Capítulo 9

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"O mal da grandeza é quando ela separa a consciência do poder

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"O mal da grandeza é quando ela separa a consciência do poder." - William Shakespeare 


Dinesh terminou o curso de Gastronomia e fez uma enorme festa comemorando tal feito. A sua mãe o abraçou forte chorando de orgulho e o pai também se permitiu comemorar o momento. Ao final do seu primeiro curso, o rapaz iniciou a faculdade Administração. O motivo? O empresário de confiança de Raj, Thomas Adams, pretendia ocupar o cargo da presidência no futuro. Inicialmente, não era um problema porque o homem se mostrava competente em sua função. Porém, Raj descobriu um esquema de corrupção o envolvendo junto com outros funcionários e se viu incapaz de colocar alguém assim na presidência. Então, após conversar com seu filho mais velho a aflição que o atormentava, Dinesh decidiu cursar Administração caso o pai não encontre um novo sucessor no futuro. E, por isso, deixou para fazer o mestrado em Gastronomia – o qual seria na Europa – para outro momento.

Contudo, ele não pensava em como Administração divergia muito do seu sonho. A sua maior vontade é poder agradar as pessoas com suas combinações de temperos e ingredientes. Mesmo abrindo mão, temporariamente, do mestrado, Dinesh não deixou de praticar a culinária um dia sequer. Então, todas as refeições possuíam pratos diferentes feitos pelo jovem.

— É tão ruim assim usar essa roupa? — questiona Mahara ao se aproximar.

O rapaz fazia uma cara de desagrado ao encarar o próprio corpo coberto pelo terno preto e os sapatos sociais. A camisa social branca entrava em contraste com sua pele morena e dava um ar mais maduro. O seu longo cabelo estava preso em um rabo de cavalo baixo, tocando a sua cintura. Ele estava em uma guerra incansável contra a gravata.

— Sim, essa droga não quer ficar alinhada.

— Calma, eu irei te ajudar. — ela parava frente à frente com o filho, começando a fazer o nó na gravata. — E nada de palavrões na empresa.

— Eu sei, não se preocupe.

Ele teria que participar da sua primeira reunião com os sócios e ainda estava tentando decidir se isso o assustava ou animava.

— Prontinho. Está perfeito!

Ao se encarar no espelho do quarto, sentiu um estranhamento interno. Esse não é o homem que desejava se tornar e, mesmo que seja temporariamente, tinha medo de perder a sua essência.

— Está pronto? — pergunta Raj aparecendo na porta. — Uau! Já te disseram como você combina de terno?

Dinesh apenas soltava resmungos inaudíveis.

— É melhor irem logo para não se atrasarem.

— Até mais, iadala.

— Até, mamadi.

Mahara dava um abraço no filho e o esperava ir para o carro, puxando o marido para um curto beijo. Em seguida, ambos os homens seguem em direção ao local de trabalho.

O filho perfeitoOnde histórias criam vida. Descubra agora