Lição N° 33.

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Chorar em festas com desconhecidos pode realmente mudar nossas vidas.

❁❁❁

— Hm, se liga.

Laurinha parou de comer para virar a tela de seu telefone para mim. Estávamos almoçando os três juntos no bandejão da faculdade, o que acontecia raramente por cada um ter que ir para um lugar bem diferente todo dia (e longe para um inferno para ficar andando como se fosse uma aventura divertida).

Na tela de seu celular, mostrava um pôster com detalhes coloridos com um endereço perto de uma praia e um horário meio tarde. Já imaginei logo o que minha amiga loira estava querendo com isso.

— Vai ter uma festa da faculdade da cidade vizinha hoje. A gente bem que podia ir, né?

Parei de comer meu almoço para processar as informações do pôster. Dez horas da noite era o horário que iria começar. Parecia que tudo começava extremamente tarde depois que as pessoas ao seu redor eram na maioria jovens adultos.

— Já vi que se a gente for nem voltamos pra casa. — constei após entregar de volta seu aparelho e me voltei novamente para meu prato. — Se quiserem ir, eu topo.

— Você? Luany? — Cláudio ergueu as sobrancelhas desacreditado. — O que te fez aceitar o convite sem a gente precisar te implorar pra ir junto?

Dei de ombros e bebi um gole do suco que comprei na cantina.

— Só a desculpa pra encher a cara mesmo.

— O que o tempo não fez contigo hein, amiga? — Laurinha soltou uma risada e pareceu bem mais animada com a ideia da festa. — A maioria das pessoas que vão vai ser dessa faculdade, mas eles não vão fazer por lá mesmo. Vai ser na casa de praia de um veterano.

— De onde vocês tiram esses convites? — perguntei realmente curiosa. Em todos esses anos como amiga deles já tinha percebido em várias ocasiões que iríamos parar em diversos lugares aleatórios, que nem mesmo sabia como teríamos sido convidados.

 — Conhecidos em comum, Lu. — a loira explicou sem tirar os olhos da tela do celular. Vi que ela mandou uma mensagem para alguém confirmando que iria levar mais dois amigos. — Essa daqui quem me encaminhou foi a garota que fiquei da sua turma no último semestre, lembra?

Assenti com a cabeça e a lembrança do dia me veio à cabeça, quando estávamos os três em uma na última festa que teve na nossa faculdade e a Laurinha sumiu por horas para ir até a casa de uma garota que morava na mesma rua do lugar. Descobrimos mais tarde que ela sentava bem no fundo da sala da mesma matéria que eu estava fazendo.

— Legal, então a gente pega um ônibus pra ir e pede um Uber pra voltar. — Cláudio confirmou e nós duas assentimos.

Acabamos precisando apenas realmente esperar até que o resto do dia passasse enquanto continuamos com nossas tarefas normalmente. Eu não estava muito animada e muito menos ansiosa como costumava ficar quando tinha algo de interessante por lá. Tudo o que iria encontrar nessa festa seriam universitários bêbados reclamando da própria vida ou vivendo como se ela fosse terminar naquela mesma noite. E já estava bem acostumada com essa situação.

Estar indo para uma casa de praia não me fez mudar de ideia sobre vestir qualquer roupa que me mantivesse confortável por causa da noite fria. Coloquei uma blusa de manga comprida rosa por dentro da calça e calcei meu par de tênis habitual branco. Enrolei a barra da calça para a meia que combinava com a camiseta pudesse ficar visível. Não precisei da Laurinha para pegar minha própria bolsa de maquiagem, apesar de passar só o mais básico. A motivação para me fazer sair de casa era completamente diferente da de estar bonita.

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