VINTE E DOIS

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Saio da barraca para respirar um pouco, os intrometidos me deixaram em paz depois que sugaram cada resquício da minha paciência

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Saio da barraca para respirar um pouco, os intrometidos me deixaram em paz depois que sugaram cada resquício da minha paciência. Pensando nisso reparo que em nenhum momento Allie e Tyler me questionaram sobre as coisas que Nathan berrou, acho que eles reconhecem limites, afinal.

Está começando a anoitecer, todos os alunos junto com o professor Robert estão montando a nossa última refeição, amanhã cedo iremos embora e todos parecem empolgados com essa noite.

Vejo o professor Peter sentado em um troco de árvore, enquanto observa os outros trabalhando, me aproximo dele e me sento ao seu lado.

— Ei ei, por que você não está com o resto do pessoal? — ele diz assim que eu sento.

— Posso fazer a mesma pergunta para você.

— Eu sou a mente brilhante por trás de tudo o que acontece, pirralha — sorri. — E você deveria estar ajudando seus amiguinhos, o formigueiro só funciona direito com todas as formigas operárias.

— Eu vou ir ajudar se você também for.

— Não acha que é uma aluna muito folgada? — me encara com uma expressão de julgamento.

— Não acha que é um professor muito folgado? — rebato sorrindo.

— Mente brilhante por trás de tudo — me corrige.

— Direitos iguais, professor.

— Que seja — revira os olhos. — Já que você está aqui, seja um pouco útil e me diga que tipo de presente surpresa seria capaz de impressionar sua tia.

Mal me lembrava que ele e Helena tinham saído juntos, ela não comentou nada sobre o encontro dos dois. Penso um pouco no que ele pediu.

— Acho que uma viagem ao Brasil seria legal, se você estiver pensando em realmente impressiona-la — semicerro os olhos. — Ela ama o país em que nasceu, mas raramente vai visitá-lo por causa das ocupações com a clínica.

— Brasil, é? — ele analisa a ideia. — Preciso de uma ajuda com a escolha do hotel e o melhor lugar para ir.

— Preciso de pizza — finjo interesse nas minhas unhas.

— Só se também me ajudar a convencer ela a tirar alguns dias de férias fora de época — estende a mão para selar nosso acordo.

— Três pizzas mais um pote de sorvete e vocês terão uma semana curtindo a praia de Copacabana — ofereço e ele recolhe a mão rapidamente. — Sozinhos, sem adolescentes ou trabalho, em um hotel com vista para o mar.

— Me conquistou quando disse "sem adolescentes" — aperta minha mão com força.

— Eu sou a mente brilhante por trás de tudo — jogo os cabelos para trás exageradamente.

Vejo o professor Robert caminhar até nós com tranquilidade, ele se senta ao meu lado no único espaço vago.

— Você selou um acordo com o diabo, Lexie? — ele brinca e o irmão solta uma risada sem humor.

Amor e Culpa ||PAUSADA||Onde histórias criam vida. Descubra agora