Capítulo 18

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Julie

- Estou surpreso que ainda reconheça minha voz. - Ele falou rindo.

Engoli a seco seu comentário e permaneci calada.

- Você está de parabéns, Julie, incrível. - Silêncio. - Não acreditei que iria insistir com essa palhaçada por tanto tempo. Fala onde você está e vou te buscar e começamos tudo de novo, do seu jeito.

- Eu não quero. - As palavras saltaram da minha boca sem que eu permitisse.

- Não sente falta de mim?

- Sinto. - Sussurrei.

- E eu sinto a sua, volta para mim. - Meu coração queria saltar do peito, precisei morder os lábios para não dizer que voltaria na manhã seguinte. - Vamos, Ju.

- Não. - Sussurrei com a voz trêmula.

- Ainda lembro quando sussurrou em meu ouvido que, jamais, em hipótese alguma, deixaria de ser minha. - Ele riu. -Você me prometeu isso, confiei em você.

- E você prometeu que seríamos o casal mais feliz do mundo, eu também confiei em você. - Contei em meio as lágrimas.

- Eu te amo, preciso de você, nós dois erramos, mas podemos corrigir isso, ainda dá tempo. - Eu tremia a cada palavra que ele soltava. - Vamos fazer assim. - Começou ele. - Pensa um pouco, vou voltar a ligar e se quiser, vou até te buscar. - Sua voz estava suave, ali estava o homem que eu amava.

Ficamos em silêncio por um tempo.

- Não desiste do nosso para sempre. - Pediu em um sussurro.

- Paul, eu não vou voltar. - Sentir uma dor em meu peito. - Me desculpa. - Falei em meio aos soluços.

- Para de dificultar as coisas, chegamos a esse ponto por causa desse seu egoísmo. - Sua voz estava alterada, senti um arrepio por todo meu corpo. - Eu vou te achar! - Gritou.

- Me deixe em paz. - Pedi em um sussurro.

- Você não pode fazer isso comigo! - Gritou outra vez.

Lá estava ele, naquele momento se transformou, outra vez, no homem do qual eu havia fugido.

- Você está nos destruindo. - Antes que eu pudesse falar qualquer coisa, ele desligou.

- Desculpa. - Sussurrei.

A essa altura eu já estava soluçando alto.

Em minha cabeça não fazia sentido algum, que motivo Vivian teria para fazer o que fez?

Porém, ainda assim, sentir raiva dela, o celular era dela, o número, não consegui achar outra explicação.

Não demorou muito para Ana chegar e então contei tudo a ela.

- Por que ela faria isso? Você falava tão bem dela.

- Sim, eu confiava tanto nela. - Comentei cabisbaixa. - A noite foi divertida, estava me sentido bem e então ele apareceu, como sempre e me fez voltar para a realidade.

- Não aceite essa realidade, não faça dela sua zona de conforto, quando na verdade ela não é nada confortável. - Ela tirou um fio de cabelo que caiu no meu rosto e colocou atrás da minha orelha. - Mas me conta, beijou o John? - Gargalhei.

- Saí daqui, Ana! - Ela riu e me abraçou.

***

Seis ligações do número de Vivian no meu celular, ignorei todas.

Passei o dia me esforçando para esquecer tudo o que ouvi Paul dizer, eu assisti, limpei a casa e até cozinhei.

No bar eu servia as mesas com sorriso forçado e muitas vezes nem conseguia sorrir.

- Parece distante hoje. - A voz de John me tirou dos meus pensamentos. - Já tem um tempo que estou te observando e você nem se quer percebeu. - Realmente nem tinha visto ele entrar.

- É, um pouco pensativa. - Forcei o sorriso. - Como está a Melanie?

- Bem, ela gostou de você.

- Eu também gostei muito dela. - Continuei enchendo os copos e ele me observava, mas não era algo que estava me incomodando. - Preciso voltar ao trabalho. - Ele apenas assentiu.

Voltei a fazer tudo como antes, chegavam e saiam pessoas e não parecia nada tão cansativo quanto lidar com o peso da culpa de tudo que estava acontecendo na minha vida.

Já no final da noite, notei que John continuava sentado no mesmo lugar.

- Você está bem? - Perguntou assim que me aproximei.

Assenti.

- Quer conversar?

- Não, eu estou bem.

- Tem certeza?

- Sim, John! - Afirmei já irritada.

- Não queria te estressar, é só porque não parece. - Se explicou.

- Mas eu estou bem, obrigada! - Talvez tenha sido um pouco arrogante, mas na hora eu não me importei.

- Tudo bem, me desculpa. - Ele se levantou. - Até mais, Julie. - Sorriu fraco e saiu.

Eu estava tão abalada que assim que ele cruzou a porta minha consciência pesou e uma lagrima escorreu pelo meu rosto.

- O que foi? - Ana se aproximou e colocou a mão em meu ombro. - O que ele fez? - Perguntou irritada, foi impossível não ri de sua reação.

- Nada, ele não fez nada. - Limpei o rosto. - Foi eu que fiz.

- O que você fez?

- Descontei tudo nele, ele só queria saber se eu estava bem e eu fui bem arrogante.

- É só conversar com ele depois, não se culpe. - Ela sorriu e eu retribuir.

 - Ela sorriu e eu retribuir

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Um Amor Em Meio Ao CaosOnde histórias criam vida. Descubra agora