Capítulo 38 (Parte II)

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"E se eu estiver longe de casa?(Oh, irmão, vou ouvir você chamar)E se eu perder tudo?(Oh, irmã, eu vou ajudá-la)Oh, se o céu estivesse desmoronando, por vocêNão há nada neste mundo que eu não faria

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"E se eu estiver longe de casa?
(Oh, irmão, vou ouvir você chamar)
E se eu perder tudo?
(Oh, irmã, eu vou ajudá-la)
Oh, se o céu estivesse desmoronando, por você
Não há nada neste mundo que eu não faria." - Hey Brother, Avicii


Dinesh analisava as cartas em sua mão, logo voltando o olhar para os outros três homens entorno da mesa redonda. Kondo, Aoki e Ogawa são os seus companheiros de celas durante esse longo mês que o Yamir está na prisão. Mesmo não conversando muito com eles, considerava-os bons colegas por saber que sempre podia contar com seus conselhos quando precisava desabar.

— Não acredito que você ganhou de novo, Dinesh!

Kondo jogava as cartas na mesa, suspirando pesadamente.

— Acostume-se, querido. Eu sou muito bom em jogos.

— Mas perdeu três partidas seguidas quando chegou aqui.

— É porque eu não sabia que o Ogawa frequentava cassinos, Aoki. Agora, estou com uma abordagem diferente.

— Tem lógica.

Ogawa se limita a rir baixinho. O homem de cinquenta e três anos possuía curtos fios grisados, algumas falhas na cabeça e um olhar calmo. Porém, suas expressões mais rígidas evidenciavam que já viveu junto ao perigo e, por essa razão, pegou trinta anos de cadeia. Aoki era apenas cinco mais novo do que Ogawa e a sua pena foi menor, dez anos por um homicídio simples. Por outro lado, Kondo era o mais novo do grupo com seus vinte e três anos mas, desde que atingira a maioridade, encontrava-se preso.

— E sobre o seu julgamento, Dinesh. Como as coisas estão indo? — pergunta Aoki, curioso.

— O meu advogado está em busca de provas para me inocentar, mas não está sendo fácil.

— Eu espero que você seja inocentado. É muito injusto alguém ser preso por matar aquele Thomas Adams. — comenta Kondo sem esconder a sua indignação. — Você devia ganhar a chave da cidade, isso sim.

O comentário dele arranca uma risada do mais velho, Ogawa, que gesticula com a mão em desdém dizendo:

— Não adianta pensar dessa forma. O Dinesh pode ter matado uma pessoa ruim, mas não deixou de ser uma vida e será isso que o júri levará em consideração.

— Mas...

— Kondo, a justiça deles é diferente dessa aqui. — comenta apontando para a própria cabeça com o dedo indicador. — Não seríamos compreendidos de qualquer forma.

— E não podemos esquecer que precisamos pagar nossas penas aqui. — pontua Aoki.

— Como vocês conseguem se conformar tão fácil em passar a vida trancados? — questiona Dinesh enquanto embaralha as cartas. — No começo, eu não me importava de receber minha punição mas depois percebi que eu mereço uma segunda chance. Não aqui, mas lá fora.

O filho perfeitoOnde histórias criam vida. Descubra agora