7. Gabriel Miller

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Ela recusou minha carona. Fiquei até sem reação na hora. Toda mulher já quis andar no meu carro. O que acontece com essa garota?

Essa aposta vai ser mais difícil do que pensei. Lya é uma megera. Só anda estressada e nunca sorri. Só pensa em estudar. Mas eu não vou desistir. Eu nunca perdi uma aposta e eu vou levar essa garota para a cama ou não me chamo Gabriel Miller.

Passei a tarde toda na casa do Caio jogando videogame. Bebemos algumas cervejas e convermos muito. Todos do nosso círculo de amigos usavam drogas menos eu e Thomas. Thomas por ser o mais correto de nós e eu por ser um atleta e estar sujeito a exames periódicos. Uma chatisse.

Já era a terceira vez que o meu despertador tocava e eu sequer tinha forças para desligá-lo. Odiava acordar cedo principalmente depois de ter passado o dia todo bebendo e jogando com o Caio. Minha cabeça girava.

Não quero ir para a faculdade, odeio aquele lugar. Queria poder acordar tarde e jogar futebol, nada mais. Decidi que hoje me darei uma folga, ficarei em casa e não farei mais nada. Assim que concluí meus pensamentos a porta do meu quarto foi aberta com brutalidade. Droga, hoje não!

-- Levanta Gabriel!- diz meu pai puxando meu cobertor.- Lá do meu quarto eu ouvi esse despertador tocar milhares de vezes.

-- Bom dia para você também pai!- digo abrindo lentamente os olhos.

-- Pare de gracinhas Gabriel! Quando é que você vai crescer e virar um homem? Se levante, está atrasado!

-- Já estou levantando. Não precisa de tanta falação logo de manhã.

-- Você só quer saber de festas e bebidas. Você já tem vinte anos, precisa aprender a ter mais responsabilidade. Você chegou tarde ontem e cheirava a bebida, mal sabia o que estava falando. Você só me decepciona Gabriel. Nenhum pai quer ver o filho desse jeito.

-- Ei Alan! Não precisa falar assim com ele! - diz minha mãe entrando no quarto.- Gabriel é jovem ainda, só está aproveitando a vida.

Meu pai olha para nós dois e deixa o quarto com raiva. Minha mãe me abraça. A senadora sempre me protegeu demais e jamais deixou que alguém me fizesse mal. Isto é, quando ela estava em casa.

-- Vamos meu filho, não ligue para o seu pai. Vá se aprontar para a faculdade.

-- Mãe, já passou pela cabeça de vocês que eu não queira me tornar um advogado?- resolvo perguntar.

-- Não fale besteira Gabriel. Os Miller são uma família tradicional de advogados, está no sangue. Eu preciso ir agora. Convide a Carla para jantar conosco hoje a noite, faz tempo que não a vejo.

Ela beija minha cabeça e sai do quarto. Desanimado, é assim que me sinto hoje. Me levanto e começo a me arrumar. Ouço meu celular tocar e atendo ao ver que era Samuel.

-- O que você quer a essa hora?- pergunto com raiva.

-- Hum, o príncipe Gabriel está de mau humor!- debocha meu amigo.

-- Seu imbecil! Fala logo o que você quer!

-- Meu carro estragou, preciso que me busque aqui em casa e me leve para a faculdade.

-- Cara, você mora a quatro casas da minha! Não consegue vir andando até aqui?

-- Sabe como é, meu corpo não é de atleta como o seu. Estou te esperando.- diz Samuel e desliga o telefone.

Já estou mais do que acostumado com a cara de pau do meu amigo. Sempre foi assim. Saio de casa e vou em direção a sua casa. Encontro Samuel escorado no muro da casa.

A Redenção de GabrielOnde histórias criam vida. Descubra agora