John
Meu pai havia passado de todos os limites.
Suborno?
Claro que eu sabia do que ele era capaz, mas ele nunca interferiu tanto na minha vida como estava fazendo naqueles tempos, tudo por causa de um maldito sobrenome, que se quer eu me orgulhava de carrega-lo.
As semanas seguintes foram péssimas, não conseguia pensar em nada, nem me concentrar no trabalho e o pior foi o sumiço de Dália.
A dias que não recebia respostas e seu celular dava fora de área.
Me esforcei para não pensar no pior.
— Seu pai realmente está empenhando em te deixar longe dela. — Tyler comentou jogado em meu sofá.
— E o pior é ele usar uma criança que sofreu uma perda tão grande para te atingir. — Átila acrescentou.
— Vou lutar pela guarda da minha irmã, mas o meu pai é capaz de manipular ela e tenho medo de perder.
— Você tem a psicóloga dela a seu favor. — Tyler falou mexendo na câmera fotográfica que estava em suas mãos.
— Brilhante. — Como não havia pensado naquilo antes?
— Bom saber que Tyler tem cérebro. — Tyler o xingou enquanto riamos. — Antes que me esqueça, quando vai entregar o carro de Julie? — Átila havia me ligado já fazia semanas, avisando que o carro estaria pronto, mas foram tantos acontecimentos que eu, se quer pude dar a devida atenção ao assunto.
— Quero entregar em um momento especial. — Já tinha tudo em mente, só precisava estar mais relaxado para fazer o momento valer a pena.
— Você quem sabe então, minha parte já fiz. — Assenti e ele mudou de assunto.
Depois que resolvi algumas situações da empresa e a mantive estável, decidi procurar a psicóloga da Mel, mas ela foi mais rápida e me ligou naquela semana marcando uma reunião.
Sabia que não era um bom sinal, mas talvez fosse a oportunidade de acabar com isso de uma vez por todas.
— Sr. Salt. — Ela deu-me abertura.
Estava em um terninho elegante e graças ao salto estava um pouco mais alta do que eu, o corpo era robusto e ela não aparentava ter mais que trinta e cinco anos, sua aparência estava bastante conservada e o corte Chanel de seu cabelo ajudava a deixa-la com a aparência jovial, quando comecei a levar a minha irmã até ela, ela sempre estava com um coque que a envelhecia.
— Por favor, Sra. Bates, apenas John. — Ela assentiu.
— Entre, John. — E assim eu fiz.
Me sentei na poltrona em frente a sua mesa e ele se sentou na minha frente.
— Acredito que já saiba o que está acontecendo. — Ela assentiu.
— Fiquei sabendo da situação, isso está afetando-a de uma forma que chega a ser preocupante. — Ela apertou os lábios. — Te procurei porquê da última vez que ela veio, havia alguns hematomas em sua pele, em locais um pouco escondidos, mas que por descuido do seu modo de se movimentar e sentar, acabei vendo, ela também falou muito pouco, como se estivesse escondendo algo, na verdade, a semanas que ela não tem falado quase nada, fica encarando os dedos até o fim da sessão, sem muita troca de olhares. — Meu coração queria sair do peito. — Ela deixou escapar que não tinha mais cuidadora, mas sem nenhum detalhe.
— Sra. Bates, essas informações podem ser muito úteis. — Um misto de raiva com esperança tomou conta de mim. — Então é bem possível que ela esteja sofrendo agressão?
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Um Amor Em Meio Ao Caos
RomanceÉ capaz encontrar paz em meio ao caos? Julie encontrou calmaria em John e vice versa e juntos se sentiram mais fortes diante das adversidades. Julie Gonzales viveu durante 6 anos em um relacionamento abusivo, com Paul Hopper. Após uma briga mais sér...