vim para um país sem saber falar nada da língua nativa. Parabéns para você, Dinesh.

Ele abraçou as pernas, repousando o queixo sobre os joelhos e direcionando a sua atenção para as crianças brincando alegremente na água. Algumas pulavam as ondas, outras eram levadas por elas. O seu olhar mudou para os bebês brincando na areia, tentando fazer castelos de forma atrapalhada. Dinesh também analisou os jovens jogando futebol na praia, os vendedores com um largo sorriso expondo seus produtos e os casais andando de mãos dadas.

O seu coração doeu ao ver toda aquela alegria que desejava para si.

— Quem eu devo perdoar...?

Então, depois do seu murmúrio, Dinesh viu uma garota sorrindo enquanto tirava fotos da praia. Os longos cabelos negros dela e o seu largo sorriso o fizeram lembrar da jovem daquela fatídica noite.

— Sakura...

Ele arregalou os olhos surpreso com a sua conclusão, ficando de pé e colocando a calça às pressas. Ao fundo, podia ouvir alguns suspiros frustrados das mulheres por ele estar vestindo a sua roupa, ocultando a sunga preta com listras brancas.

(...)

— Eu encontrei quem eu devo perdoar! — exclama Dinesh eufórico.

Manu interrompia a sua explicação para alguns turistas, virando o rosto em direção ao Yamir e sorrindo fraco.

— Que ótimo. Sinto em seu olhar que realmente encontrou, mas poderia me esperar terminar de falar com os turist-...

— Por Ganesha! Eu não acredito que estava debaixo do meu nariz esse tempo todo!

O filho perfeitoOnde histórias criam vida. Descubra agora