Não seja da mesma turma que o garoto que vomitou nos seus pés.
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A sala de aula não parecia o lugar mais convidativo naquela manhã.
Quando entrei no ambiente que já estava cheio, a primeira coisa que fiz foi me dirigir até o mesmo assento de sempre: aquele disponível no canto direito da turma, bem ao fundo. A janela que se estendia até o fim da parede deixava passar todos os resquícios de luz que ali batiam, mas o ar condicionado ligado não deixava com que o calor incomodasse alguém.
Observei ao redor após já estar acomodada na cadeira apenas para me sentir deslocada no cenário. Infelizmente, Cláudio e Laura foram colocados em uma turma do segundo ano separada da minha. Isso resultou em uma mesa grande sempre com um assunto vago ao meu lado, já que a única amiga da turma que ainda sentava comigo de vez em quando havia se deslocado para o outro lado da sala, com um grupo de seis pessoas que estava sempre atrapalhando boa parte das aulas por falarem demais.
Nayla, como era chamada, já estava rindo de alguma piada desnecessária e possivelmente sem graça às sete horas da manhã. Sentada no outro canto da turma, consegui evidenciar seus cabelos completamente pretos e lisos se movimentando de um lado para o outro conforme sua cabeça se mexia. A luz do sol iluminava sua pele escura e fornecia à garota de lábios carnudos, com batom rosado, um toque de beleza a mais. Porém, acreditava fielmente que não era só pela sua aparência que ela se tornava tão popular nos lugares que frequentava. Nayla também era simpática ao extremo e sabia conversar como ninguém, conseguindo sempre pensar em assuntos completamente aleatórios e, principalmente, engraçados. Ela também fazia as melhores piadas.
A turma ficava dividida em grupos bem comuns. Cinco amigas se sentavam na frente, a maioria delas bem extrovertidas e legais. Contudo, estavam sempre comentando da vida de outras pessoas, o que particularmente me incomodava bastante.
Já no lado esquerdo, ficava sentado um grupo de garotos, que hora ou outra se espalhavam pela turma. Eles eram os caras legais.
Do mesmo jeito, um quarteto formado por três meninos e apenas por uma garota estava do lado oposto das outras pessoas. Eu percebia eles passarem boa parte do tempo conversando coisas aleatórias. A aluna no meio dos meninos, Victória, era possivelmente uma das mais inteligentes de todo o colégio. Mas seus amigos ao redor, Fernando, Luccas e Victor, apenas ficavam bastante ocupados fazendo piadas sem graça sobre assuntos nada engraçados.
Estar sozinha a maior parte do tempo me proporcionou conhecer melhor as pessoas, mesmo que distante. E exatamente por causa daquilo, eu havia aprendido a reconhecer um bom idiota quando via. A maioria dos garotos da sala eram amigáveis, exceto pelo grupo de Victória, que até mesmo eu já tinha me metido em algumas discussões dentro da turma. Me perguntava como uma garota tão legal como ela estava rodeada de idiotas funcionais. Queria acreditar que ela somente não percebia com nitidez o quanto estavam errados e o quanto, mais tarde, talvez ela se arrependesse de suas atitudes.
Quando avistei o professor de sociologia entrar pela porta, minha cabeça se abaixou instintivamente e usei meus braços para me apoiar na mesa. A segunda feira sempre me causava sono imediato e naquele dia não foi diferente.
Infelizmente, meu sossego acabou quando ouvi uma voz conhecida soar ao meu lado e levantei a cabeça no mesmo segundo. Os cabelos de cor escura estavam bagunçados, e seus olhos esverdeados me encaravam curiosos, mas ele continuava bonito mesmo tão cedo. A camiseta branca do uniforme escolar estava escondida por um moletom vermelho e, diferente do que vi na festa de sábado, ele não usava mais os jeans rasgados por conta das regras do colégio.
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Lições Que Aprendi Me Apaixonando Por Você
RomanceLuany tinha 16 anos quando sentiu pela primeira vez a famosa sensação clichê que tanto assistia nas telas de cinemas. Contudo, após descobrir que o garoto que encontrou por acaso em uma festa seria seu novo colega de classe, ela se vê presa em um d...