CAPÍTULO 28 TESS MORAES

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Não é como se nunca tivesse voado de avião antes, afinal de contas como cheguei aos Estados Unidos? Mas essa viagem a Paris está sendo especial desde o primeiro momento. Christie e eu viajamos de primeira classe, um mimo do organizador do evento. Isso foi maravilhoso. Agora eu sabia como os ricos se sentiam naquela posição.

— Tess, acho que posso me acostumar com isso — Chris falou toda refestelada na poltrona com uma taça de espumante nas mãos.

— Não vai exagerar e chegar bêbada no trabalho, Chris.

— Essa é a última, prometo. Agora falta pouco. — Não consegui dormir a viagem toda. Estou muito eufórica com tudo que preciso fazer, além de lidar com aquele frio na barriga de pensar que estarei na mesma cidade que ele. Teoricamente a cidade é imensa e nós não iremos nos esbarrar acidentalmente, eu tenho certeza. Contudo, o evento é de moda e ele encabeçava o ranking de modelos famosos. Nenhum evento iria deixar Brian Wash de fora. Eu só torcia para que o encontrasse somente nos dias do desfile, ou seja, teria uns doze dias para me preparar psicologicamente.

O avião pousou perfeitamente e estava um lindo dia de sol quando conseguimos desenrolar os trâmites alfandegários. Ao sair no saguão, tinha um rapaz com uma placa com meu nome. Sorri e caminhei até o seu encontro.

— Boa tarde.

— Boa tarde senhorita Moraes e senhorita Miranda. Fizeram boa viagem? — Christie logo se adianta.

— Ótima viagem senhor...?

— Pode me chamar de Hilbert. Estarei inteiramente ao seu dispor durante esses dias. — Chris olhou para mim e piscou. Realmente Hilbert não é de se jogar fora.

— Pode me chamar de Christie e ela é a Tess. Vamos que estou louca para pisar meus pés nesse país. — Ele pegou nosso carrinho com as malas maiores e nós puxamos as menores. Quando saímos porta afora, olhei aquele céu azul sem nenhuma nuvem e proclamei:

— Tess e Chris em Paris! Parece nome de série. — Enquanto Hilbert guarda nossas malas num belo carro, Chris a engraçadinha não tem papas na língua.

— Espero pegar homens iguais aos que a Emily pegou. Acho que vou amar Paris, Tess. — Fui empurrando essa tagarela para dentro do carro.

— Tenho certeza que sim, linguaruda. Só não esqueça que estamos aqui a trabalho.

— Sim chefe. — Enquanto Hilbert nos leva para o apartamento em que ficaremos instaladas com mais uma produtora e sua assistente, fui apreciando a vista enquanto Christie, sentada no banco da frente pergunta tudo para o motorista. Ele pacientemente explicava o que é cada coisa que ela indagava.

O apartamento é muito lindo e do quarto tenho uma vista para a Torre Eiffel. Abri a janela da sacada do quarto que tem o meu nome e me encantei com a vista. Agora eu entendo o porquê as pessoas ficam apaixonadas por Paris.

— Olha essa vista! Que encanto. — Chris, curiosa que só, entrou no meu quarto e sibilou.

— Seu quarto é o mais bem localizado do apartamento, Tess. Parece que foi feito para você. Olha esses móveis, são adoráveis. — Caminhou até à sacada. — Olha isso amiga, imagina você naquela cama com um Deus parisiense, fodendo bem gostoso, olhando a Torre Eiffel. — Ela voltou até à cama, se deitou e fingiu estar sendo acariciada.

— Para com essa besteira, garota. Esse quarto é mesmo maravilhoso, mas essa cama é só minha. Não vim em busca de mais complicação. Vim apenas fazer o meu trabalho e o melhor. Agora vamos até à cozinha beber alguma coisa e depois descansar um pouco da viagem para estarmos inteiras amanhã. O trabalho nos aguarda. — Ela levantou da minha cama e saiu na minha frente resmungando.

— Sabe que você ficou muito chata depois do caso com o Brian. Você precisa estar aberta a novas emoções. — Nem estava mais ouvindo as tagarelices dela. Foi só ela pronunciar o nome dele, que imediatamente senti o seu cheiro.

Humm... Ficar nessa cidade será muito perigoso.

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