Capítulo 26

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Julie

— Um tremendo babaca. — Ana berrou na sala, ela havia acabado de chegar do trabalho. — Como ele pode ficar com aquele ser um humano sujo?

— Nada a ver ele se meter na minha vida. — Falei estressada.

— Eu achei que ele prestasse. — Ela parecia decepcionada.

— Eu também. — Fui para o quarto.

Antes que eu pudesse pegar no sono o celular tocou e eu podia jurar que era John, mas não era.

Outra vez Paul insistia em ligar, então cansada daquilo, eu atendi.

— Para de me ligar.

— Já cansei desse seu joguinho. — Não estava bêbado, eu sabia que não estava.

— Não estou jogando. — Rebati.

— Até quando vai me castigar?

— Não estou te castigando, eu só cansei. — Fui sincera.

— Vamos conversar, como dois adultos.

— O que você quer conversar? — Perguntei irritada.

— Sobre a gente.

— Ok, vamos falar sobre a quantidade de mulheres com quem você me traiu, ou quantos tapas você me deu durante todo o tempo que ficamos juntos, ou talvez quantas vezes fui forçada a me deitar com você e ser machucada? — As lagrimas já escorria em meu rosto, não eram coisas que eu queria me lembrar. — Você nem ao menos consegue ser um adulto, não tem com conversar como um.

— Me ensina a ser diferente. — Pediu com a voz chorosa.

— Não, eu não quero ter que aturar seus erros e depois passar a mão sobre sua cabeça para te dizer que você errou. — Suspirei. — Eu te amo, Paul, mas eu não vou mais aturar nada disso. — Doeu, mas ao mesmo tempo me deixou tão leve.

— Me prova que você me ama. — Ri alto.

— Eu fiz isso durante seis anos, já chega. — Engoli o choro. — Me deixa em paz. — Pedi.

— Eu te amo, Julie, não vou desistir de você! — Avisou e desligou.

Sabia o quanto ele era insistente, eu queria bloquear, queria muito, mas para mim cada ligação, cada mensagem recebida, significava que eu fazia falta e que ele ainda me amava de verdade, bem no fundo eu ainda tinha esperanças de algo, que não iria acontecer.

Demorei para dormir, a noite foi frustrante e não tinha mais como melhora-la.

***

Estava cansada mesmo depois de ter dormido até o meio dia, queria conversar, sabia que Ana estava ali para me ouvir, mas eu desejava falar com uma pessoa especifica.

Vivian.

Sentia saudade dela, do apoio que ela me dava.

Levantei ainda com a roupa que havia dormido e fui para a sala, levando um mega susto quando vi Tyler jogado no sofá com Ana.

— Ai gente, desculpa! — Pedi com olhar deles sobre mim.

— Se desculpando pelo que? — Ana perguntou confusa e ele parecia está também.

— Você está na sua casa, eu sou o intruso aqui. — Falou com um sorriso divertido no rosto.

— Realmente. — Concordei. — Vou trocar de roupa. — Avisei um pouco envergonhada, afinal de contas, eu estava com um baby doll extremamente curto.

— Depois volta aqui tenho uma novidade! — Ana avisou animada, apenas assenti.

Vesti uma roupa mais adequada e voltei para a sala.

— Vou fazer um ensaio fotográfico! — Falou animada. — Fala a ela o que você falou para mim. — Agarrou o braço dele como uma criança, ele a olhava de um jeito fofo.

— Ela tem um estilo único e incrível, vamos investir nisso. — Ana só faltou sufoca-lo com um abraço exagerado.

— Estou tão feliz!

— Fico feliz por você e realmente, essa aí é única. — Ela soltou um beijo no ar e ele sorriu assentindo. — Agora vou comer e deixar vocês se aproveitarem. — Soltei uma piscadela.

— Tem andado muito com John, hein. — Tyler comentou.

— Como assim? — Ana também não pareceu entender o olhou confusa, esperando a explicação dele.

— Essa piscadela é coisa dele. — Sorri fraco.

— Melhor não tocar nesse assunto hoje, amor. — Ana pediu e naquele momento ele ficou confuso.

— Tudo bem, desculpa. — Ergueu os braços em forma de redenção.

— Não tem problema! — Segui para a cozinha.

Passei a maior parte do meu dia no quarto, deitada, apesar de estar cansada, não consegui dormir.

Usei o trabalho como uma distração e a noite foi rápida, logo estávamos de volta ao pequeno apartamento e outra vez estava eu encarando o teto branco do meu quarto.

Quando estava quase pegando no sono o celular vibrou do meu lado.

Era o John.

"Podemos conversar? Se sim, saiba que estou aqui embaixo. "

Pensei um pouco antes de responder, queria descer, queria vê-lo e conversar, desabafar, mas ignorei minhas vontades.

"Não temos o que conversar. "

Silenciei o celular, para que eu não visse sua resposta e de consciência pesada voltei a tentar dormir.

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Um Amor Em Meio Ao CaosOnde histórias criam vida. Descubra agora