As melhores lembranças são para sempre. Mesmo quando as pessoas deixam de ser.
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Soltei um suspiro cansado outra vez conforme continuava sentada na arquibancada. O vento fresco do fim de tarde balançou meus cabelos soltos e tentei focar minha mente no jogo que acontecia diante dos meus olhos.
Futebol não era muito a minha praia. Aliás, qualquer esporte não me chamava nem um pouco a atenção, mas ainda assim me prontifiquei a estar junto de meus amigos apenas porque Cláudio estava jogando. E, claro, Davi.
Meu melhor amigo conhecia um pessoal que sempre o chamava para jogar em um clube e, naquele dia, ele resolveu convidar o resto de nós para irmos também. Quando soube que ele chamou Espanha para jogar, fiquei pensativa se era mesmo uma boa ideia ir. Da última vez que saímos juntos não foi bem a melhor coisa, apesar de que eu mesma quis ir para a praia, mas tinha sentido algo muito estranho quando estávamos os dois na água. Fiquei pensando naquilo por dias, apenas fingindo que estava tudo certo ao mesmo tempo em que me corrigia a cada vez que me aproximava demais dele no colégio.
Para meu desagrado, Bianca estava sempre por perto. Eu estava tão sem paciência nos últimos dias que se ela viesse falar qualquer graça eu não me responsabilizaria pelos meus atos. Não fazia sentido nenhum ela falar aquelas coisas para a amiga, mesmo que a ruiva agora namorasse com o garoto do vômito.
Foi só pensar em Samantha que a avistei entrando na arquibancada sozinha para se sentar e terminar de assistir o jogo dos meninos. Desviei o olhar no mesmo instante em que a percebi se virar em minha direção. Apesar de eu fingir que não a vi, Nayla, Laurinha e Vivi jamais deixariam isso passar.
— Menina, não é a...
— Sim. É. — cortei minha irmã antes que ela dissesse alto demais o nome da namorada do Davi que estava por perto.
Encarei o vomitador correndo para pegar a bola e tentei continuar como estava antes. Uma grade ficava bem em nossa frente, já que as meninas decidiram ficar quase coladas com o campo, mas consegui ver nitidamente Espanha se virar em nossa direção, em algum momento.
— Chama ela pra ficar com a gente, Lu. — Laurinha me deu uma cotovelada leve para chamar minha atenção.
— Você não tá falando sério, né? — encarei seus olhos como se ela fosse um monstro. — Não espere que eu vá fazer isso.
Laurinha revirou os olhos e comentou algo para Nayla, que assentiu com a cabeça.
— Ei, Samantha! — arregalei os olhos ao ouvir Nayla gritar pela garota. Minha amiga de turma se levantou e balançou as mãos para a ruiva ver de onde vinha. — Vem pra cá.
A expressão de Samantha foi a mesma que a minha ou talvez até pior. A cara de desconfiada com a gente chamando por ela não mudou até finalmente se aproximar e sorrir de lado para nós.
— Oi... — ela fez um aceno de mão e se sentou ao meu lado.
Todas nós a cumprimentamos de novo e senti o clima ficar extremamente desconfortável entre nós duas. Ela abaixou a cabeça e começou a mexer em sua pulseira, intercalando o olhar para o acessório e seu namorado.
— Então, Samantha. — Laurinha chamou sua atenção e a garota de olhos azuis escuros nos encarou. — Você estuda por aqui?
Ela ergueu as sobrancelhas em surpresa e suavizou um pouco sua expressão.
— Não, moro em outra cidade. Por isso estudo por lá também pra não ficar longe de todo dia tá aqui. — balançou a cabeça afirmamente.
A ruivinha percebeu que eu estava olhando e passou a me observar, mas não aguentei tanta pressão psicológica com aquele olhar dela tão penetrante. E bonito.
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Lições Que Aprendi Me Apaixonando Por Você
RomanceLuany tinha 16 anos quando sentiu pela primeira vez a famosa sensação clichê que tanto assistia nas telas de cinemas. Contudo, após descobrir que o garoto que encontrou por acaso em uma festa seria seu novo colega de classe, ela se vê presa em um d...