Capítulo 28

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Julie

— Gente, que cena de novela mexicana. — Ana falou rindo assim que John saiu.

— A minha mente só gritava: Dá uma chance! — Foi a vez de Clarissa. — Foi um final de capítulo emocionante. — Ri.

— O meu show foi um pouco desnecessário, talvez a gente precise realmente conversar.

— Precisou implorar, gostei. — Ana deu um toque de leve em meu braço. — Será que podemos saber onde irão tomar café? Não queria perder esse capítulo. — Ri.

— Uma pena que amanhã eu vou para casa da minha sogra, queria ir também.

— Cancela, vai outro dia.

— Não, já estamos enrolando tem um tempo. Nem o Sam queria ir, mas não dá mais para enrolar ela. — Comentou frustrada.

— Vamos, precisamos assistir isso!

— Ninguém vai assisti nada! — Avisei.

— Ah Julie, eu posso usar um disfarce, sempre quis sair disfarçada. — Ri.

— Sinto muito, Ana, mas a minha resposta continua sendo não. — Ela murmurou algo inaudível e voltou a organizar as cadeiras.

Ana não desistiu fácil e voltou a insistir ao chegarmos em casa, mas depois me deixou em paz, graças a uma ligação do Tyler.

***

Preferi dirigir até o café, achei que chegaria antes dele, mas ao entrar no ambiente regado pelo cheiro de café fresco, o vi sentado em uma mesa mais isolada, estava de costas para a entrada, mas era impossível não o reconhecer.

Caminhei com passos lentos até ele e antes que eu pudesse chegar, o mesmo se virou como se soubesse que eu estava chegando, sorriu fraco e me seguiu com o olhar até que eu sentasse a sua frente.

— E então? — Perguntei um tanto ansiosa para o que ele tinha para me dizer.

— Vamos pedir logo? — Assenti e passei a encarar o cardápio. — Gosto da torta daqui. Te recomendo se não souber o que pedi. — Comentou.

— Pode ser então, um café com leite e a torta.

Soltei o cardápio em cima da mesa e ele que parecia já ter em mente o que queria, fez um sinal para a garçonete, ele fez o pedido e voltou a me encarar.

— Quero te pedir desculpas por achar que poderia opinar em algo na sua vida. — Mordeu os lábios. — E dizer que eu e Hanna não temos nada, não é da minha índole enganar as pessoas.

— Não faz sentido. — Falei e soltei uma risada de nervoso.

— Eu sei o que você viu, mas acredito que tenha saído antes que eu pudesse reagir, porque até eu fui pego de surpresa. — Os pedidos chegaram.

— Mais alguma coisa? — A garota perguntou.

— Não, obrigado. — Ela assentiu e saiu. — Olha, eu estava sim insistindo ter algo com ela, não por mim, e sim, por ela, mas não era nada sério e então conversei com ela, falando que não dava mais e acredito que ela tenha pensado que eu não queria mais por sua causa. — Contou.

— E foi por minha causa?

— Não e sim. — Franzi o cenho. — Mesmo que não tivesse você, uma hora teria que acabar essa insistência em coisas sem futuro. — Ergueu as sobrancelhas. — Mas tem você e a decisão ficou mais fácil.

— Porque?

— Porque estou fascinado por você. — A segurança dele me deixou perplexa, muito mais do que as próprias palavras.

Um Amor Em Meio Ao CaosOnde histórias criam vida. Descubra agora