A Abençoada

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Lá estavam os cinco abençoados, debruçados sobre os livros mais antigos que todos os reinos e eles mesmos.

Aiyana tentava descobrir como conectar os dons deles, como mudar formas, como fazer areia se tornar rios. Ela tinha seus pensamentos de como fazer, mas o medo de não dar certo e ferir alguém a perseguia dia e noite.

– Aiyana? - a voz doce de Rowena a tirou da bagunça de seus pensamentos.

– Sim?

– Acho que devemos fazer uma pausa disso tudo, preciso de ar e água. - ela disse e seus olhos brilharam para fazer o pedido ser aceito.

– Claro, vamos fazer uma pausa.

Todos se levantaram, se alongaram e saíram em direções diferentes para aliviar seus desejos.

Somente Aiyana continuou olhando o livro.

O livro que estava em suas mãos era tão antigo quanto ela e seus irmãos juntos. Tauriel tinha vinte e quatro anos e Adriel com vinte e dois.

Ela passava as páginas procurando algum título onde dissesse sobre deuses, ou pessoas que tinham dons.

A ansiedade de ler algo para confirmar seus pensamentos corroía Aiyana por dentro. Uma pedra em sua mente.

Passava as páginas, e olhava em cada título em busca de algo.

No livro que estava em suas mãos não tinha nada tão relevante. Foi aí que ela se lembrou do mês passado, onde ela caminhou para os fundos da biblioteca e vários livros antigos dançavam em sua frente.

– Por favor, me leve novamente lá. - ela sussurrou para a voz que vivia lhe dando breves instruções sobre o que fazer.

– Levarei, mas feche os olhos.

Aiyana obedeceu instantaneamente e aguardou a próxima instrução.

– Guiarei seu corpo até lá, me permita assumir o controle de suas pernas.

– Por favor, faça o que for necessário.

Aiyana sentiu ter controle somente da cintura para cima. Suas pernas estavam sob controle de alguém, as pernas se moviam com leveza e rapidez. A voz a estava guiando para algum local que ela não conhecia. Desceram uma rampa, viraram duas curvas à esquerda, caminharam um pouco e ela se sentiu novamente no controle das pernas.

Se permitiu abrir os olhos e se viu diante de uma mesa. O local era escuro, somente uma luz fraca em cima dos livros, a luz provavelmente vinha de alguma rachadura no telhado.

Ela examinou o local, e por conta da escuridão não conseguiu ver nada. Somente a mesa e os olhos à sua frente. Ela suspirou e se sentou, passou o dedo sobre os livros e leu a capa de cada um.

Um deles chamou sua atenção.

As mil maneiras de combinar dons.

Ela começou a ler de modo frenético. Cada parágrafo fazia algo em seu interior abrir cadeados, portas, palácios. A sabedoria do livro alagou sua mente de conhecimento.

Para que o dom da água seja fonte de vida, é necessário um pensamento criativo do que seja ser feito e uma combinação com outro elemento. O dom da terra é forte e puro. Em combinação com a água pode criar plantas, campos verdes e cintilantes, frutas e flores. Pode dar o verde aqueles espaços que não tem nada.

Aiyana pensou em sair dali correndo para testar o que tinha lido naquelas páginas, mas um vento mudou a página e foi para um capítulo intitulado de MISTURA DE FOGO E ÁGUA.