25. Gabriel Miller

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Acordo com o meu corpo um pouco dolorido, talvez seja por causa do colchão de Lya que é mais duro que o meu. Me ajeito e me viro para o lado e me assusto ao ver um par de olhos infantis me encarando.

-- Bom dia Gabriel! Estava esperando você acordar!

Bia me olha com um enorme sorriso no rosto. Impossível brigar com a menina. Reparo que Lya já não está mais no quarto. Não consigo parar de me preocupar com ela. Vou incentivá-la a fazer sessões de terapia. O que aconteceu com ela foi algo muito sério e vai ficar marcado por toda vida.

-- Bom dia, Bia. Sua irmã sabe que você está aqui?

-- Não. Ela acha que estou lendo no meu quarto.

-- E onde está sua irmã?

Me ajeito e começo a me levantar.

-- Está preparando o nosso café lá na cozinha. O café dela não é muito bom, mas você não pode falar nada se não nunca mais ela vai fazer, tá bom?

-- Pode deixar! Vou ficar calado.

-- Hoje é feriado?- ela me pergunta e eu estranho um pouco.

-- É sábado mas não é feriado. Por que a pergunta?

-- Bom, o ponteiro pequeno do relógio já saiu do oito e ela ainda não foi trabalhar. Acho que ela está nervosa então não perguntei nada...

-- Eu vou perguntar para ela. As vezes ela vai trabalhar mais tarde. Não se preocupe.

Saio do quarto e garotinha de sorriso meigo vem atrás de mim.  Chegamos na cozinha e Lya está de costas mexendo em algo na pia. Ela está com os cabelos molhados, veste um short e uma blusa mais larga. Ela está linda. Me aproximo e sinto vontade de abraçá-la.

Passo o braço pela sua cintura. Ela se assusta mas não diz nada. Com a outra mão, afasto seus cabelos e beijo seu pescoço. Vejo ela se arrepiar e não deixo de sorrir.

-- Bom dia princesa! Como você está? Conseguiu dormir?

-- Bom dia Gabriel. Dormi sim, obrigada. Pode se sentar na mesa que eu já vou levar o café da manhã.

Noto que ela está um pouco distante. Ontem antes de dormimos eu achei que ela estava bem melhor, mas hoje eu já noto que há algo errado. Preciso conversar e saber o que aconteceu.

Eu e Bia vamos para a mesa. Ela conversa comigo sobre sua escola e pouco tempo depois Lya chega com uma bandeja. Ofereço para ajudar e ela nega com a cabeça.

Posta a mesa, ela se senta junto conosco e começamos a comer. Ela fez café, um bolo e alguns biscoitos. Realmente seu café não é tão bom mas ninguém ousa falar nada. Já o resto é bem gostoso.

Olho no relógio e vejo que preciso ir embora. Passei a noite fora e preciso voltar para casa.

-- Obrigado pelo maravilhoso café da manhã. Infelizmente eu preciso ir embora.- digo chamando a atenção delas.

-- Ah não! A gente nem conversou direito.- diz Bia com cara de irritada.

-- Bia, por favor! Ele tem uma casa, tem pais, tem uma vida! Ele não pode ficar por nossa conta.- Lya diz um pouco dura demais assustando a irmã.

-- Eu volto depois Bia. Não vou abandonar vocês. Eu prometo!- faço carinho na cabeça da menor tentando amenizar a situação.

-- Eu vou esperar você voltar. Tem muitos filmes para gente ver juntos.- Bia diz animada.

-- Mal posso esperar para ver. Prometo trazer um pote de sorvete de flocos só para você!

-- Oba!!! Eu amo sorvete de flocos.- ela sorri.

A Redenção de GabrielOnde histórias criam vida. Descubra agora