Terras Humanas

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PARTE 2

Helion estava cansado, não fisicamente, mas mentalmente cansado. Desde que Amarantha veio para Prythian, a cinquenta e três anos atrás, Helion sente que não tem descanso. Os anos Sob a Montanha foram opressores, a perda da liberdade, dos seus livros, dos seus Pegasus, de seu povo. E em seguida veio a guerra, maldita Hybern! E agora as rainhas humanas.
Desde que Helion recuperou sua liberdade ele não teve tempo para descanço, o seu povo e sua corte precisavam dele. Ainda havia muito trabalho a ser feito mas, uma coisa de cada vez.

Recentemente Rhysand tinha entrado em contato com ele, para comunicar a morte de uma das rainhas na Corte Nortuna, o que era uma faca de dois gumes. Agora as rainhas restantes estavam usando a morte de Briallyn como desculpa para se voltarem novamente contra Prythian com a ajuda de Koschei, e o pior, com o apoio de Beron.

Rhysand estava organizando uma frente para tentar impedir esse novo mal de assolar Prythian, mas não com a ajuda de todos os Grão Senhores, porque nunca se sabe quem estaria apoiando Beron e a intenção não era uma nova guerra, e sim impedir que ela acontecesse. Rhysand o convidou para uma reunião, que aconteceria nas Terras Humanas, com a rainha humana Vassa e outros aliados.

Helion mal conseguiu fazer seu desjejum, andava muito ansioso e com a sensação de que uma coisa grande ia acontecer. Ele não sabia explicar esse sentimento, estava constantemente apreensivo, mas tentava dizer a sí mesmo que era só o passado, o trauma, ele não aguentava mais surpresas.

Então se dirigiu a àquele pedaço de terra humano, esperando ter boas notícias de Rhys e torcendo para a conversa ser breve, queria voltar logo para casa, para as suas obrigações.

Atravessando para a floresta que separava as terras humanas da Corte Primaveril, Helion não pôde deixar de estremer, a destruição da guerra ainda assolava aquelas terras quase quatro anos depois. Adentrando o vilarejo a situação era pior, muitos destroços, árvores caídas, casas destruidas. E o que sobrou não era muito melhor, o lugar era de extrema pobresa. Helion sentiu pena de quem vivia alí, pensou em Feyre e nas irmãs crescendo naquele lugar. Apesar da situação de sua corte, maltratada durante quarenta e nove anos por Amarantha, aquele lugar era pior.

Helion encontrou o endereço com facilidade, uma grande mansão, que um dia poderia ter sido bonita, mas agora, não estava muito melhor do que o restante do vilarejo, ainda estava de pé, mas a fachada e os jardins estavam em péssimo estado. Do lado de fora Helion conseguia ouvir as vozes, muitas delas. Então se dirigiu até a porta e bateu.

Quem atendeu a porta foi um macho bonito, da sua altura, cabelos ruivos e longos, um olho mecânico e uma cicatriz que atravessava o seu rosto, da testa ao queixo, que não maculava em nada a sua beleza

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Quem atendeu a porta foi um macho bonito, da sua altura, cabelos ruivos e longos, um olho mecânico e uma cicatriz que atravessava o seu rosto, da testa ao queixo, que não maculava em nada a sua beleza. Helion se lembrava dele, lembrava de quando o viu perder o olho. O filho mais novo de Beron. O filho mais novo de Sarah.

Helion não imaginou que teria que lidar com os Vanserra, o seu dia estava começando a ficar péssimo, mas já tinha ouvido a história do rapaz, de como Beron matou sua amante e em seguida ordenou que o próprio filho fosse morto. Se a Corte Nortuna confiava nele e o via como aliado, Helion poderia dar uma chance.

- Bom dia Senhor, por favor, entre. - Disse o macho, muito educado e se curvando.

Com um aceno de cabeça, Helion entrou na casa e seguiu até a sala abarrotada. Todo o círculo íntimo de Rhysand estava presente, assim como Vassa e Jurian.

- Como é bom vê-lo Helion! Comprimentou Feyre.

- Digo o mesmo, Quebradora da maldição. - Helion não pôde deixar de sorrir, sempre havia gostado de Feyre. - E o pequeno morceguinho? Espero que esteja bem...

- O nome dele é Nyx, e ele está ótimo, está em casa. Nós recebemos o seu presente, obrigada!

- O prazer é meu! Nunca é cedo demais para ter bom gosto. - Helion sorriu fazendo um biquinho.

- Ai Helion, só você mesmo para presentear um bebê com joias de ouro! - Feyre riu, se divertindo. - Vamos, vamos nos sentar!

Após cumprimentar os presentes, e flertar brevemente com Mor e Cassian, ele se sentou observando os arredores: Vassa e Jurian, muito próximos, conversando. Mor e Amren em algum tipo de discussão sobre roupas. Nestha e Cassian flertando descaradamente. Rhysand e Feyre, sentados próximos, o braço de Rhys na cintura dela, as mãos dela no cabelo dele, o peito de Helion se apertou, o laço de parceiria poderia ser uma bênçãos e uma maldição.

Ele ficava feliz por seus amigos terem uma vida plena, um com o outro, mas se sentia amargo por não ter tido a mesma oportunidade. E ele não era o único. Parado próximo a porta o rapaz Vanserra olhava desolado para a moça bonita sentada longe dele, a outra irmã, a vidente. O cheiro da parceria era evidente. O que também era evidente era o mal humor e desconforto do Encantador de Sombras, que também olhava para moça. Pela Mãe, que confusão! Porque as pessoas da Corte Notura tinham que ser tão dramáticas?!

Decidido a não pensar mais em laços de parceria, Helion foi direto ao assunto:

- Então, quando vamos começar a falar do que interessa?

- Estamos esperando mais um convidado. - Rhysand respondeu, na mesma hora que se ouviu uma batida na porta.

É, esse definitivamente não era o seu dia, pensou Helion, quando Eris Vanserra com um sorriso sarcástico adentrou a sala.

A Court Of Fire And SunlightOnde histórias criam vida. Descubra agora