quarenta e dois

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CAPÍTULO 42

No dia seguinte, acordei completamente detonada.

Minha cabeça rangia, meus olhos estavam inchados de tanto que eu havia chorado, minha mente corria atrás de tudo que havia acontecido na noite anterior. E o pior: meu coração estava doendo. Mais do que eu imaginava ser possível.

Eu realmente não sabia o que pensar.

Estava num embaralhado de emoções e dores que eu nem consegui levantar da cama por duas horas. Era como se o baile estivesse dividido duas partes das minha dúvidas: a primeira que eu tinha certeza que amava Sawyer com todo o meu coração e a segunda em que sentia aquela pulga atrás da orelha sobre o nosso amor não passar de uma farsa que me fez tomar uma sequência de más decisões.

Mas, ao todo, eu sabia que havia sido uma peça da minha mente contra mim.

Eram apenas paranóias. Ninguém sabia que eu estava drogada, a não ser que descobrissem por causa do meu surto. Era possível. Eu recebi várias mensagens perguntando se eu estava bem e inclusive tive que garantir a Maisie que estava melhor.

Mas, droga, eu só conseguia me sentir um lixo. Como se eu fosse a pior pessoa da face da Terra.

Um sentimento completamente novo e estranho para mim, porque era uma mistura de ressaca eterna com não sentir dores físicas e sim emocionais. Eu me sentia pesada. Completamente estraçalhada e emotiva. E, de novo, eu não conseguia chorar. Havia um enorme nó na minha garganta que me deixasse três mil vezes pior.

Eu só queria resetar tudo. Voltar ao momento em que eu comecei aquele furacão Sawyer e mentira falsa na minha vida.

Se eu fizesse isso, contudo, nunca teria conhecido a melhor pessoa que já havia tido a oportunidade de conhecer.

Cole não me mandou nenhuma mensagem, apenas pediu para eu avisar quando estivesse bem para conversamos. Mas eu realmente falei sério sobre precisar de tempo. Minha mente estava cheia de coisas para pensar e eu sabia que se o encontrasse não agiria racionalmente.

Eu ainda estava fitando o teto e pensando o que diabos estava sentindo quando o meu celular tocou.

Eu realmente tentei não atender, mas Brooke raramente ligava. Ela dizia que era uma coisa pré-histórica. Ou seja, podia ser sério.

- Alô? - murmurei, indisposta.

- Lydia, pelo amor de Deus! - gritou tão alto que eu afastei o telefone do ouvido. - Você precisa vir aqui agora!

Ela parecia ofegante. Até levantei parcialmente e me sentei na cama, ajeitando o telefone na minha mão.

- O que aconteceu?! - indaguei.

- Eu... Merda, você vai ficar muito puta comigo... - falou e eu sabia exatamente que careta ela estava fazendo.

- Brooke! - reprimi. - Fala logo o que aconteceu!

A ligação ficou meio muda e eu ouvi um suspiro alto do outro lado da linha.

- Eu meio que... - ela suspirou novamente. - Droga, eu meio que quebrei o pau do Bryce.

- Você fez o quê?!

Eu deveria ter escutado errado. Não era possível.

- Sim, eu transei com ele de novo, porra - falou e o meu queixo caiu. - Você pode me ajudar, por favor?

- Você quer que eu faça o que, Brooke? - indaguei e percebi que estava quase histérica também. - Conserte o pau dele como?!

- Eu não sei! - gritou também. - Só preciso de ajuda! Não sei como levar esse garoto no hospital! Não tenho um carro!

Só FingindoOnde histórias criam vida. Descubra agora