quinze

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CAPÍTULO 15

Uma semana passou e eu continuava sem saber de nada sobre o pai de Cole. Eu tive que aceitar o fato de que ele não se abriria para mim de jeito nenhum. Mas quem eu estava tentando enganar? Também não me abria para ele.

Nossa relação era puramente diplomática e sempre seria isso.

Infelizmente, eu ainda era mulher e ainda tinha aquela época do mês em que nem eu mesma me reconhecia. Por isso, quando Cole me chamou no outro sábado para ir ao bar – de novo – eu, que estava morrendo de cólica na minha cama, disse que não poderia.

Então, nada acostumado a ouvir um "não", decidiu me ligar quando eu estava no meio da minha "Sessão de Filmes da TPM".

- O que você quer? - rosnei, estressada por ter que parar o filme.

- Quero que você também - respondeu ele do outro lado da linha. - Você é minha namorada ou não?

- Não de verdade! - exclamei. - Por que você se importa? Deveria ficar feliz em ter uma noite de paz.

A ligação ficou muda por um tempo.

- Jackson e Sugar podem estranhar.

Revirei os olhos, sem saber se era porque Cole me incomodava ou porque eu estava com uma cólica desgraçada.

- Eu não me importo! - quase gritei. - Volte a falar comigo quando você trouxer chocolate, tchau!

Desliguei o telefone antes que ele pudesse responder e me afundei na cama. Deus, por que eu tinha que nascer mulher para sofrer desse jeito?

Desde que comecei a menstruar tive cólicas horríveis que nem o remédio ajudava. Minha mãe tentou medicações caseiras, bolsas de água quente e nada. Por isso, eu sempre tinha um dia que precisava ficar de molho na cama, só assistindo filmes violentos e comendo bosta.

Minha mudança de humor também era bem perceptível e se alguém tocasse em mim eu já tinha vontade de matar. Jason sabia disso e sempre me deixava em paz naqueles dias. Eu não ficava ultra sensível ou chorando o tempo todo, apenas ultra raivosa.

Cada garota com a TPM que merece.

Depois de meia hora, ouvi batidas na porta que novamente me fizeram pausar o filme e me estressar.

- Por favor, respeitar garota com cólica! - gritei, porque provavelmente era a empregada.

Porém, quando a porta se abriu e eu vi a cabeça de Cole, quase pulei de susto.

- Que porra você tá fazendo aqui? - exclamei, me sentando.

- Sua empregada me deixou entrar - disse ele. - Posso entrar no seu quarto ou você vai me matar?

- Eu vou te matar de qualquer jeito - esclareci.

- Ótimo - suspirou, entrando. - Porque eu estou morrendo de medo de encarar sua mãe. Acho que ela me odeia.

Minha mãe nem estava em casa, para a nossa sorte. Depois daquela conversa bizarra com ela, até eu tinha medo de encara-la.

Ainda bem que ela não havia visto Cole.

- É, esse era o objetivo do relacionamento falso - afirmei.

Cole deu de ombros, fechando a porta atrás de si.

- Você não desiste, né? - perguntei, já pronta para enxota-lo para fora da minha casa. - Já disse que não vou sair.

- Eu sei, só vim te trazer o que você pediu para poder falar com você.

Só FingindoOnde histórias criam vida. Descubra agora