quarenta e sete

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CAPÍTULO 47

Depois do dia em que Jason terminou comigo e eu praticamente fui deserdada por causa disso, nunca pensei que poderia sofrer tanto na minha vida.

Bom, claramente eu estava enganada.

Nunca havia sentido um vazio tão grande quanto nos dias seguintes do término com a pessoa que eu ainda não conseguia mencionar nos meus pensamentos. Minha mente estava me corroendo por inteira, meu corpo sucumbindo ao fracasso e eu deixava. Eu não conseguia sair de cama ou fazer algo que levava minimamente um esforço, porque tudo exigia muito de uma energia que eu não tinha mais.

Eu nunca me senti tão mal na vida.

Mental e fisicamente.

Eu estava afundando na minha própria miséria. A miséria que eu causei para mim mesma. Eu não conseguia e nem queria sair daquele poço de decepção que me enterrei. Me sentia cada vez mais indefesa.

Mas a verdade era que eu estava tentando ao máximo esquecer que eu não estava com o coração partido da minha primeira real desilusão amorosa.

Tudo na minha mente se resumia a Cole Sawyer. Ele intoxicou todas as minhas terminações nervosas com a sua risada, seus olhos verdes brilhantes e as nossas memórias. Tudo me lembrava dele.

Eu não aguentava mais perder o apetite por estar sem ele. Nunca pensei que um término pudesse doer tanto.

Com Jason não doeu. Não doeu nada. O que doeu mesmo foi a situação que o envolveu, mas, parando para pensar, eu nunca sofri por ele. Porque, afinal, eu nunca senti por Jason o que eu sentia por Cole.

Merda, eu nunca senti nada como eu senti por Cole e ponto final.

E, por mais ridículo que aquilo podia parecer, eu achava que nunca mais iria sentir algo como aquilo.

Cole combinava comigo de um jeito que eu nunca esperei ou previ. Todas as nossas imperfeições pareciam perfeitas juntas e tudo que antes poderiam ser desavenças formavam o que éramos de tão bonito.

E eu me culpava tanto, tanto por ter estragado a melhor coisa que já me aconteceu, que estava me afundando aos poucos.

- Hora de acordar, Bela Adormecida - ouvi uma voz feminina e o meu cobertor foi puxado de mim, me obrigando a tapar meus olhos com a mão.

Que claridade maldita.

- Hum, me deixa dormir - murmurei, mesmo sem saber quem era.

- Lydia, são duas da tarde - uma mão me fez virar para frente e percebi que era Stacey. Subitamente todos pareciam tão iguais. - Esse quarto tá um chiqueiro.

- Que pena - murmurei, voltando a fechar os olhos.

Percebi que alguém abriu ainda mais as cortinas porque a claridade só piorou. Aquilo só podia ser brincadeira, sinceramente...

- Lydia, para com essa palhaçada! - Era a voz de Brooke. - Você vai virar um vegetal desse jeito.

- Eu já sou - balbuciei, me encolhendo na cama.

- Não, você não é - disse Stacey, me obrigando a olhar para ela. - Você é a garota mais forte que eu conheço e a minha melhor amiga. Me recuso a deixar você se sabotar dessa maneira.

Fiz questão de encará-la dessa vez. Ela estava certa. Eu estava me sabotando.

- É que tá... - eu não conseguia falar sem sentir minha garganta fechar de tanta vontade de chorar. - Tá doendo muito. Muito mesmo.

Só FingindoOnde histórias criam vida. Descubra agora