Capítulo 7

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Julie

— Eu estou com medo por você, Ju.

— Ele diz que me ama, não vai me machucar.

— Julie, ele já te machucava, para de se enganar. — Vivian estava certa e eu sabia disso. — E se ele achar você? — Estremeci.

— O que eu faço?

— Não sei, onde você está? — Fiquei em silencio. — Tem certeza que é um lugar seguro?

— Eu não tenho certeza de nada ultimamente. — Ficamos em silencio. — Ele sabe que você fala comigo?

— Sabe, Henry contou. — Havia esquecido que o marido dela era amigo de Paul e agradeci a mim mesma, mentalmente, por não contar onde eu estava.

— Perguntou o que a você?

— Tudo! Onde estava, se estava bem, se pensava em voltar, essas coisas.

— Entendi, estou tão cansada da minha vida estar presa na dele, me conte alguma novidade.

— Eu tenho uma, já tem um tempo, mas você está passando por toda essa situação e não sabia se seria algo que quisesse saber.

— Conte.

— Você vai ser titia. — Pela sua voz pude perceber a sua alegria.

— Ah, amiga, não acredito. — Uma alegria gostosa invadiu o meu ser, algo que eu não sentia a muito tempo, meus olhos marejaram. — Estou tão feliz por você!

— Achei que estaríamos juntas quando isso acontecesse. — Apertei os olhos sentindo as lágrimas em meu rosto.

— Eu também.

— Espero que tudo isso passe logo.

— Não consigo ver isso passar. — Pela milésima vez naquela semana eu caí em um choro de desespero.

— Não, Ju, não fala isso, vai passar.

— E se eu voltar? — Perguntei ao controlar a minha respiração.

— Não! — Berrou. — Não faça isso.

— Não quero viver fugindo ou com medo, eu não quero isso.

— Ele vai desistir, ainda é muito recente, mas uma hora ele vai esquecer de você. — Meu coração apertou.

— Se eu voltar ele talvez mude, me trate melhor, ele viu do que sou capaz.

— Ju, não. Para!

— Porque não? — Perguntei frustrada.

— Você merece alguém melhor do que ele, lute pela sua liberdade.

***

Minha mente estava a mil, cedi a minha folga para a Ana sair outra vez com o Tyler, só para ter algo com que manter a minha mente ocupada, mas nem o trabalho foi o suficiente, voltei para o apartamento vazio, no meu celular tinha uma mensagem de voz nele e tudo que eu mais queria era escutar sua voz, lutei comigo mesma para não escutar, mas fracassei.

— Julie, eu não estou aguentando mais, porque está fazendo isso comigo? — Sua voz ecoou no quarto, fazendo o meu coração disparar. — Você prometeu, nós prometemos que seria para sempre. — Silêncio. — Me liga!

As memorias me levaram até o dia em que fizemos a promessa.

Estávamos no segundo ano, já namorávamos, mas sem os meus pais saberem, matamos aula e fomos até a praia, foi tudo planejado, havia levado uma toalha e deitamos no chão, coloquei minha cabeça em seu peito e ele me envolveu com seus braços, me senti tão segura.

Um Amor Em Meio Ao CaosOnde histórias criam vida. Descubra agora