Jardins

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Os dias passavam rápido, Lucca logo criou uma rotina para sí, de manhã tomava seu café e ia até a biblioteca, voltava para o almoço, sozinho em seu quarto e se sentava nos jardins do Palácio para ler.  Lia durante toda a tarde, sentado na grama até a hora do jantar. A hora do jantar com ele.

Ele não era um prisioneiro, mas foi sujerido, que se fosse explorar a Corte era melhor ir acompanhado de alguém da confiança de Helion ou do próprio Grão Senhor, Beron tinha espiões e sua segurança poderia estar em risco.

Então Lucca seguia sua rotina sem querer ser um encomodo ou um motivo de preocupação, e descobriu que o Grão Senhor também era uma pessoa de hábitos e que como ele, gostava do ar livre.

Helion geralmente ia ate seu escritório pela manhã, mas era comum vê-lo a tarde trabalhando em meio a sua papelada sentado nos mesmos jardins. Helion era mesmo surpreendente, Lucca pensou, seu comportamento não era nada parecido com o que ele imaginava que deveria ser o comportamento de um Grão Senhor.

Muitas vezes ele fazia uma pausa do seu trabalho e admirava os jardins, as flores, outras vezes ele simplesmente se deitava ao sol e ficava tão quieto que parecia dormir. E Lucca tinha que admitir que todas as vezes em que Helion aparecia nos jardins a tarde, ele somente fingia ler, observá-lo era muito mais interessante do que qualquer livro.

Eles dificilmente conversavam antes do jantar, mas eventualmente ele  pegava Helion olhando para ele também, as vezes seus olhares se cruzavam e Lucca enrubecia e depois ficava com raiva de sí mesmo por reagir desse jeito.

Até que em uma tarde ele tomou coragem para perguntar:

- Encomodo o Grão Senhor?

- Como?

- Não para de me olhar, devo estar encomodando. - Disse Lucca aborrecido.

- E porque um anjinho tão lindo me encomodaria? Eu gosto de admirar coisas belas e você não pode dizer que também não me olha, eu percebo anjo.

- Olho coisa alguma!

- Olha sim! Então sou eu que estou te encomodando? - Helion debochou.

- É claro que não senhor.

- Se não encomodo, por que me olha tanto?

- Eu não... Lucca começou a se atrapalhar.

- Você quer alguma coisa e eu sei o que é. Conheço esse olhar anjo, já o vi nos rostos de muitas pessoas. - Disse Helion com um olhar safado.

- Muitas? Você é muito egocêntrico!

- Ha, então você admite, você me deseja anjo.

Helion se aproximou, lentamente, Lucca segurou a respiração, o que ele faria? Uma mistura de medo, desejo e anciedade tomou conta dele, ele queria tanto beija-lo, sentir o corpo do Grão Senhor... Mas achava que não passava de uma piada, uma diversão para ele.

Helion se sentou na grama ao seu lado e perguntou com uma voz suave:

- O que voce quer anjo?

Lucca fechou os olhos e não respondeu, o cheiro dele era incrível, como sol e ar puro, ele não conseguia pensar, só sentir.

- É isso o que você quer?

E então Helion aproximou os lábios dos dele, só um toque suave, um roçar de lábios. Lucca abriu os olhos, Helion já se afastava, sorrindo.

- Não é isso o que eu quero. - Disse Lucca, e então se aproximou do Grão Senhor, - É isso...

Lucca se sentou no colo de Helion, as pernas entorno da cintura dele e o beijou com tudo, um beijo profundo, intenso. O gosto dele era melhor que o cheiro, ele não conseguia parar, mordia os lábios carnudos do Grão Senhor, sugava a sua língua, aquilo ia leva-lo a loucura, ele nunca sentiu algo parecido, e Helion estava retribuindo, o medo da rejeição o deixou e então ele começou a explorar o corpo musculoso de Helion com as mãos, mas não foi muito longe, Helion se afastou.

 O gosto dele era melhor que o cheiro, ele não conseguia parar, mordia os lábios carnudos do Grão Senhor, sugava a sua língua, aquilo ia leva-lo a loucura, ele nunca sentiu algo parecido, e Helion estava retribuindo, o medo da rejeição o deixou e ...

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- Agora que você já teve o que queria será que posso voltar ao meu trabalho? - Disse Helion tentando parecer casual.

Helion reparava nos olhares do rapaz, sabia que ele o queria, mas ele era tão jovem, como ele poderia... Os dias iam passando e o rapaz só intensificava os olhares, era uma tentação imensa!

Durante dias se sentava no jardim com ele, só para poder receber aqueles olhares, Helion sabia que ele apenas fingia ler, que o afetava. Reparava na maneira como ele enrubecia, mordia os lábios e desviava o olhar.

O auto controle de Helion estava acabando, o que aquele menino estava fazendo com ele? Ele sempre gostou de flertar e era bom nisso, mas naquela tarde ele cometeu um erro, e deixou a guarda cair.

Não foi como ele imaginava que iria ser: Provocá-lo, beija-lo de leve e vê-lo morrer de vergonha, mas o que aconteceu em seguida foi uma total surpresa, o rapaz não só o beijou com total entrega, como se sentou em seu colo e começou a tocá-lo.

Helion precisou dar um basta, e precisou reunir todo o seu auto controle de volta e se afastar, o que foi mais difícil do que ele imaginou que seria. Pela Mãe, ele queria deitar Lucca naquela grama e fazê-lo gemer o seu nome até se sentir satisfeito, mas ele não podia, não era certo... Não era, não era, ele ficou repetindo para sí mesmo, tentando acreditar nisso.

Helion se obrigou a se virar e ir embora, já no meio do caminho disse:

- Te vejo amanhã - não obteve resposta, também não olhou para trás.

Mas sentiu uma anciedade intensa, queria que o amanhã chegasse logo. Ele estava perdido, aquele rapaz ia ser sua ruína.

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