Reação

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Na manhã do dia seguinte Lucca se sobressaltou com uma batida na porta, Helion estava no corredor com um sorriso enorme.

- Vamos!

- Onde? Ainda é muito cedo!

- Pare de resmungar e vamos logo!

Lucca seguiu Helion pelos corredores até a uma área da casa que ele não conhecia. O amplo espaço nos fundos do Palácio era gramado e separado por cercas. Helion seguiu em frente sem olhar para trás.

- Aonde estamos indo? Você está indo muito rápido não consigo acompanhar. - disse Lucca, correndo esbaforido atrás do Grão Senhor.

- Quero te mostrar algo e você está fora de forma anjo. - Disse Helion vigoroso e de bom humor.

Chegaram a uma área que parecia um imenso celeiro e Lucca suspirou alto, surpreso com o que viu.

Lado a lado, imensos cavalos brancos, com longas crinas trançadas, batiam com os cascos no chão, reconhecendo aparentemente a presença de Helion, mas o mais impressionante era as asas. Enormes asas brancas e emplumadas como as de pássaros.

Lucca ficou sem voz, nunca tinha visto criaturas mais lindas. Pegasus era o nome, ele se lembrava de já ter lido sobre eles, mas não sabia que ainda existiam. Ou que de fato já haviam existido, para ele essas majestosas criaturas não passavam de lenda.

Mas Helion não parou, continuou seguindo em frente, acariciando os Pegasus ocasionalmente. Lucca estava estupefado, de fato ele era um Grão Senhor de muito poder e influência, como poderia alguém ter duzias e mais duzias desses animais que não existiam mais em lugar nenhum?

- São lindos Helion, pare um pouco, deixe-me vê-los!

- Você vai ter a oportunidade de vê-los melhor depois, venha.

Lucca o seguiu até o final do celeiro onde havia uma porta para os fundos, e se ele ficou sem voz anteriormente, agora ele não sabia nem o próprio nome: Solto, correndo pela grama, estava o maior animal que ele já havia visto, um gigantesco Pegasus completamente negro. O Sol se refletia no pelo brilhante do animal enquanto ele relinchava e se erguia nas patas traseiras. O animal parecia ser completamente selvagem, mas Lucca não tinha medo, precisava tocá-lo.

- Esse é Meallan, meu melhor garanhão. Gostaria de conheçê-lo?

- Sim, sim! - Lucca não conseguia se conter, Helion não parava de rir.

Helion foi na frente, conversando com o animal, Meallan aos poucos foi se acalmando e se aproximou do Grão Senhor. Helion sinalizou para Lucca se aproximar, dizendo que era seguro. Lucca se aproximou, mas se manteve atrás de Helion, que continuava conversando com o animal com a voz carinhosa e suave, parecia que eles pertenciam um ao outro, que Meallan existia para ser montado por Helion, e só por ele. Era uma linda cena, Lucca se sentiu emocionado e privilegiado por poder presenciar tal momento.

- Venha, estenda a sua mão, deixe que ele sinta seu cheiro, se ele não se agitar você pode tocá-lo.

Lucca fez o que foi sujerido, Meallan o farejou e antes que ele pudesse fazer qualquer movimento, o Pegasus deitou a sua enorme cabeça em sua mão. Helion suspirou, surpreso.

- Ele gosta de você... - Helion tinha uma expressão indecifrável no rosto.

- E isso é bom, não é?

- Sim, claro, é que os Pegasus geralmente escolhem uma pessoa, eles deixam os cuidadores se aproximarem, escovarem, mas só tem um laço com uma única pessoa, Meallan tem comigo, nem o meu pai se aproximava dele assim, ninguém nunca o montou além de mim.

- Acha que ele deixaria que eu o monta-se? - Lucca perguntou a Helion, mas foi Meallan que respondeu, sinalizando com a cabeça: Sim.

- Acha que ele deixaria que eu o monta-se? - Lucca perguntou a Helion, mas foi Meallan que respondeu, sinalizando com a cabeça: Sim

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Helion poderia dizer que não ficava tão surpreso em séculos. Pegasus eram animais muito fiéis aos seus feéricos, e geralmente escolhiam um só, como uma espécie de laço. Ele só havia visto uma exceção a regra durante toda a sua vida.

Seu pai sempre criou Pegasus, e a Corte Diurna era provavelmente o único lugar no mundo onde eles ainda existiam. Eles tinha começado a ser extinguir a muitos séculos e seu pai acolheu os indivíduos restantes em um último esforço para tentar manter a especie viva.

Então Helion cresceu em meio aos animais, eram os amores de seu pai. Ele conhecia os mais dóceis, os quais ele podia tocar, e conhecia os que eram mais selvagens, que só seu pai possuia um vínculo, alguns deles nem os tratadores podiam se aproximar além de seu pai.

Mas existia uma exceção a regra: Sua mãe, a parceira de seu pai. Os animais sempre respeitaram a sua mãe, o que para Helion era plausível, eles eram iguais perante ao Caldeirão. Apesar de ele nunca ter visto a sua mãe montar em nenhum deles, ela morria de medo.

Helion deixou esse assunto para lá, Meallan sempre fora rebelde, sempre fez o que quis. Então ele selou o aninal e ajudou Lucca a se sentar, se sentando em seguida atrás dele.

- Pronto? - Perguntou Helion sorrindo.

- Sim! - Respondeu Lucca empolgado.

Então Helion estalou a língua e Meallan começou a correr, abrindo as asas. Segurando-se com firmeza a cintura de Lucca, Helion o ouviu dar um gritinho sufocado quando alçaram vôo. Helion sentia em seu peito uma excitação que não sentia a muito tempo. Uma felicidade e ansiedade parecida a de uma criança com início do verão, sorrindo eles voaram.

A Court Of Fire And SunlightOnde histórias criam vida. Descubra agora