A Abençoada

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Três dias.

Esse era o tempo total que Aiyana tinha para que se resolvesse, se despedisse de todos e por fim quebrasse a maldição de todo o mundo.

Três dias até a próxima lua cheia.

Três dias onde veria se todos aqueles meses, dias e noites foram necessários para aquele momento, para de fato mostrar que ela era especial e merecida. Três míseros dias.

Ela caminhava de um lado para o outro dentro do salão. Palias observava Aiyana do canto, com uma das mãos na boca - posição que fazia quando estava de fato pensando ou se conectando com os outros deuses e deusas do sub plano. Ele tentava entender como não havia sido avisado sobre isso, logo agora em que tinha percebido que seus amores anteriores não valiam de nada quando se comparado ao de Aiyana. Suas paixões anteriores de nada valiam quando comparado ao ardor que sentia ao ver o sorriso, os lábios... Ao ver Aiyana.

A ansiedade estava matando ela. Não queria interromper a festa de seus amigos, mas era necessário. Sabia que eles iriam ficar putos se não fossem contatados sobre os próximos passos que a abençoada daria, e que aquele passo seria de extrema importância para toda a humanidade e não só para Nebulos.

– Droga, onde eles estão? - perguntou ela enquanto se aproximava da janela mais próxima que podia ver a estrada que dava acesso ao palácio.

-Em breve estarão aqui. - disse Palias. - Você mesma disse para eles virem quando pudessem. Agora só nos resta esperar.

Ela olhou para ele com a cabeça inclinada e uma sobrancelha erguida. Palias consertou a postura.

-Você devia estar do meu lado.- disse ela

-Mas eu estou, flor de tangerina.

-Isso não parece que você está do meu...

Antes de completar a frase a porta do salão foi aberta por quatros jovens adultos e abençoados, sem fôlego e com as expressões ansiosas e desesperadas.

-O que aconteceu?- disse Tyr após entrar correndo para o lado de Aiyana.

Os demais entraram no salão. Alguns foram direto para o vaso com água e outros para as poltronas.

-Quebrarei a maldição em três dias.- disse Aiyana.

Rowena que bebia água começou a tossir, ou melhor a se engasgar. Azura que estava ao lado bateu em suas costas para aliviar. Cillin que estava na poltrona deu um pulo, mas ficou indeciso entre ajudar Rowena ou questionar Aiyana.

-Como assim três dias?- perguntou Tyr que ainda estava ao lado de Aiyana.

A abençoada olhava seus amigos, decorava seus rostos, o brilho de seus olhos, a cor de seus cabelos. Aquilo parecia uma despedida, talvez fosse de fato, talvez não. Ela não sabia, mas deveria saber. Sabe-se lá o que os deuses estavam reservando para ela em seus dias futuros.

-Como se um raio tivesse passado por meus olhos em um determinado momento- Aiyana olhou para Palis, esse que tinha adquirido um tom corado as bochechas.-Imagens e mais imagens passaram por minha mente. E uma delas era eu, abaixo da lua cheia com os meus braços erguidos e os meus dons eram um emaranhado de luz, ar, terra, fogo... E eu estava vestida de branco.

Tyr havia sentado no meio da explicação, os demais também. Palias caminhava de forma decidida até Aiyana, e ela não deixou de olhar nos olhos penetrantes dele.

-Essa parte você não tinha me contado.

-Não, mas foi melhor contar para todos juntos, não acha?

-Eu poderia beijá-la agora.-sussurrou ele