John
— John. — Melanie estava deitada em sua cama e eu sentado ao seu lado acariciando seu cabelo.
— Oi.
— Quem é a sua namorada? — Me pegou de surpresa.
— Não tenho namorada, Mel. — Ela se afastou do meu toque e se sentou me encarando.
— E a Hanna e essa Julie são o que? — Eu ri com a forma em que ela falou, com um tom um tanto desconfiada de minhas palavras.
— Amigas, talvez. — Comentei.
— E você não vai namorar nunca? — Gargalhei.
— Boa pergunta. Não tenho a resposta. — Ela sorriu aquecendo meu coração.
— Gosto de te ver assim. — Acariciei seu rosto.
— Não está triste comigo?
— Porque eu estaria triste com você?
— Eu tratei mal a sua amiga. — Sorri.
— Não, não estou triste.
— Eu peço desculpa a ela depois. — Assenti.
— Seria ótimo se fizesse isso. — Ela sorriu. — Agora você precisa dormir, amanhã tem aula. — Voltou a deitar sem reclamar.
Depois de um tempo deitada achei que já estivesse dormindo, mas então ela falou:
— Vou sentir saudade dela.
— Eu também.
Depois que ela dormiu, eu desci e me encontrei com o meu pai.
— Sua irmã comeu? — Assenti. — Você e a sua mãe estragaram essa menina.
— Falou o pai prodígio. — Ironizei.
— Você chegou onde está graças a mim. — Gargalhei.
— Passei a minha vida me esforçando para não ser como você e se eu estou onde estou é graças a mim mesmo. — Ele sorriu e balançou a cabeça.
— Sabe que é mentira.
— Não, não é mentira, você virou as costas quando comecei o meu negócio, abriu a boca para dizer que em dois meses eu não tinha mais nada. — O seu rosto voltou a ficar sério. — Faz seis anos, seis anos que tudo o que tenho é graças a mim. — Esperei que falasse algo, mas tudo que ele fez foi me dar as costas.
***
No dia seguinte pela manhã conversei com o contador e depois fui na filial, estava exatamente do jeito que eu queria, era a única coisa que estava dando certo, que não estava me trazendo preocupações.
Antes do almoço recebi a ligação de Hanna, me convidando para jantar com ela, tentei recusar o convite, mas depois da insistência chata dela, eu aceitei para me ver livre de sua choradeira.
A tarde busquei a Melanie e fomos para o hospital, contei a minha mãe sobre a filial, mostrei fotos de como estava ficando, e ela, como sempre, me parabenizou.
— Estou muito orgulhosa de você, meu amor. — Era algo que eu amava ouvir quando era pequeno e ainda amava.
Melanie demonstrou estar melhor do que o dia anterior, depois do encontro com a minha mãe, ainda não era a irmã que conhecia, mas também não passava tanta melancolia, estava mais sorrindo e conversadeira, Dália até se surpreendeu ao ganhar um abraço dela.
Antes de ir para a casa de Hanna passei no meu apartamento, afinal de contas, havia passado o dia trabalhando e depois fui direto para o hospital, precisava de um banho, em poucos minutos estava pronto.
— Senti sua falta. — Falou ao abrir a porta.
Estava vestida em um vestido vermelho que ela sabia que eu gostava, até porque eu havia escolhido, deixava suas pernas amostra e o decote valorizava tanto seus seios, Hanna era uma bela mulher, isso não posso negar.
Apenas sorri e ela caminhou até mim selando nossos lábios em um beijo rápido.
As luzes do ambiente estavam baixas e havia algumas velas perfumadas espalhadas, típico de Hanna, assim como a comida que sempre era de algum restaurante, mas ela jurava que ela tinha feito, as batatas assadas obtinham o mesmo tempero que as de um restaurante que havíamos ido no primeiro encontro, havia deixado claro o tanto que amei aquelas batatas e desde então, sempre que ela fazia um jantar em sua casa, lá estavam as batatas.
— O que fez hoje? — Perguntei.
— Tirei umas fotos com as roupas da boutique da minha mãe e você?
— Resolvi algumas coisas da nova filial e fui visitar a minha mãe.
— Vai ter um desfile na sexta, peguei um convite para você. — Assenti.
Estávamos sem química alguma, já fazia tempo, me perguntava se ela não havia percebido isso ou se se fazia de maluca.
— Vai passar a noite comigo? — Perguntou depois que terminamos de jantar.
— Estou um pouco sobrecarregado, vou para casa. — Ela se levantou da cadeira e veio em minha direção.
— Fica. — Passou para trás de mim e começou a massagear meus ombros. — Estou com saudades. — Sussurrou em meu ouvido, meu corpo estremeceu.
— Hanna... — Sussurrei e ela riu.
Ela largou meus ombros e apareceu em minha frente.
— Por favor, fica. — Pediu de uma forma um tanto irresistível.
— Está bem, mas não vou dormir aqui. — Ela sorriu com malícia e eu devolvi o sorriso.
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Um Amor Em Meio Ao Caos
RomanceÉ capaz encontrar paz em meio ao caos? Julie encontrou calmaria em John e vice versa e juntos se sentiram mais fortes diante das adversidades. Julie Gonzales viveu durante 6 anos em um relacionamento abusivo, com Paul Hopper. Após uma briga mais sér...