Havia se passado três dias desde que Aiyana havia sido deitada naquela cama.
Todos os amigos revezavam para que ela não ficasse sozinha. Uma das primeiras coisas que fizeram quando o dia nasceu após aqueles eventos foi encontrar Adriel e Tauriel e explicar tudo que havia acontecido.
Os irmãos dela, de forma bem previsível, tinham surtado e prometido matar quem tivesse feito aquilo com sua irmã, e após o breve surto eles correram para ficarem ao lado da irmã. E Morana, mãe daqueles três, havia exigido saber o que tinha acontecido e porque sua filha não estava em casa. Ela mesma havia saído às pressas para ver sua filha e exigiu saber o que estava acontecendo, desde o começo.
Os amigos de Aiyana se dedicaram a deixar ela limpa, o quarto arejado e limpo, e confortável.
Enquanto a abençoada ainda dormia eles não sabiam o que deviam fazer. Não sabia o que aconteceria após ela ter trago a ordem ao patamar de poder. As vozes que sussurravam em seus ouvidos haviam sido silenciadas, como se Aiyana lhes tivesse mandando ficar em silêncio enquanto ela ficava em silêncio.
Tyr e Azura caminhavam todos os dias, e quase o dia inteiro pela vila para ajudar aqueles que precisavam. Tyr ajudava os que precisavam de água de forma urgente e Azura ajudava tanto em pedidos que exigiam força quanto os que exigiam seus dons, como erguer uma casa ou até mesmo afastar a areia da calçada.
Cillín e Rowena ficavam na maioria das vezes no palácio. Ora olhando Aiyana, ora procurando casos parecidos com o que havia acontecido com ela, ora se amando pelos corredores do palácio. Mas não era só isso, eles também ajudavam as pessoas na vila. Ajudavam na cozinha, nos campos e em todo lugar que eram solicitados.
Naquele momento Cillín estava jogado em uma das cadeiras viradas para uma janela que lhe dava total visão do céu, que exibia uma cor rosa para lhe dizer que o sol já estava se pondo e logo a lua seria a responsável pelo turno. Toda aquela confusão mexia com Cillín de um modo imensurável. Ele se sentia incapaz de fazer algo para ajudar Aiyana, ele não sabia o que fazer, como ajudar, como trazê-la de volta ao plano terrestre.
Ele sabia que ela estava viva, mas vagava por um mundo dos sonhos que não queria deixar ela sair.
Em todos os momentos ele pedia aos deuses para que trouxessem Aiyana de volta. Todos eles precisavam de seu olhar aguçado, de sua gargalhada contagiante, de suas ordens, de seus comandos. Precisavam dela.
Cillín suspirou e continuou olhando o sol se pôr.
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Aiyana encarava o breu em sua mente. Queria saber onde estava, mas tudo era escuro e lhe trazia um cheiro de sonho e algodão.
Aos poucos ela se recordou de onde estava.
Estava a três dias vagando pela terra dos sonhos. Um mundo onde qualquer lugar que você para é propício para dormir. Enquanto vagava havia encontrado camas tão confortáveis que o sono lhe invadiu e ela se viu deitada, sonhando com frutas vermelhas e outras roxas.
Ela vagava novamente, mas não sentia mais a intensa vontade de simplesmente fechar os olhos e dormir. Ela queria sair daquele plano, tinha que voltar aos seus amigos e terminar o que havia começado. Seu sangue era exigido na quebra da maldição.
Aiyana tinha que arrumar uma forma de sair dali. E ela ia conseguir, só não sabia como.
Lembrou-se de seus dons e poderes, um deles era exatamente da mesma cor e intensidade daquele mundo dos sonhos. Totalmente negro. Usando suas forças ela convocou o poder que estava repousando no fundo do baú.
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A Abençoada
FantasyIndicado ao Wattys 2021. Uma maldição foi jogada por toda terra há 250 anos atrás. Um mundo que era florido, com alimento para todos, água abundante foi resumido a dunas de areia, alimentos mínimos, pequenos córregos de água doce. As brigas, guerra...