Capítulo 11

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John

— John. — Melanie estava deitada em sua cama e eu sentado ao seu lado acariciando seu cabelo.

— Oi.

— Quem é a sua namorada? — Me pegou de surpresa.

— Não tenho namorada, Mel. — Ela se afastou do meu toque e se sentou me encarando.

— E a Hanna e essa Julie são o que? — Eu ri com a forma em que ela falou, com um tom um tanto desconfiada de minhas palavras.

— Amigas, talvez. — Comentei.

— E você não vai namorar nunca? — Gargalhei.

— Boa pergunta. Não tenho a resposta. — Ela sorriu aquecendo meu coração.

— Gosto de te ver assim. — Acariciei seu rosto.

— Não está triste comigo?

— Porque eu estaria triste com você?

— Eu tratei mal a sua amiga. — Sorri.

— Não, não estou triste.

— Eu peço desculpa a ela depois. — Assenti.

— Seria ótimo se fizesse isso. — Ela sorriu. — Agora você precisa dormir, amanhã tem aula. — Voltou a deitar sem reclamar.

Depois de um tempo deitada achei que já estivesse dormindo, mas então ela falou:

— Vou sentir saudade dela.

— Eu também.

Depois que ela dormiu, eu desci e me encontrei com o meu pai.

— Sua irmã comeu? — Assenti. — Você e a sua mãe estragaram essa menina.

— Falou o pai prodígio. — Ironizei.

— Você chegou onde está graças a mim. — Gargalhei.

— Passei a minha vida me esforçando para não ser como você e se eu estou onde estou é graças a mim mesmo. — Ele sorriu e balançou a cabeça.

— Sabe que é mentira.

— Não, não é mentira, você virou as costas quando comecei o meu negócio, abriu a boca para dizer que em dois meses eu não tinha mais nada. — O seu rosto voltou a ficar sério. — Faz seis anos, seis anos que tudo o que tenho é graças a mim. — Esperei que falasse algo, mas tudo que ele fez foi me dar as costas.

***

No dia seguinte pela manhã conversei com o contador e depois fui na filial, estava exatamente do jeito que eu queria, era a única coisa que estava dando certo, que não estava me trazendo preocupações.

Antes do almoço recebi a ligação de Hanna, me convidando para jantar com ela, tentei recusar o convite, mas depois da insistência chata dela, eu aceitei para me ver livre de sua choradeira.

A tarde busquei a Melanie e fomos para o hospital, contei a minha mãe sobre a filial, mostrei fotos de como estava ficando, e ela, como sempre, me parabenizou.

— Estou muito orgulhosa de você, meu amor. — Era algo que eu amava ouvir quando era pequeno e ainda amava.

Melanie demonstrou estar melhor do que o dia anterior, depois do encontro com a minha mãe, ainda não era a irmã que conhecia, mas também não passava tanta melancolia, estava mais sorrindo e conversadeira, Dália até se surpreendeu ao ganhar um abraço dela.

Antes de ir para a casa de Hanna passei no meu apartamento, afinal de contas, havia passado o dia trabalhando e depois fui direto para o hospital, precisava de um banho, em poucos minutos estava pronto.

— Senti sua falta. — Falou ao abrir a porta.

Estava vestida em um vestido vermelho que ela sabia que eu gostava, até porque eu havia escolhido, deixava suas pernas amostra e o decote valorizava tanto seus seios, Hanna era uma bela mulher, isso não posso negar.

Apenas sorri e ela caminhou até mim selando nossos lábios em um beijo rápido.

As luzes do ambiente estavam baixas e havia algumas velas perfumadas espalhadas, típico de Hanna, assim como a comida que sempre era de algum restaurante, mas ela jurava que ela tinha feito, as batatas assadas obtinham o mesmo tempero que as de um restaurante que havíamos ido no primeiro encontro, havia deixado claro o tanto que amei aquelas batatas e desde então, sempre que ela fazia um jantar em sua casa, lá estavam as batatas.

— O que fez hoje? — Perguntei.

— Tirei umas fotos com as roupas da boutique da minha mãe e você?

— Resolvi algumas coisas da nova filial e fui visitar a minha mãe.

— Vai ter um desfile na sexta, peguei um convite para você. — Assenti.

Estávamos sem química alguma, já fazia tempo, me perguntava se ela não havia percebido isso ou se se fazia de maluca.

— Vai passar a noite comigo? — Perguntou depois que terminamos de jantar.

— Estou um pouco sobrecarregado, vou para casa. — Ela se levantou da cadeira e veio em minha direção.

— Fica. — Passou para trás de mim e começou a massagear meus ombros. — Estou com saudades. — Sussurrou em meu ouvido, meu corpo estremeceu.

— Hanna... — Sussurrei e ela riu.

Ela largou meus ombros e apareceu em minha frente.

— Por favor, fica. — Pediu de uma forma um tanto irresistível.

— Está bem, mas não vou dormir aqui. — Ela sorriu com malícia e eu devolvi o sorriso.

Um Amor Em Meio Ao CaosOnde histórias criam vida. Descubra agora