Julie
- Estou surpreso que ainda reconheça minha voz. - Ele falou rindo.
Engoli a seco seu comentário e permaneci calada.
- Você está de parabéns, Julie, incrível. - Silêncio. - Não acreditei que iria insistir com essa palhaçada por tanto tempo. Fala onde você está e vou te buscar e começamos tudo de novo, do seu jeito.
- Eu não quero. - As palavras saltaram da minha boca sem que eu permitisse.
- Não sente falta de mim?
- Sinto. - Sussurrei.
- E eu sinto a sua, volta para mim. - Meu coração queria saltar do peito, precisei morder os lábios para não dizer que voltaria na manhã seguinte. - Vamos, Ju.
- Não. - Sussurrei com a voz trêmula.
- Ainda lembro quando sussurrou em meu ouvido que, jamais, em hipótese alguma, deixaria de ser minha. - Ele riu. -Você me prometeu isso, confiei em você.
- E você prometeu que seríamos o casal mais feliz do mundo, eu também confiei em você. - Contei em meio as lágrimas.
- Eu te amo, preciso de você, nós dois erramos, mas podemos corrigir isso, ainda dá tempo. - Eu tremia a cada palavra que ele soltava. - Vamos fazer assim. - Começou ele. - Pensa um pouco, vou voltar a ligar e se quiser, vou até te buscar. - Sua voz estava suave, ali estava o homem que eu amava.
Ficamos em silêncio por um tempo.
- Não desiste do nosso para sempre. - Pediu em um sussurro.
- Paul, eu não vou voltar. - Sentir uma dor em meu peito. - Me desculpa. - Falei em meio aos soluços.
- Para de dificultar as coisas, chegamos a esse ponto por causa desse seu egoísmo. - Sua voz estava alterada, senti um arrepio por todo meu corpo. - Eu vou te achar! - Gritou.
- Me deixe em paz. - Pedi em um sussurro.
- Você não pode fazer isso comigo! - Gritou outra vez.
Lá estava ele, naquele momento se transformou, outra vez, no homem do qual eu havia fugido.
- Você está nos destruindo. - Antes que eu pudesse falar qualquer coisa, ele desligou.
- Desculpa. - Sussurrei.
A essa altura eu já estava soluçando alto.
Em minha cabeça não fazia sentido algum, que motivo Vivian teria para fazer o que fez?
Porém, ainda assim, sentir raiva dela, o celular era dela, o número, não consegui achar outra explicação.
Não demorou muito para Ana chegar e então contei tudo a ela.
- Por que ela faria isso? Você falava tão bem dela.
- Sim, eu confiava tanto nela. - Comentei cabisbaixa. - A noite foi divertida, estava me sentido bem e então ele apareceu, como sempre e me fez voltar para a realidade.
- Não aceite essa realidade, não faça dela sua zona de conforto, quando na verdade ela não é nada confortável. - Ela tirou um fio de cabelo que caiu no meu rosto e colocou atrás da minha orelha. - Mas me conta, beijou o John? - Gargalhei.
- Saí daqui, Ana! - Ela riu e me abraçou.
***
Seis ligações do número de Vivian no meu celular, ignorei todas.
Passei o dia me esforçando para esquecer tudo o que ouvi Paul dizer, eu assisti, limpei a casa e até cozinhei.
No bar eu servia as mesas com sorriso forçado e muitas vezes nem conseguia sorrir.
- Parece distante hoje. - A voz de John me tirou dos meus pensamentos. - Já tem um tempo que estou te observando e você nem se quer percebeu. - Realmente nem tinha visto ele entrar.
- É, um pouco pensativa. - Forcei o sorriso. - Como está a Melanie?
- Bem, ela gostou de você.
- Eu também gostei muito dela. - Continuei enchendo os copos e ele me observava, mas não era algo que estava me incomodando. - Preciso voltar ao trabalho. - Ele apenas assentiu.
Voltei a fazer tudo como antes, chegavam e saiam pessoas e não parecia nada tão cansativo quanto lidar com o peso da culpa de tudo que estava acontecendo na minha vida.
Já no final da noite, notei que John continuava sentado no mesmo lugar.
- Você está bem? - Perguntou assim que me aproximei.
Assenti.
- Quer conversar?
- Não, eu estou bem.
- Tem certeza?
- Sim, John! - Afirmei já irritada.
- Não queria te estressar, é só porque não parece. - Se explicou.
- Mas eu estou bem, obrigada! - Talvez tenha sido um pouco arrogante, mas na hora eu não me importei.
- Tudo bem, me desculpa. - Ele se levantou. - Até mais, Julie. - Sorriu fraco e saiu.
Eu estava tão abalada que assim que ele cruzou a porta minha consciência pesou e uma lagrima escorreu pelo meu rosto.
- O que foi? - Ana se aproximou e colocou a mão em meu ombro. - O que ele fez? - Perguntou irritada, foi impossível não ri de sua reação.
- Nada, ele não fez nada. - Limpei o rosto. - Foi eu que fiz.
- O que você fez?
- Descontei tudo nele, ele só queria saber se eu estava bem e eu fui bem arrogante.
- É só conversar com ele depois, não se culpe. - Ela sorriu e eu retribuir.
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Um Amor Em Meio Ao Caos
RomanceÉ capaz encontrar paz em meio ao caos? Julie encontrou calmaria em John e vice versa e juntos se sentiram mais fortes diante das adversidades. Julie Gonzales viveu durante 6 anos em um relacionamento abusivo, com Paul Hopper. Após uma briga mais sér...