Lucca acordou no dia seguinte determinado e confiante, tomou um longo banho, escovou seus longos cabelos e se vestiu de forma impecável: Calça preta colada ao corpo evidenciando suas longas pernas, botas pretas com detalhes em dourado até os joelhos e uma camisa cor de vinho, de botões, que ele deixou aberta no colarinho, deixando o pescoço e a clavícula a mostra. Se sentindo lindo e um pouco libertino, desceu para a sala de jantar.
Ele geralmente tomava seu café sozinho no quarto, mas naquele dia decidiu por em prática seu plano logo cedo, antes que perdece a coragem. Chegando na sala de jantar surpreendeu Helion que tomava seu café com seu primo, Athos.
Lucca teve a impressão de que quando o Grão Senhor o viu arregalou um pouco os olhos e se engasgou com seu chá, Athos por sua vez riu da reação do primo.
- Bom dia Grão Senhor - cantarolou Lucca
- Bom dia - respondeu Helion, seco.
- Bom dia Lucca, junte-se a nós para o desjejum - Helion olhou feio à Athos.
- Seria um prazer - sorriu, simpático
- Que surpresa vê-lo se juntar a nós, achei que nosso trato era você tomar seu café em seu quarto. - ralhou Helion.
- Acontece senhor que eu estou entediado de ficar no meu quarto. Achei que não teria problemas me juntar aos senhores hoje. - disse Lucca, com inocência fingida.
- Não há problema algum, não é mesmo Helion?! - Athos disse, claramente se divertindo da ousadia do rapaz e do desconforto do primo.
- Não, sente-se, sirva-se - apontou Helion para a cadeira e para a mesa, ainda com aparente mal humor.
Acomodado e servido, Lucca foi prontamente ignorado pelos dois, que estavam tendo algum tipo de conversa chata a respeito de algum território problemático. E tendo jurado a sí mesmo não se deixar ser tratado dessa maneira, Lucca agiu da maneira mais travessa que conseguiu: lambedo a cobertura de bolo dos dedos de forma sensual!
A sua posição na mesa era a melhor possível, de frente para Helion e ao lado de Athos, que concentrado na conversa bilateral, não percebia o que ele estava fazendo. A princípio Helion não deu atenção, mas ele não ia desistir, então um minuto depois ele notou Helion olhando e tentando disfarçar, Lucca não parou: dedo no chantilly, dedo na boca.
Em pouco tempo Helion estava se revirando desconfortável na cadeira, pigarreava, se atrapalhava na conversa, gagejando. Lucca olhou dentro dos olhos de Helion e deu a lambida final, achou ter visto o Grão Senhor corar, corar! Ele nunca tinha se divertido tanto na vida!
Helion estava queimando! A muito tempo não via nada tão sensual quanto ao que Lucca estava fazendo com ele agora. Ele não era idiota, pela Mãe, ele inventou o flerte! E percebeu o joguinho do rapaz assim que ele passou pela porta da sala de jantar, mas não imaginou que ficaria tão afetado assim.
Cada vez que o rapaz lambia o dedo, ele sentia a língua em seu corpo, cada vez que ele olhava em seus olhos, ele sentia-se nu. Ele já se sentiu atraído por muitas pessoas, algumas muito quentes, mas o nível de erotismo que Lucca despertava nele só com aquela língua e aqueles olhos... Ele já não conseguia se lembrar da última pergunta de Athos, e precisou por um fim naquilo.
- Bom, tenho trabalho a fazer, Athos, me acompanhe. Sinta-se a vontade para terminar sua refeição Lucca.
- Obrigado, Senhor - E o maldito garoto sorria para ele como um gato muito satisfeito depois da sua última mal criação.
Helion perguntou a Athos a caminho de seu escritório:
- Mais que inferno! Você ontem me disse que isso era escândaloso demais até pra mim, e hoje você fica do lado dele?
- Ah, vamos Helion, não importa o que eu diga, você vai fazer o que quizer mesmo, e convenhamos, o rapaz tem o poder de te tirar do sério de um jeito que eu nunca vi antes, e é divertidíssimo de se assistir. - Athos estava vermelho de tanto rir.
- Você é um idiota! Mas se ele está pronto para jogar, então vamos ver quem fica de pé por último.
- Esse é o meu Grão Senhor! - Athos riu - Só me prometa que não fará nada da qual vai se arrepender depois. Não se esqueça do quão jovem ele é. - Diz ele, agora sério.
- Isso é algo do qual eu não consigo esquecer.
- Então vai fazer o que agora?
- Vou mostrar a ele o quão maravilhoso o Grão Senhor da Diurna pode ser. - Os dois gargalham e Athos deu tapinhas nas costas de Helion desejando boa sorte.
Naquela tarde Helion não se sentou no jardim, preferiu deixar a anciedade de Lucca tomar conta dele. Era golpe baixo, ele sabia, mas jogo era jogo.
A noite sentaram- se a mesa de jantar, só os dois. Lucca maravilhosamente vestido, Helion tinha que adimitir, ele não conseguia desviar os olhos do seu corpo, ponto pra ele.
Lucca ao contrário do que Helion pensava, aparentava estar muito sereno e controlado, nada de flertes, só educação, porém nada de anciedade e desconforto também.
Helion conhecia aquele jogo, ele o seduzira e agora o ignorava, esse era o jogo de Helion! Então ele queria fazê-lo provar do próprio veneno?! Helion riu mentalmente, ele fazia esse jogo a séculos, já poderia se considerar vencedor.
Após o educado jantar, Helion se despediu de Lucca na porta de seu quarto, com um beijinho na testa. Mais um de seus típicos gestos de deboche e se dirigiu a seu próprio quarto. Quando se despiu, se preparando para dormir, algo caiu de seu bolso, um bilhete.
Com uma linda letra cursiva e assinado "seu anjinho", estava o seguinte poema:
O Beijo
" Ondas quebrando em uma praia vazia,
o ritmo de nossos corações,
dois amantes se afogando perdidos no mar,
meus lábios a deriva nos seus."
Helion precisou de todo o auto controle para não invadir o quarto de Lucca e fazê-lo gemer.
P.S. Poema "The Kiss" de Michael Faudet.
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A Court Of Fire And Sunlight
FanfictionHelion, Grão Senhor da Corte Diurna era conhecido por seus feitos e sua reputação. Quebrador de feitiços, libertino, macho mais inteligente de toda Prythian, possuidor de mil bibliotecas. Helion merecia esses nomes, batalhou por todos eles, mas o q...