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COLE SAWYER

Eu acordei no dia seguinte com uma ressaca fodida.

Não lembrava de quase nada da noite anterior, principalmente porque eu não estava acostumado com tanta bebida. Nunca gostei de beber até cair e com certeza não era assim normalmente. Mas a ocasião faz o ladrão.

Eu realmente precisava beber e me senti ridículo por estar encontrando um jeito tão infantil para anular tudo que tinha acontecido no dia. Eu queria e precisava esquecer o quanto briguei com o me pai ontem. Sim, eu brigava com ele quase todos os dias. Mas nessa vez foi diferente.

Nós brigamos por causa da Lydia.

Eu também não queria lembrar sobre aquilo. Ele me fazia sentir ódio do meu próprio sangue e isso nunca deixava de me incomodar. Nojo da pessoa que me criou.

Tentei lembrar do que tinha acontecido na noite anterior e só dei uma risada ao recordar do mico que eu passei naquele bar. Eu não ligava, mas foi um experiência... diferente.

Pensando bem, tudo parecia ser uma experiência diferente naquele namoro falso.

Eu nunca esperei que fosse realmente apreciar o tempo como uma garota como Lydia Carpenter, mas estava tudo sendo bem divertido. Claro, ela era muito mandona e vivia falando de sapatos – sapatos, pelo amor de Deus –, mas sempre achava um jeito de me surpreender.

Como naquela noite do Inferno.

Bom, aquela sim foi uma experiência um tanto... única. Nunca mais falamos sobre isso, mas obviamente ela deveria saber que eu queria repetir o nosso erro naquela noite. Sim, foi um erro. E eu sabia disso. Não achava que a Lydia subitamente tivesse se apaixonado por mim depois do nosso beijo. Éramos muito diferentes.

Até porque o que eu mais ouvia sair de sua boca era "que raiva, Sawyer!".

Fiz o maior esforço do mundo para sair da cama e descer até a cozinha. Não estava ouvindo nenhuma gritaria no andar de baixo e isso só podia significar duas coisas: ou o meu pai estava dormindo ainda ou ele não estava em casa. Qualquer uma das opções só poderia ser lucro para mim.

Fiquei um tanto surpreso quando vi a minha mãe fazendo café. Apenas café, ela nunca cozinhava nada para nós dois. Eu e Caroline tínhamos que nos virar para fazer qualquer coisa.

- Bom dia - murmurei. - Carol já acordou?

- Eu sei lá - respondeu ela bem mais alto do que precisava.

Minha mãe tinha um problema no ouvido que a fazia gritar toda vez que falava. Era insuportável e bem cansativo, mas eu não podia a culpar por ter defeitos na audição.

Apesar de ser sido culpa dela, então não tinha o que reclamar. E ela sempre reclamava.

- Eu estava falando com o seu pai - disse ela, pegando uma caneca com café na mão que não estava segurando um cigarro. - Ele disse que você está namorando de novo. Você não arruma jeito, Cole?

Revirei os olhos, abrindo espaço para pegar uma xícara de café. Não era obrigado a aguentar aquilo logo cedo, de ressaca e sem café no meu organismo.

E sem cigarro.

- Você fala como se não tivesse tido quarenta namorados diferentes na adolescência - retruquei.

Só FingindoOnde histórias criam vida. Descubra agora