DEZESSETE

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Duzentas páginas depois, ouço duas batidas na porta do meu quarto — porta essa que só recentemente teve a fechadura consertada depois que meu irmão a quebrou

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Duzentas páginas depois, ouço duas batidas na porta do meu quarto — porta essa que só recentemente teve a fechadura consertada depois que meu irmão a quebrou.

— Entra — autorizo e a porta se abre mas não tiro os olhos do livro, sinto um movimento na cama indicando que a pessoa sentou.

— Queria conversar com você — a voz de Allie é sempre tão doce, mas isso não a impede de ser firme.

— Pode falar — passo para a próxima página.

— Primeiro quero me desculpar pelos meninos e por mim, não percebemos que passamos dos limites com você.

— Desculpados.

— Certo — ela para de falar, continuo minha leitura. — Sabe, você pode falar comigo sobre o Nick, se quiser.

— Por que eu faria isso? — não tenho a intenção de ser grossa, mas como de costume minha voz saí um pouco mais ríspida do que deveria.

— Não sei, ele ficou chateado depois do café da manhã e você veio para o quarto. Pensei que pudesse ter rolado algo ruim — forço meus olhos a continuarem encarando as palavras à minha frente, não quero que ela perceba que falar sobre o irmão chamou minha atenção. — Ele tenta disfarçar, claro. Mas nós o conhecemos.

Então ele realmente se chateou, a ideia de ter aqueles olhos azuis magoados por minha causa não me agrada em nada.

— Conversar sobre mim não é exatamente o meu forte — fecho o livro após colocar um marcador de páginas dentro dele e olho para Allie. — Eu nunca fui de ter amigos, sempre fomos só eu e Alex, até eu ir embora e ser apenas eu.

Não ouso falar do Zac.

— Queremos ser seus amigos, somos pacientes e vamos esperar até você aceitar nossa amizade.

— Por que?

— O Alex te ama, você é uma parte muito importante dele e nós amamos seu irmão, então já amamos você simplesmente por ter essa importância. E você é uma garota legal, Lexie, muito legal.

Sua explicação me surpreende, a união deles é realmente algo notável, acho que seria justo eu me esforçar também já que meu irmão é tão apegado a eles.

Ela se levanta e caminha até a porta a abrindo para sair.

— Espera — falo rápido e Allie se vira para mim, analiso a situação para decidir se vou mesmo fazer isso e por fim respiro fundo. — Talvez eu queira conversar.

— Estou ouvindo — ela volta a se sentar na minha cama com um sorriso empolgado nos lábios rosa.

Já que comecei, vou até o fim.

— Sim, nós transamos — admito o que todos já sabem. — E foi ótimo, mas não deveria ter acontecido e deixei seu irmão perceber que me arrependi, acho que foi isso o que chateou ele.

Amor e Culpa ||PAUSADA||Onde histórias criam vida. Descubra agora