TREZE

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Quando o sinal toca anunciando o horário de almoço, boa parte dos alunos saem quase correndo da sala, mas os amigos do meu irmão e ele permanecem aqui, me esperando

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Quando o sinal toca anunciando o horário de almoço, boa parte dos alunos saem quase correndo da sala, mas os amigos do meu irmão e ele permanecem aqui, me esperando.

Olho ao redor e vejo Nathan ainda sentado em sua cadeira, me encarando.

— Eu preciso resolver uma coisa, vão indo na frente e eu encontro vocês quando terminar — aviso e eles saem da sala.

Nathan vem até mim, parando a apenas dois passos de distância.

Certo, está na hora.

— Eu queria te chamar para fazer alguma coisa, não sei, um cinema talvez — sua voz é baixa e ele parece incerto. — Só pensei que seria mais fácil passar por isso com alguém que entende o que eu tô sentindo — seu olhar se torna decidido. — E também quero me desculpar pelas coisas que eu disse na nossa última conversa, fui injusto, pelo que você disse não teve outra escolha à não ser vir para Seattle.

Inferno, como eu vou contar a verdade?

Acho que eu só estava furioso por ter ficado longe da minha família, descontei isso em você, fui um babaca... me desculpa.

Ah, Nath.

— Ei, você vem? — uma garota de cabelos pretos cacheados aparece na porta da nossa sala.

— Daqui a pouco, guarda um lugar para mim — ele responde e ela sai.

— Sua amiga? — questiono curiosa.

— Namorada — sorri doce e eu aceno com a cabeça. — Também é estranho para você se divertir como se...

— Como se ele não estivesse lutando para ficar vivo? Sim.

— É, isso.

Respiro fundo.

— Eu preciso te contar uma coisa — tento soar firme mas minha voz sai um pouco trêmula, vamos lá, agora ou nunca. — Preciso contar tudo o que aconteceu na noite do acidente.

Sua testa se franze e ele semicerra os olhos, mas não me interrompe.

— Nós estávamos na festa de um amigo dele, bebemos demais, eu estava cansada e queria ir para casa — começo, sua expressão confusa vai se dissipando aos poucos e seu olhar ficando sério. — Ele estava bem mais bêbado que eu então decidi dirigir em seu lugar.

Nathan abre e fecha a boca algumas vezes, mas escolhe me deixar continuar.

— A estrada estava vazia, seu irmão tirou o cinto de segurança e colocou as pernas no meu colo, ele começou a bater com elas nos meus braços e eu tentei fazê-lo se consertar e colocar o cinto de volta — ele engole em seco e eu tomo um pouco de fôlego para continuar. — Foi aí que eu dirigindo na contramão coloquei o carro na frente do outro motorista, nem sequer percebi o que estava fazendo, só tive tempo de ouvir a buzina do outro carro quando a batida aconteceu.

Amor e Culpa ||PAUSADA||Onde histórias criam vida. Descubra agora