Capítulo 21

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John

— Eu saí de Fresno porque estou fugindo de um relacionamento como este. — Tudo que eu queria naquele momento era abraça-la, mas não fiz, só fiquei encarando-a surpreso.

— E você não tem ninguém? — Perguntei preocupado.

— Os meus pais morreram em um acidente de carro e eu passei a morar com ele, a gente já namorava a três anos, os meus pais imploraram para que eu terminasse com ele.

— Você me disse que não trabalhava, ele não deixava?

— Em parte sim, mas não era algo que eu queria também, ele me dava tudo, tudo que eu queria eu tinha.

— Tudo mesmo? — Ela me olhou pensativa.

— Tudo que o dinheiro podia comprar. — Mordeu os lábios. — Ele me traia e eu sabia, mas ainda estava lá, ele bebia e ficava descontrolado, mas continuava lá, mas as brigas pioraram, em uma noite, ele ameaçou me matar e eu fiquei com mais medo do que nunca, foi quando eu decidi fugir. — Ela sorriu fraco. — Por isso Filmord. — Respondeu à pergunta que eu havia feito no nosso primeiro encontro.

— Julie, você é tão corajosa. — Ela riu e abaixou a cabeça.

— Medrosa, não corajosa. — Me aproximei dela e levantei seu rosto.

— Você se salvou.

— E se eu tiver piorado as coisas? — Estava assustada, seus olhos diziam isso. — E se ele me achar?

— Você pode contar comigo. — Sorriu fraco. — Você pensou em você e é isso que importa. — Segurei seu rosto sentindo sua pele lisa. — Se a minha mãe tivesse feito isso, não estaria onde está.

— Ela fez por amor a você. — Sussurrou.

— Obrigado, Julie. — Ela mordeu os lábios e aquele gesto ativou em mim um desejo tão grande de beija-la.

Estávamos ali, com o som das ondas batendo nas pedras do mar, o sol aquecendo nossa pele, nossos rostos tão próximos um do outro, tendo aquele olhar intenso sobre mim, tudo parecia ter parado, o tempo, a vida, tudo. Acariciei seu rosto com a ponta dos dedos e seus olhos se fecharam lentamente, sorri com aquela cena maravilhosa, aquela beleza incrível que só ela carregava, e então alimentei o meu desejo encostando os meus lábios nos dela, senti os seus dedos deslizarem pelo meu cabelo e me puxar para mais perto, só então me senti autorizado a agarrar a sua cintura e traze-la para mais perto de mim, foi um beijo lento, doce e amável.

Como nada em minha vida era só rosas, meu celular passou a tocar e precisamos nos afastar.

Era o Tyler, eu o xingaria mais tarde.

— Fala.

— Ana me falou que a Julie sumiu. — Encarei a Julie e sorri, mas ela ficou sem entender nada. — Ela está desesperada.

— Ela está aqui comigo.

— Sério? — A descrença se fazia presente em sua voz.

— Sim.

— Em plena segunda-feira e pela manhã, preciso saber dessa história. — Ri.

— Vai a merda, Tyler. — Desliguei o celular. — Ana estava preocupada com você.

— Minha nossa, eu esqueci de avisar e nem trouxe o celular.

— Pode me culpar, não avisei que iriamos sair.

— É verdade,

— Era para você negar e dizer que a culpa não era minha. — Brinquei e ela gargalhou.

Um Amor Em Meio Ao CaosOnde histórias criam vida. Descubra agora