Nas Nuvens

191 22 6
                                    

Se a Corde Diurna era linda vista do chão, do céu ela era incrível. Lucca e Helion voaram em Meallan durante horas, o Grão Senhor, apontava os lugares que mais gostava, apresentando a sua corte a Lucca, orgulho soava em sua voz e brilhava em seus olhos. Lucca pensou que nunca tinha sido tão feliz. Ele se sentia em casa pela primeira vez na vida, alí na Diurna, nos braços de Helion.

Quando o passeio acabou eles seguiram juntos até o Palácio, deixando Meallan descançar. Riram durante todo o caminho. Helion perguntava a ele sobre o que ele tinha gostado, sobre os lugares que tinham visto juntos, e toda vez que Lucca respondia alguma coisa que Helion aprovava, prazer e orgulho brilhava em seus olhos.

Lucca se sentiu acolhido e seguro, e deduziu que era o momento de tocar no assunto:

- Então, quando nós vamos conversar sobre nosso momento no jardim?

- Que momento no jardim? - Helion fingiu não lembrar.

- Você sabe do que eu estou falando, do beijo... - A voz de Lucca diminuiu nas ultimas palavras.

- Ah, desse momento... - Helion sorriu, um pouco triste. - Olha anjo, não sei se é prudente nós continuar-mos com isso. Você não acha?

- Você sabe o que eu quero...

- Nem sempre o que agente quer é o certo...

- E porque não seria?! Olha Helion, eu vou embora em poucas semanas, viver com um homem que mal conheço em um lugar estranho... - O humor de Lucca começou a mudar, ele estivera evitando pensar nisso nas últimas semanas. Ele estava chantagiando Helion, sabia disso, era golpe baixo, mas ele precisava tentar.

- Vem aqui. - Helion pediu suavemente. - Você está ciente de que independente do que aconteça não vai passar de um momento não é? Você vai embora e nós não vamos mais nos ver.

- Sim, estou. - Disse Lucca, com expressão de dor.

- Bem, eu vou pensar. - Disse Helion tentando sorrir. - Agora vamos, eu estou faminto.

Seguiram para o almoço juntos, Lucca pensou que talvez fosse ser fácil demais fazer o Grão Senhor se dobrar as vontades dele. Tentando desfarçar a empolgação que sentia, Helion e ele tiveram uma refeição civilizada. Mais tarde ele voltaria aos jogos.

Helion voltou a seus afazeres depois do almoço, andava tendo problemas em um território ao sul da corte que estava lhe dando dores de cabeça

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Helion voltou a seus afazeres depois do almoço, andava tendo problemas em um território ao sul da corte que estava lhe dando dores de cabeça. Seguiu pela capital da cidade afim de se reunir com seus conselheiros para descutir o problema.

Ele adorava andar pelas ruas da cidade, comprimentar as pessoas, falar com elas, mas naquele dia ele estava com a mente em outro lugar. Em Lucca.

Helion planejou levar Lucca para conheçer seus Pegasus na noite anterior. Ficou tão empolgado que o tirou da cama muito cedo, na manhã seguinte. Mas as coisas não aconteceram como ele havia planejado.

Os Pegasus eram animais extremamente inteligentes e nobres de espírito. Só se deixavam ser domados por pessoas as quais eles consideravam iguais, em intelecto e nobresa. Eram animais muito gentis, mas também muito arredios, e podiam ficar violentos quando se sentiam ameaçados.

O plano de Helion: Levar Lucca até os estábulos, fazê-lo ficar encantado com os animais e em seguida lhe apresentar Meallan, seu garanhão mais selvagem, e que põe medo em todo mundo, pelo tamanho e força. Então Helion montaria no animal e se exibiria a Lucca. Helion tinha que adimitir, adorava uma exibição pública. A falha no plano, que certamente ele não previu: Meallan só não gostou de Lucca, como deixou montá-lo.

Tivera um dos melhores momentos de sua vida a tempos, mas infernos, parecia que com ele tudo era diferente, ele não era afetado pelas ações de Helion como todo mundo era. Helion estava se sentindo vulnerável. Isso não podia ser bom... E quando Lucca de repente se entristeceu, Helion sentiu que poderia fazer qualquer coisa para fazê-lo se sentir melhor, qualquer coisa...

Não, ele tomaria as rédeas da situação, ele pensou. Sempre tinha sido assim, ele sempre pode controlar as coisas ao seu redor. Mesmo com a Senhora da Outonal, quando se sentiu mais frágil, ele deu conta, se reergueu. Quem seria Lucca para fazê-lo se sentir assim: ninguém de fato. Intrigante, bonito e nada mais.

Na hora do jantar Lucca estava diferente, Helion podia sentir a melancolia do rapaz mesmo do outro lado da mesa.

- O que está acontecendo?

- Não quero ir embora. - disse Lucca com lágrimas nos olhos.

- Eu posso imaginar, mas encare isso como uma oportunidade de conhecer melhor seu pai. E você me disse que queria conhecer o mundo, está indo para um dos reinos...

- Um território inimigo de Prythian e aliado de Hybern...

- Ainda sim um lugar diferente. É normal ter medo do desconhecido, mas as vezes a gente tem que encarar o medo, ele pode nos ensinar lições valiosas. Abrace as oportunidades anjo.

- Eu amo a Corte Outonal, mas seria estranho se sentisse que a Diurna é meu lar?

- É claro que não, você sempre pode voltar, a minha Corte está de portas abertas para você. - Sorriu Helion, feliz por ouvi-lo admitir tal fato.

O coração de Helion se partiu em ver toda a dor e tristeza de Lucca. Ele podia imaginar o quão difícil a situação era para ele. Deixar a própria corte, a família e agora Prythian. Ele era tão jovem e estava tão sozinho.

Queria abraça-lo, fazê-lo se sentir bem e seguro. Era uma sensação tão intensa que Helion se sentia confuso. Nunca tinha experimentado um sentimento de carinho e cuidado tão forte antes. E durante o caminho até seu quarto, após o jantar, ele não conseguia tirar a imagem de Lucca da cabeça. Ele feliz montando Meallan, ele prestes a chorar na mesa se jantar. O peito de Helion doía.

Abrindo a porta de seu quarto, Helion percebeu um bilhete no chão, provavelmente colocado lá por baixo da porta. Reconheçeu a letra bonita imediatamente.

"Você é o verão em meus dias de inverno.

As vezes lar pode ser outra pessoa."

Helion não pensou duas vezes, se pensasse perderia a coragem, deu meia volta e seguiu o caminho do quarto de Lucca. Que a Mãe o ajudasse, mas ele não deixaria aquele quarto até ter certeza de que o rapaz se sentia bem.

A Court Of Fire And SunlightOnde histórias criam vida. Descubra agora