Todo treinamento estava acontecendo perfeitamente. Eles começaram a juntar os dons. Cillín estava conseguindo fazer fogueiras, Azura conseguindo remover areia de certos pontos, Rowena conseguindo controlar o vento. Somente Tyr que tinha certa dificuldade, e Aiyana tentava o ajudar da melhor forma possível.
Enquanto os demais trabalhavam em seus dons, Tyr e Aiyana estavam sentados no chão do quarto que Tyr estava dormindo. Ela tinha chegado ao palácio e não o tinha visto na " arena " de treinos.
-Você sabe que é capaz - disse Aiyana - Você tem toda capacidade do mundo, não deixe seus medos, seu passado lhe derrubarem. Não sei o que aconteceu ou qual é o seu maior medo, mas aqui, enquanto eu estiver aqui você estará seguro.
Ele começou a chorar. As palavras dela tocaram no fundo do seu coração e exalou saudades de casa e de seus amados pais.
-Um dia, quando você estiver pronto, me conte. - disse ela se levantando do chão - não precisa ser hoje, nem amanhã, pode ser daqui um mês, daqui alguns anos. Eu estarei aqui para ouvir.
-Irei lhe contar, irei. - ele também se levantou.
-Sabe Tyr? Acho que devemos treinar com espadas.
Assim ela saiu do quarto acompanhada dele. Ambos estavam mais leves, Tyr em especial, sentia seu coração mais suave que ao acordar.
O caminho de volta a arena foi repleto de risadas, eles encheram os corredores com suas vozes e gargalhadas, até que Aiyana ouviu um sussurro que a fez parar de rir e andar. Olhou ao redor, mas não viu ninguém, nenhum criado, ninguém.
-Você ouviu isso?- disse ela para Tyr, que tinha uma expressão curiosa no belo rosto.
-Era para eu ouvir algo?
Ela afirmou com a cabeça, mas seguiu o caminho que agora estava rodeado com um ar de curiosidade. Será que algo estava acontecendo, e as deusas estavam tentando avisar a ela? Mas o que seria? O que seria tão ruim que as deusas temessem avisa-la?
Eles chegaram a arena a primeira coisa que seus olhos viram foi um homem alto e de cabelos cacheados e loiros, Adriel.
Em algum lugar de sua ama ela esperava ver ele aqui, mas não tão rápido e inesperadamente, e pelo rosto paralisado e branco com a lua, ele devia ter visto além da sua da imaginação. Deve ter visto alguém flutuar brasas, ou fazendo um vendaval ou até mesmo criando um mini furacão.
Aiyana estava parada na porta, assim como todos os outros estavam parados. Azura olhava Adriel com desejo, seus olhos dourados brilhavam, e parecia ser a única pessoa ali capaz de se mover. Aiyana agradeceu as deusas por não ler mentes, ela saiu do congelamento e foi em direção a Adriel.
-Querido irmão, o que está fazendo aqui? - disse ela enquanto tentava abraçar ele.
-O que é que está acontecendo aqui? - disse ele baixo e de modo assustado.
-Sinceramente? Não sei, o que está acontecendo?
-Não me faça de besta, a mão daquela mulher estava fazendo a areia o baldo flutuar, poderia me explicar como é possível?
Aiyana estava entre rir e se esconder. Como explicar que ela e outros quatro daquela sala possuíam dons para moverem montanhas, quebrar montanhas, inundar montanhas e tantas outras possibilidades?
Ela olhou para Tyr que obviamente segurava a risada, Rowena estava com os olhos arregalados e as bochechas coradas, e novamente ela agradeceu as deusas por não ler mentes.
-Cillín vai te explicar tudo. - disse Aiyana enquanto se afastava de Adriel.
Cillín, pego de surpresa, apenas respirou fundo e contou cada detalhe de com ele e os demais podiam fazer determinadas coisas. Ao terminar, Adriel estava mais branco que os cabelos de Azura.
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A Abençoada
FantasyIndicado ao Wattys 2021. Uma maldição foi jogada por toda terra há 250 anos atrás. Um mundo que era florido, com alimento para todos, água abundante foi resumido a dunas de areia, alimentos mínimos, pequenos córregos de água doce. As brigas, guerra...