O Plano

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Lucca jantou sozinho naquela noite, Helion não apareceu como era de costume, o que foi uma bênção e uma maldição. A mente de Lucca não parava, o que ele havia feito?! Ele não teria coragem de encará-lo de novo depois do acontecido, como ele pôde ser tão estúpido?! De certo Helion estava rindo da cara dele agora, ele pensou. Ao mesmo tempo ele queria vê-lo de novo, precisava vê-lo. Era uma loucura.

Lucca mal conseguiu jantar, depois de revirar o prato ele desistiu e largou a comida praticamente intocada, também não iria conseguir dormir com certeza. Decidiu caminhar um pouco, pelos corredores do Palácio mesmo.

Enquanto caminhava todas as imagens daquela tarde surgia na sua cabeça, os olhos dele, as preciosas mãos em seus cabelos, em sua cintura, seus lábios cheios de encontro aos seus, sua língua, seu gosto, sua pele escura com cheiro de sol, inebriante... Lucca nunca havia sentido nada parecido.

Ao mesmo tempo a vergonha o corroía, nunca havia estado com um macho adulto e experiente como Helion. E se ele achou ruim? E se ele o achasse patético? Pela Mãe! O que ele faria?

Lá pela quinta ou sexta volta no mesmo corredor luxuoso Lucca já estava tão confuso com o misto de sentimentos que estava ficando irritado. Quem era ele para ousar causar tanta angústia em outra pessoa? Helion não tinha o direito! Primeiro ele flertava, depois debochava e depois o seduzia e ia embora como se nada tivesse acontecido, e ainda por cima sumia!

Lucca pensou que com certeza estava louco, mas tomou a decisão, se Helion fazia isso com ele, então ele também tinha o direito. Ele faria Helion provar do próprio veneno, ele colocaria Helion de joelhos!

E com a decisão tomada Lucca caminhou de volta ao seu quarto, nunca estivera tão determinado e entusiasmado em sua vida. Dormiu maravilhosamente bem e sonhou com olhos sedutores e brilhantes como o sol.

Helion se sentia desnorteado! Pelo Caldeirão, que infernos tinha acabado de acontecer? Sentado na varanda de sua adega pessoal ele bebericava o seu drink, extremamente forte, tentando colocar os pensamentos em ordem, e falhando miseravelmente

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Helion se sentia desnorteado! Pelo Caldeirão, que infernos tinha acabado de acontecer? Sentado na varanda de sua adega pessoal ele bebericava o seu drink, extremamente forte, tentando colocar os pensamentos em ordem, e falhando miseravelmente.

Tinha desistido de jantar essa noite, fome era a última coisa que ele tinha, pelo menos fome de comida, precisou fugir para o outro lado do Palácio para não cair na tentação de ir bater na porta do quarto de Lucca.

Maldito Lucca! Mais que merda o rapaz estava fazendo com ele? Helion pensava nele o dia todo e em momentos inapropriados, estava distraído o tempo todo, não conseguia fazer os seus serviços mais básicos.

Se arrependia de ter prestado o favor de acolhê-lo e no momento seguinte se via ancioso para vê-lo. Passava as manhãs esperando a tarde, para se sentar com ele nos jardins e passava a tarde esperando a noite para se sentar com ele a mesa e ouvir a sua voz durante o jantar. Helion se serviu de outra dose.

- Wisky em vez de jantar? Vejo que está com aqueles seus humores. - Disse Athos entrando na adega.

Athos, primo de Helion era o primeiro na linha de sucessão e seu braço direito, e infelizmente, pensava Helion, o conhecia bem demais.

Helion e Athos foram criados juntos depois dos pais de Athos terem morrido quando ele era jovem. Helion que era mais velho sempre o vira como irmão mais novo, mas para ser sincero Helion precisava adimitir, Athos sempre tivera mais juizo do que ele.

- Me deixe em paz!

- Bêbado e rabujento, quer me dizer a causa de seu mal humor?

- Estou falando sério, Athos, quero ficar sozinho.

- Óh poderoso Grão Senhor, Magnífico Sol Encarnado, deixe-me ser sua companhia nesta noite miserável! - Athos declamava debochando, se divertindo e sorrindo.

- Vá a merda Athos, não posso nem me sentir miserável em paz! - disse Helion tentando esconder o riso e falhando.

Sempre tinha sido assim, Athos era para ele o que ele era para Athos. Mais do que primos ou irmãos, mas companheiros de vida. Eles se entendiam perfeitamente, apesar das diferenças de personalidade. Helion amava ser Grão Senhor, Athos morria de medo de herdar o título, Helion não se prendia a ninguém, era um espírito livre, Athos era casado a séculos e tinha dois filhos. Mas mesmo assim as semelhanças eram maiores que as diferenças, os dois eram debochados e tiravam sarro da vida e dos outros, os dois viviam para o bom humor, eram amantes do conhecimento, da Política e da Filosofia.

Athos sentou-se, se servindo de uma dose de wisky, com a preocupação estampada no rosto, apesar do bom humor, Helion sempre pensou que Athos era um ator pior do que ele, sempre muito emocional.

- É o rapaz, não é?

- Eu não sei do que você está falando.

- Você sempre teve uma queda por rostinhos bonitos, qual é o motivo do mal humor, ele não está interessado?

- Athos, pela Mãe, ele só tem 17 anos!

- 17? - Athos exclamou surpreso. - Eu sabia que ele era jovem, mas nem tanto! É uma questão ética então... Helion eu sei que você não se importa com escandalos, mas isso já é demais!

- Eu sei idiota, porque você acha que eu estou bebendo?!

- Ele vai embora daqui a algumas semanas, tenho certeza que você pode se controlar. - disse rindo.

Helion não tinha tanta certeza. Athos pela primeira vez parecia não perceber a gravidade da situação em que Helion estava prestes a se colocar.

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