vinte e dois - parte 2

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CAPÍTULO 22.2

- Aí meu Deus, o que está acontecendo aqui? - tapei meu olho com pressa ao ver uma cena um tanto comprometedora.

Eu não sabia se realmente havia visto o que eu achava que tinha visto e estava tudo relativamente distorcido, mas era bem óbvio uma coisa: duas pessoas estavam se dando bem lá dentro.

E eu só vi a cara de uma.

- Merda! Lydia, o que você está fazendo aqui? - ouvi a voz de Stacey e finalmente abri os olhos.

A porta do banheiro estava fechada e a minha amiga me olhava como se eu fosse doida.

Subitamente me senti mais sóbria do que nunca.

- Eu ia... - Merda, o que eu tinha na cabeça? Nem conseguia montar uma frase sem me sentir uma idiota. - Eu ia usar o banheiro.

- Você não sabe bater, não?! - o gritinho estridente de Stacey me fez recuar um pouco.

- Você estava dando no banheiro! - afirmei, incrédula. - Por que diabos não trancou a porta?!

Ela ficou vermelha igual a um pimentão, com os olhos verdes esbugalhados. E o pior de tudo: parecia incrivelmente brava.

- Eu não te devo explicações! - foi o que me respondeu, cruzando os braços.

- Nem eu! - respondi, ficando irritada. - A porta estava aberta e eu abri porque precisava mijar! Não é minha culpa que você não sabe como usa uma tranca!

Por favor, Lydia, pare de falar antes que você comece uma briga com a sua melhor amiga.

- Para quem você estava dando, afinal? - cruzei os braços também.

Stacey deu uma risada seca, desviando o olhar.

- Não é da sua conta, Lydia - retrucou mais bruta do que precisava. - Você não deveria estar se importando com o pau do seu namorado ao invés do pau que eu estava chupando?

Fiquei calada, porque subitamente a voz nem saia mais. Eu senti meu corpo inteiro borbulhar de raiva. Queria estar naquela paz de Woodstock de novo, porque estava a um pulo de dar um tapa na sua cara e nem sabia o motivo.

- Eu achei que amigas não tinham segredos entre si - murmurei. - Só acho estranho você aí com alguém sendo que nunca fala com a gente sobre isso.

- Sobre o quê, Lydia? - Ela parecia irritada.

- Sobre quem você está gostando ou dando... ou sei lá, porra! - E eu também estava ficando bem irritada.

- Não preciso gostar de um cara para transar com ele numa festa - caçou com uma risada. - Achei que você soubesse disso.

- Eu sei disso - afirmei rapidamente. - Não sou uma criança de cinco anos, Stacey.

- Você bem que tá parecendo como uma - falou.

Eu tive que me controlar para não fazer uma careta emburrada e provar seu ponto. Eu. Não. Parecia. Uma. Criança. Argh.

Só FingindoOnde histórias criam vida. Descubra agora