Mantido Em Segredo - 2° Temporada (Vondy)

Capítulo 18

Dulce Maria

Fui para o quarto de hóspedes na tentativa de dormir, mas não consegui pregar o olho uma só vez e isso me deixava muito preocupada.

Estava cada vez mais difícil aceitar que as coisas estavam tomando essa proporção, eu sinto que estou enganando a mim mesma pois não quero me afastar dele.

Não quero ter que sair dessa casa e deixar pra trás tudo que vivi ao lado dele, as coisas teriam que se resolver e tudo isso poderia ser apenas um pesadelo.

Eram mais ou menos três da manhã, eu ainda não havia dormido e então decidi me levantar e vir para a varanda do quarto. Onde eu observei a noite linda que fazia, as estrelas brilhavam e a lua estava mais linda do que nunca.

Me sentei numa cadeira que tinha ali e comecei a observar o céu, na minha cabeça vinham a todo momento lembranças de Christopher.

Não consegui evitar e então as lágrimas vinheram e caíram por meu rosto, eu chorava como uma criança.

[...]

No dia seguinte eu despertei de um pequeno cochilo que dei as cinco da manhã. Me levantei e fui em direção ao espelho, onde vi meus olhos inchados por causa do choro.

Fui até o quarto de Sophia, ela dormia como um anjo e aquilo me transmitia paz ao mesmo tempo em que eu tinha medo por ela.

Maite acabava de sair de seu quarto, me olhou com estranheza.

─ Acordada tão cedo? ─ perguntou com a voz sonolenta.

─ Sim, não consegui dormir direito.

─ Dul você está tão triste! Sinto muito por tudo isso, espero que as coisas se resolvam logo. ─ me deu um abraço e se afastou devagar.

─ Eu também espero Mai, do fundo do meu coração. ─ suspirei fundo pois já sentia as lágrimas se aproximando.

Tomei um banho gelado em busca de ganhar disposição, levei Sophia para a escola e de lá segui para a empresa.

Entrei em minha sala e fiquei sentada por horas na minha mesa, não conseguia pensar direito nas coisas.

Ouvi alguém bater na porta e autorizei a entrada, cruzando os dedos para que não fosse Christopher.

─ Maninha! ─ Alfonso disse vindo me dar um abraço.

─ Que surpresa. ─ falei.

─ Você não parece muito contente em me ver, aconteceu alguma coisa?

─ Sim, várias. ─ dei um longo suspiro.

Sentamos um sofá pequeno que tinha ali no canto e começamos a conversar.

Alfonso sempre foi bom em me escutar, eu me sentia mais segura perto dele e contar tudo que estava acontecendo parecia bom no momento.

─ Meu Deus, ele está fazendo tudo isso mesmo?

─ Sim, o pior é que ele não enxerga.

─ Sinto muito maninha, você que ir lá pra casa? Ficar alguns dias pra esfriar a cabeça e pensar direito.

─ Eu quero, mas ainda não tive coragem de pegar minhas coisas.

─ Eu sei que é difícil, mas o Christopher precisa se dar conta do que está acontecendo.

─ Sinto que ele não irá perceber isso tão cedo. ─ mordi os lábios tentando conter o choro que ameaçava vir.

─ Você sabe que pode contar comigo, pra tudo! ─ olhei pra ele e uma lágrima caiu.

─ Obrigada. ─ sorri por fim.

Alfonso ficou comigo o resto do dia, tive uma reunião e depois disso voltei para casa.

Decidi finalmente pegar minhas coisas e voltar para a minha antiga casa, passei na escola e peguei Sophia.

─ Essa é a antiga casa da mamãe filha, vamos ficar aqui por um tempinho. Tá bom? ─ falei enquanto entrava com ela em meus braços.

─ Claro mamãe, o papai vem também? ─ engoli em seco e neguei com a cabeça.

Coloquei ela no chão que ficou parada me olhando, ajeitei a bolsa em meu ombro e continuei andando.

─ Seu quarto ainda está vazio, pode colocar suas coisas lá. ─ Alfonso disse e eu assenti.

Aos poucos fui colocando nossas coisas no meu antigo quarto, minha cama ainda estava lá e por ser de casal era suficiente para mim e Sophia.

Organizei as coisas que faltavam e já era de noite, tomei banho e depois disso me deitei com Sophia na cama.

─ O papai não vem mamãe? ─ ela perguntou novamente.

─ Não meu amor, o papai está trabalhando. ─ eu chorava em silêncio, enquanto sinto o peso de estar enganando ela.

Acabamos adormecendo, meus pais estavam viajando e apenas Alfonso estava em casa.

No dia seguinte eu iria trabalhar e tentar conviver com toda essa situação.