Helion, Grão Senhor da Corte Diurna era conhecido por seus feitos e sua reputação. Quebrador de feitiços, libertino, macho mais inteligente de toda Prythian, possuidor de mil bibliotecas.
Helion merecia esses nomes, batalhou por todos eles, mas o q...
Tentando controlar seus batimentos cardíacos e sua respiração Lucca seguiu Helion até a sala de jantar e a primeira coisa que percebeu foi a formalidade. A mesa devidamente posta, os criados prontos para servir. Outrora não tinha sido assim. Mais um sinal de que as coisas haviam mudado.
Se sentaram em silêncio e foram servidos em silêncio e Lucca se recusava a ser o primeiro a falar. Não por orgulho, mas por não saber o que dizer. Ele havia ensaiado durante anos o que diria a Helion quando o momento chegasse, mas agora, nenhuma palavra vinha a sua mente.
Depois do que pareceu ser séculos de um silêncio constrangedor Helion pigarreou e disse:
- Então, você voltou a alguns anos, aparentemente.
- Sim. Antes da guerra, lutei por Prithyan.
- E não pensou em procurar por mim? - Disse Helion, irritado.
- Não
- Não? Simples assim?
- Simples assim! - Lucca começou a ficar irritado. - Você sabe o que sou pra você, não sabe?
- Claro que sei! E você obviamente também sabe! Mais um motivo para ter vindo até a Diurna e procurado por mim!
- Quando foi que você descobriu Helion? - Perguntou Lucca, já desconfiando da resposta.
- Pouco antes de você ir embora.
- E mesmo assim me deixou ir, mesmo assim não foi atrás de mim! Por que eu que tinha que procurar por você? - Lucca estava totalmente irritado agora.
- Você era muito jovem! - Helion gritou. - Você queria que eu roubasse você de sua familia?
- Você devia ter me dito! Eu devia ter escolha! Minha família? Me mãe me considera uma vergonha, meu pai me usou pra ganhar dinheiro! - Agora era Lucca quem gritava.
- E como eu poderia saber disso?
- Se você tivesse se interessado verdadeiramente por mim você saberia! Você procuraria saber, merda! Assim como eu sempre procurei saber sobre você! - Os dois gritavam tão alto agora que Lucca não duvidava que todo palácio poderia ouvir, mas ele não se importava.
- Se você se importa tanto assim comigo, então você sabe que Amarantha veio poucas semanas depois que você se foi. Naquelas poucas semanas eu julguei está fazendo o melhor por você. Você só tinha dezessete anos! E então Amarantha prendeu todo mundo naquela merda de montanha e eu dei graças aos deuses por você não está aqui comigo!
- Pois saiba você que eu estava vivendo o meu próprio inferno! E ainda descobri ser seu parceiro sem poder fazer nada por você e me sentindo abandonado, porquê se eu sabia, você obviamente teria descoberto isso antes de mim. Você me abandonou! - Lucca começou a ficar rouco de tanto gritar. Fumaça saia de sua boca e seu nariz. Helion não estava em melhor estado, brilhando de raiva, literalmente, a luz emitida por ele fazia a noite parecer dia. - Você poderia ter me dito, eu tinha esse direito, poderia ter ido até mim quando Amarantha morreu. - Lucca abaixou o tom de voz, a raiva se transformando em dor.
- Eu sou um Grão Senhor, você entende isso, não é? Parte do meu povo foi morto, e quem não foi, foi torturado. Minhas bibliotecas queimadas, mais da metade dos meus Pegasus mortos. Eu tenho responsabilidades! Não podia largar tudo e ir atrás de você. Você está decepcionado comigo, mas eu também estou decepcionado com você. - Então Helion se levantou e deixou a mesa.
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Helion estava irritado, para dizer o mínimo. Ele nem se lembrava da última vez em que esteve tão irritado. Aquele menino insolente! Mas, no fundo Helion dava um pouco de razão a ele, só não sabia se podia adimitir.
Saber que ele esteve tão perto nos últimos anos e nem se quer procurou por ele o estava matando. Mais cedo pediu que Athos o sondasse e tudo o que ele descobriu fez o estômago de Helion revirar. Lucca disse que viveu um inferno, mas tudo o que relatou a Athos foram aventuras românticas. Muito preocupado com ele de fato!
Helion odiava perder o controle e sentir ciúmes desse jeito. Ninguém nunca havia o feito se sentir assim antes. Ele estava parecendo mais um jovem inexperiente.
Ele entendia o fato de Lucca está irritado por ele não ter falado sobre a parceria quando descobriu, mas como ele confidênciaria isso a Lucca na época? Ele era tão jovem... Helion sempre teve esperanças de que Lucca iria encontrar o caminho de volta. Nunca imaginou que seria desse jeito, com Lucca tão magoado com ele.
- Eu não vou pedir desculpas! - Helion grunhiu para sí mesmo no quarto, sozinho. E então atravessou para a Corte Crepuscular, precisava beber bem longe dalí ou arrumaria briga de novo.
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Lucca tentava controlar a respiração e os batimentos cardíacos. Enfim ele foi capaz de dizer tudo o que queria a Helion. Toda a sua indignação e insatisfação. Como ele foi capaz de saber da parceria e não ter dito a ele? Não ter dado a oportunidade dele escolher seu próprio destino?
Ele entendia que Helion não poderia fazer nada durante o reinado de Amarantha, mas abriu mão dele antes disso. E ainda se acha no direito de reclamar por Lucca não ter procurado por ele!
- Idiota. A Mãe me deu um idiota como parceiro!
Lucca achou melhor se concentrar em seu trabalho e esquecer de Helion por enquanto ou ele ia ser o primeiro a matar seu parceiro na história! Decidiu ir encontar com um de seus informantes na Corte Invernal e com sorte a reunião seria breve, pois em seguida ele pretendia beber até cair.
