Julie
— Acorda. — Abri os olhos me deparando com Ana e seu rosto cheio de maquiagem colorida.
— Que? — Perguntei desnorteada.
— Vamos sair. — Anunciou como se tivéssemos marcado.
Ela se afastou da cama, deixando amostra sua roupa, um short azul e uma blusa verde neon.
— Vamos? — Perguntei.
— Sim, amanhã é o aniversário de Clarissa, preciso comprar alguma coisa para ela.
— E porque eu teria que ir, se você é quem vai comprar?
— Ver você o tempo todo dentro dessa casa me estressa, vá se arrumar. — Saiu do quarto.
Resolvi não discutir com ela e ir.
***
— Ela odiou o vestido que dei no ano passado, ela não disse que odiou, mas ela também nunca usou.
Estávamos de caminhando no shopping.
— Como ele era?
— Era colorido e bem decotado, a coisa mais linda.— Ela falou empolgada.
— Conheço vocês não têm nem um mês e jamais daria um vestido como esse para ela. — Ela me olhou com o cenho franzido.
— Por que não?
— Porque esse é o seu gosto, não o dela, Clarissa gosta de coisa simples. — Revirou os olhos. — Sinceramente, eu não sei como vocês são amigas.
— Se eu disser que também não sei, você acredita? — Ri.
— Olha aqui. — Chamei sua atenção para a vitrine de uma loja de joias. — Essa pulseira é cara dela. — Ela era prata com apenas um pingente de coração, era simples, mas linda.
— Esse negócio sem graça. — Ri da forma como ela falou.
— Vai por mim, ela vai amar. — Me olhou desconfiada. — Se ela não gostar, eu pago o valor que você gastar.
— Agora eu gostei. — Revirei os olhos e ela praticamente correu para a loja.
Eu comprei um par de brincos para ela e ouvi a crítica de Ana, ao dizer que não tinha graça alguma gastar dinheiro com coisas sem graça.
***
A minha manhã na terça-feira foi acompanhada de ligações de Paul.
— Me responde uma coisa, Julie. — Tirei minha atenção do celular que estava vibrando do meu lado no sofá.
— O que?
— Por que ainda não bloqueou o número? — Ela esperou a minha resposta, enquanto eu só fiquei lá, calada, talvez porque não tivesse resposta para ela.
Por fim dei de ombros, peguei o celular e fui para o quarto, deixando-a sozinha na sala.
***
— Oi. — Virei em direção ao balcão.
— Oi, como é que está? — Perguntei me aproximando do balcão.
— Nossa, como as coisas mudam. — John escorregou os dedos pelos fios de seu cabelo.
— Como assim? — Perguntei confusa.
— Geralmente eu não recebo nem se quer um "oi". — Ri.
— Tudo bem, podemos voltar ao normal! — Comentei.
— Não precisa não, estou bem. — Mordeu os lábios.
— E a sua irmã?
— Está melhorando, falou até que vai te pedir desculpas. — Sorri.
— Que fofa.
— Podemos marcar alguma coisa essa semana para vocês se verem. — Pensei um pouco e por que não?
— Tudo bem. — Ele arregalou os olhos. — O que foi?
— Tinha criado várias desculpas para sair com você de novo, não sabia que seria tão fácil dessa vez. — Revirei os olhos.
— Ai meu Deus, preciso voltar a trabalhar. — Falei e caminhei para longe do balcão.
— Ei! — Virei. — Sábado à tarde, ok? — Nesse momento Ana passou atrás dele e abriu um sorrisinho me provocando.
Ignorei a mesma.
— Ok.
Voltei a trabalhar, mas com os olhos de Ana presos a mim, a curiosidade estava estampada em sua cara.
No fim da noite eu e Ana pegamos um mini bolo que compramos para Clarissa e batemos os parabéns para ela que ficou toda emocionada.
Ao entregarmos os presentes, Ana a analisou atentamente, claro que estava torcendo para ela não gostar e eu ter que pagar a pulseira que não foi nem um pouco barata, para o azar dela, Clarissa amou, saltou em cima dela com um abraço que deixou Ana estatelada.
— Que linda! — Comentou enquanto colocava no braço.
Ana me olhou e eu soltei um "Eu disse!" Baixinho e ela revirou os olhos. — Obrigada, meninas, eu amei! — Comentou empolgada.
— Que bom, Cla, agora vamos focar em Julie. — Revirei os olhos.
— Nem vem.
— Não era você que não ia se envolver com alguém tão irritante. — Deu ênfase no "irritante".
— Não estou me envolvendo com ele. — Rebati.
— Está bem, Julie. — Falou com os olhos semicerrados para mim.
— Aconselho você a ignorar essa maluca. — Clarissa falou.
— Farei isso.
— Sabem que eu ainda estou aqui, né? — Fingimos ignorar ela. — Eu odeio vocês. — Rimos.
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Um Amor Em Meio Ao Caos
RomanceÉ capaz encontrar paz em meio ao caos? Julie encontrou calmaria em John e vice versa e juntos se sentiram mais fortes diante das adversidades. Julie Gonzales viveu durante 6 anos em um relacionamento abusivo, com Paul Hopper. Após uma briga mais sér...